Cidades

Em reunião

Afastamento de delegada que atendeu Vanessa pode ser decidido hoje

Reunião da servidora com o secretário de Justiça e Segurança Pública foi marcada para esta terça-feira (18)

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O governador do Estado, Eduardo Riedel, revelou que acontece nesta terça-feira (18) uma reunião entre o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, e a delegada responsável pelo atendimento a Vanessa Ricarte, de 42, morta pelo ex-noivo no dia 12 de fevereiro, pouco após revelar ter sido negligenciada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

A informação foi divulgada pelo chefe do executivo durante entrevista no Roda Viva, tradicional programa de entrevistas da TV Cultura. Riedel foi questionado sobre as medidas tomadas pelo Estado, e sobre o afastamento da delegada que, segundo Vanessa, teria a tratado de forma fria, seca, e a interrompido durante suas falas.

O governador defendeu que o caso está sendo investigado, e que o Estado não tem "elementos" para afastar a delegada, por isso, ela segue atuando normalmente na Deam.

"Ela não foi afastada, mas são 12 delegadas, tem outras delegadas trabalhando no caso (...) Ela está lá, cumpria plantão, então não está afastada, tem a reunião amanhã com toda a equipe", disse Riedel durante entrevista concedida na noite de ontem, 17 de fevereiro.

Questionado sobre a culpabilização da delegada que atendeu o caso, Riedel respondeu que é preciso ter cuidado no pré-julgamento, e que a falha foi também do Estado.

"Eu não estou falando que ela cometeu um erro, eu digo que nós falhamos enquanto instituição, governo e sociedade. Eu não sei aonde está o erro, e por isso está sendo investigado. É importante a gente não pré-julgar um caso sem a gente compreender", disse o governador.

Riedel também menciona que o tempo de expedição da medida protetiva foi rápida, mas não anulou o fato de que o que aconteceu com Vanessa não pode voltar a se repetir.

"Foi em um tempo muito rápido, até para a média. Mas, infelizmente, ocorreu o que ocorreu. Nós temos que apurar. Eu não estou dizendo que foi a delegada do caso que falhou. O sistema falhou, e é isso que a gente está olhando", frisou.

"Temos que buscar correções"

Durante toda a entrevista, Riedel reiterou que as falhas precisam ser corrigidas, e vão além do executivo, se estendendo ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e à Segurança Pública, pilares que sustentam a Casa da Mulher Brasileira.

"A Casa da Mulher é uma reunião dessas instituições, justamente para ser uma acolhida a mulheres em situação de violência ou agressão. É claro que houve uma falha. A gente não pode achar que a pessoa vai à Casa da Mulher Brasileira, tem uma denúncia, uma fala, volta para casa e acontece o que aconteceu, e dizer que não tem falha".

Agora, o governador busca compreender o ocorrido, e abrir investigação para apurar os fatos, definir as responsabilidades e "acima de tudo, buscar um caminho de correção que não está exclusivamente na mão do executivo".

"Esse é um processo do sistema judiciário, é um processo do executivo, é um processo da defensoria, do ministério público, de todas as instituições envolvidas, para a gente trabalhar em alguns eixos que já estão muito claros", acrescentou.

Um dos pontos mencionados por Riedel foi a ampliação do uso da tecnologia em favor do serviço de atendimento à mulher, proporcionando celeridade nos processos.

"O protocolo tem que ser digital e disponibilizado imediatamente para o judiciário. A gente tem que diminuir o prazo de resposta", disse o governador.

Riedel relembrou que, durante todo o ano passado, foram expedidas mais de 5 mil medidas protetivas, e que, às vezes, demora de 90 a 100 dias para o agressor ser notificado pelo oficial de justiça.

"Então, a gente tem que mergulhar dentro desses processos e modificá-los, para que a gente tenha agilidade na resposta, tenha outro modelo do que está previsto hoje para ganhar maior efetividade na proteção das vítimas", destacou.

O governador reforçou ainda o interesse do estado em tipificar o crime de feminicídio, o que possibilita maior transparência nos dados e facilita na elaboração de políticas públicas, como por exemplo a identificação de locais com maior incidência de violência doméstica para a implantação de estruturas especializadas no atendimento à mulher.

"Mato Grosso do Sul é um dos estados que tipifica esses casos, a gente não joga para debaixo do tapete, a gente não tipifica como homicídio comum, né? A gente faz questão de mostrar essa estatística, porque isso ajuda no combate. Nós montamos 46 salas lilás (...) todo esse conjunto está sendo cada vez mais aumentado para abraçar esse tipo de situação".

Em 2024, 35 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul, número 16,6% maior do que o registrado no ano anterior.

"Como Estado, a gente tem que entender a nossa falha e buscar as correções, e é isso que a gente está fazendo", garante Riedel.

Caso Vanessa

Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi morta pelo ex-noivo a facadasReprodução: Instagram

Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi morta a facadas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro. Na noite anterior, ela havia ido até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para solicitar medida protetiva contra Caio. No dia seguinte, voltou à delegacia para buscar os documentos da medida, que havia sido concedida com urgência.

Ao chegar em casa, a jornalista se deparou com Caio. Eles discutiram e ele desferiu diversos golpes de faca contra o pescoço, peito e barriga da vítima. Os vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia.

Em um áudio, gravado pouco antes de sua morte, Vanessa aponta falhas no atendimento recebido na Deam, No relato, ela conta para uma amiga que a delegada foi prolixa, fria, seca, e a cortava "toda hora".

Vanessa disse ainda que pediu o histórico do ex-noivo, pois havia descoberto que ele já tinha outras denúncias e queria entender a natureza das agressões anteriores, mas a delegada disse que não seria possível passar os dados, que seriam sigilosos.

"Eu estou bem impactada com o atendimento da Deam, da Casa da Mulher Brasileiro. Eu que tenho toda instrução, escolaridade, fui tratada dessa maneira, imagina uma mulher vulnerável, pobrezinha, sem ter rede de apoio chegar lá, são essas que são mortas e vão para a estatística do feminicídio", disse a vítima.

O áudio teve grande repercussão, e chegou até o Ministério das Mulheres, em Brasília (DF), que irá investigar a atuação das autoridades no atendimento prestado à vítima.

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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