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Agência nega maioria dos pedidos da MSVia para afrouxar obrigações

Os pleitos da concessionária foram feitos um mês antes do prazo final de validade do termo aditivo assinado em 2021

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A área técnica da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) negou cinco de sete pedidos da CCR MSVia para afrouxar as exigências de manutenção dos serviços oferecidos e da qualidade da pista de rolamento da BR-163 a partir do próximo mês. 

As respostas às solicitações da concessionária apresentadas semana passada constam em nota técnica divulgada na sexta-feira (17) pela Gerência de Gestão Contratual Rodoviária (Gecon) da autarquia. A confirmação das negativas depende de deliberação da diretoria do órgão, ainda sem data para ocorrer. 

Uma das negativas é em relação à redução dos parâmetros da qualidade da pista da rodovia.

Na minuta do 3º termo aditivo, que deve ser assinado até 10 de março, foi sugerido pela empresa que sejam adotados “parâmetros intermediários para pavimento”, considerando que a vida útil do asfalto implantado na duplicação é de 10 anos e dos trechos recuperados é de oito anos. 

Também solicita que a autarquia mantenha “apenas a aquisição de equipamentos essenciais” ao atendimento aos usuários.

Para tanto, a MSVia pediu que a área do asfalto com trincas e dispositivos implantados pela concessionária aceita pela autarquia seja ampliada para 15% em 43% da pista duplicada (cerca de 80 quilômetros) e 20% no restante. Hoje, é de 15% na área total. 

Já nas demais pistas e dispositivos, o critério de área trincada válido hoje é de 20% em 40% da rodovia e 15% em 60% da pista. A CCR MSVia propõe que seja de 20% em 80% da via e 15% no restante.

Outro parâmetro para o qual a concessionária pede ampliação é a quantidade de remendos na pista. Hoje, o critério é a proporção máxima de 20 reparos no asfalto a cada 1 km. A empresa quer a exclusão desse limite em 43% da pista duplicada.

Para esses dois quesitos e outros que envolvem a BR-163, a autarquia enfatizou na nota técnica que “após visita recente no trecho concedido pela MSVia, entre os dias 7/2/2023 e 10/2/2023, a equipe da Gecon juntamente com a equipe da Esrod/CGR verificou a situação do pavimento e, diante da atual situação contratual, entendemos não ser o momento de permitir uma flexibilização dos parâmetros de desempenho como sugerido pela concessionária, o que acarretaria em uma degradação do pavimento, já que reduziríamos alguns parâmetros para a fase de ‘Trabalhos Iniciais’, previstos para o 9º mês de concessão, em grande parte da extensão da rodovia”. 

A autarquia disse ainda que, diante do que foi observado in loco em companhia dos fiscais locais, foi possível chegar no consenso de que os parâmetros dispostos no 2º termo aditivo (TA) devem ser mantidos para o pavimento, “acatamos apenas a sugestão de exceção da monitoração de IRI para as vias marginais, conforme relatado acima pela Corod/MT.”

A gerência ainda salienta “que tal exceção será dada em razão das características das vias marginais, que possuem diversas interferências que acabam dificultando a realização do levantamento da irregularidade, e não deve ser entendida como a retirada da obrigação, ou seja, contamos com o compromisso da concessionária de manter e preservar as condições das vias marginais durante o período de vigência do termo aditivo (TA), cujos parâmetros devem ser considerados os mesmos do primeiro termo aditivo.”

RECOMENDAÇÃO

Também a Gecon recomenda que no, termo aditivo a ser assinado, seja mantida a obrigação de a MSVia fornecer todos os meses à ANTT imagens e dados de todos os veículos infratores que compõem os respectivos autos de infração, “os quais serão armazenados em mídia digital para eventual impressão, de forma que as informações contidas não sejam alteradas sob nenhuma hipótese”.

A empresa pediu para ser desobrigada a oferecer esse serviço.

Outro ponto negado à concessionária foi em relação ao monitoramento do fluxo de veículos na BR-163.

A gerência avaliou que os atuais devem ser mantidos por “tratar-se de uma ferramenta importante para medir a fluidez do sistema rodoviário, podendo ser refletido em ações para melhoria das condições do tráfego, mesmo porque o referido indicador não acarretará em desconto ou acréscimo no cálculo da tarifa”. 

EXIGÊNCIAS

Os pleitos da concessionária foram feitos um mês antes do prazo final de validade do termo aditivo assinado em 2021 e após, naquele ano, a empresa manifestar interesse em devolver a gestão dos 845 quilômetros da rodovia à União, com direito a indenização pelos investimentos realizados. 

À época, a empresa assumiu o compromisso de fazer a manutenção da pista, mas ficou desobrigada a realizar novas duplicações de trechos da rodovia. Foram duplicados apenas 150 km, aproximadamente 18% em relação à extensão da malha.

Para tanto, foi assinado um termo aditivo com as novas obrigações e direitos da concessionária, que no ano passado teve seu teor complementado por outro termo, que tem prazo de validade até o dia 10 de março. 

Agora, o documento dessa prorrogação precisa ser assinado pela empresa, entretanto, a MSVia tem a prerrogativa de se recusar a assinar o novo documento.

Para viabilizar que o contrato seja prorrogado, em outubro do ano passado, a diretoria da ANTT deliberou que o aditivo pode ser estendido por mais dois anos, até 2025.

Saiba: Para viabilizar que o contrato com a MSVia seja prorrogado, em outubro do ano passado, a diretoria da ANTT deliberou que o aditivo pode ser estendido por mais dois 
anos, até 2025.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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