Fábio Dorta, Dourados
A CPI da Saúde vai fazer a primeira reunião de trabalho na próxima segunda-feira (26). Os vereadores vão investigar denúncias de irregularidades na aplicação de recursos por parte da Secretaria Municipal de Saúde nos últimos três anos. Estão na mira da CPI a atual gestão do prefeito Ari Artuzi (PDT) e a anterior, de Laerte Tetila (PT).
Embora as investigações nem tenham começado, Artuzi já conseguiu a primeira vitória. O relator da comissão será seu colega de partido, Humberto Teixeira Júnior. Humberto, além de correligionário do prefeito, é acusado de envolvimento na Operação Owari da Polícia Federal, que apontou irregularidades na aplicação de recursos na área da saúde.
Além do pedetista, integram a CPI o autor do requerimento que pediu sua instalação, Dirceu Longhi (PT) – que preside a comissão - e Marcelo Barros (DEM). Longhi justificou a escolha de Humberto, afirmando que o objetivo é que a CPI tenha um debate técnico e não político. Ele acredita que o fato de ser ligado ao prefeito não irá atrapalhar as investigações. “A CPI foi criada para investigar a saúde pública e isso é o que vamos fazer”, afirmou.
Crise
A escolha de Humberto já causou a primeira crise na CPI. A decisão revoltou Barros, que faz oposição ao prefeito e esperava ter sido indicado como relator. “Para mim os trabalhos estão totalmente comprometidos. Não discuto a competência do Júnior, mas sim o seu posicionamento sempre em defesa do prefeito sob quaisquer circunstâncias”, afirmou.
Barros questionou a isenção de Humberto Júnior para investigar denúncias contra Artuzi, por conta de uma estreita ligação política com o prefeito. “Como alguém que defende o prefeito, mesmo em situações indefensáveis, vai agir com isenção diante de acusações que envolvem este mesmo prefeito?”, indagou o vereador. Ele não descartou a possibilidade de deixar a CPI.