Cidades

jogo do bicho

Acordado pela polícia, Razuk se recusa a deixar a corregedoria da Assembleia

Por suspeitarem que deputado tenha elo com o jogo do bicho, policiais levaram arma, celulares e tablet da residência de Neno Razuk

Continue lendo...

Depois de ser acordado por volta das 6 horas da manhã desta terça-feira (5) pela polícia em sua residência, o deputado estadual Neno Razuk, do PL, foi trabalhar normalmente na Assembleia Legislativa, onde concedeu coletiva e negou que tenha envolvimento com a exploração do jogo do bicho em Campo Grande. Deixou claro, também, que pretende continuar como corregedor da Casa de Leis. 

Na função de corregedor da Assembleia, o deputado do PL tem o dever de investigar, apurar e identificar infrações funcionais e mesmo atos ilícitos praticados por integrantes da Assembleia.ou de seus funcionários. Ou seja, ele seria o responsável pela abertura de uma possível investigação interna para apurar a própria conduta. 

“Continuo, eu sou inocente, não fiz nada de errado. Sou um deputado, tenho meu trabalho. Eu faço meu trabalho social. Não tem por que eu sair. Tenho a consciência limpa. Eu não sou um criminoso. O crime tá aconteceu todo dia aí. Estão mirando em mim, não sou eu”, afirmou ao ser indagado se continuaria ou não na corregedoria. 

Fez questão de afirmar que o jogo do bicho está ocorrendo livremente nas ruas de Campo Grande e que todo mundo está vendo, mas que não tem qualquer relação com a contravenção. Declarou, ainda, que os investigadores levaram dois celulares, um tablet de seu filho e uma pistola legalizada de sua residência.

Ao reclamar que a operação foi feita na “iminência de o jogo ser legalizado no Brasil”, o deputado deu a entender que a ordem de busca em sua residência carecia de legalidade por ter sido assinada por um juiz de primeira instância. Ele entende que tem foro privilegiado e que o despacho deveria ter sido autorizado pelo Tribunal de Justiça. 

Porem, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, o foro privilegiado para deputados estaduais vale somente em supostos crimes vinculados ao cargo de deputado, conforme o advogado constitucionalista André Borges. 

Entre os dez mandados de prisão e os 13 de busca e apreensão expedidos pela Justiça para serem cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã, ao menos quatro foram contra assessores oficiais do deputado. Mesmo assim, ele nega que ele ou seus auxiliares tenham envolvimento com a jogatina e que todos foram alvo de injustiça. 

“Do mesmo jeito que eu fui alvo. Espero o desenrolar da investigação e de toda a ação judicial para saber realmente o que está acontecendo. Tenho certeza que todos nós podemos sofrer injustiça. Infelizmente, é assim que funciona hoje”, afirmou.

Operação Successione

Em nota, o Ministério Público informou que “o trabalho investigativo do GAECO, que contou com a colaboração do GARRAS, revelou a atuação de uma organização criminosa responsável por diversos roubos praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes, em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande, no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho local”.

Segundo a investigação, policiais que estariam a serviço do deputado teriam roubado malotes de integrantes de quadrilha que explora o jogo do bicho para tentar intimidar um grupo paulista que tenta se estabelecer em Campo Grande. Pelo menos três destes roubos foram registrados na polícia, mas existe suspeita de que o número seja bem maior. 

A nota do MPE diz, também, que “as investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade”. 

O nome da operação faz alusão à disputa pela sucessão do controle do “jogo do bicho” em Campo Grande, com a chegada de outros grupos criminosos que migraram para a capital após a “Operação Omertà”.

A operação Omertà foi desencadeada em setembro de 2019, quando a família Name supostamente perdeu o controle sobre  jogatina na cidade. Conforme as investigações, um grupo paulista teria tomado conta da jogatina na cidade e agora pessoas ligadas ao deputado do PL estariam tentando intimidar esse grupo e assim assumir o controle. 

No dia 16 de outubro, um assessor do deputado, o major aposentado Gilberto Luiz dos Santos, foi detido em uma residência no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. O PM estava em um imóvel no qual foram apreendidas 700 máquinas que substituíram os tradicionais talões para fazer apostas do jogo do bicho. Nesta terça-feira, o filho do major, identificado como Júlio, foi detido por determinação da Justiça. 

Com ele havia outro PM aposentado e outras oito pessoas. Todas foram liberadas depois de prestarem depoimento. Questionado, o deputado Neno Razuk afirmou que manteria o major aposentado em seu gabinete na Assembleia Legislativa. 

Durante dos debates desta manhã (5) no plenário da Assembleia, o assunto jogo do bicho não chegou a ser abordado por nenhum dos deputados. O Correio do Estado procurou a presidência da Casa, que está nas mãos de Paulo Corrêa, mas a assessoria dele informou que não falaria sobre o caso e nem sobre a possibilidade de Neno Razuk ser destituído da função de corregedor. 

Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

Continue Lendo...

Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Continue Lendo...

Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).