Na manhã deste domingo (16), cerca de 100 pessoas entre atletas de diversos grupos de corrida e amigos, se reuniram em frente ao Fórum de Campo Grande, para pedirem justiça por Danielle Oliveira, de 41 anos, que morreu no último sábado (15), após ser atropelada na MS-010 enquanto corria.

No local também ocorreu a audiência de custódia do motorista que atingiu 'Danny', como era chamada. O motorista, identificado como João Vitor Vilela, tem 22 anos e estava em um Fiat Pulse prata, em alta velocidade, quando perdeu a direção, atingiu o grupo e atropelou ela e outra corredora, que se exercitavam junto de um grupo com 20 pessoas, no acostamento da rodovia,
João Vitor estava visivelmente bêbado e foi preso em flagrante por embriaguez ao volante. Latinhas de cerveja foram encontradas dentro do veículo e uma pulseira de boate estava no pulso do autor.
Socorristas tentaram reanimar a atleta por uma hora, mas sem sucesso. A parte lateral frontal do Fiat Pulse foi amassada e teve o vidro quebrado. Não se sabe o estado de saúde da mulher que teve ferimentos.
Danielle começou no esporte após perder a filha Geovanna, de apenas quatro anos, por um câncer renal. Diagnosticada com Tumor de Wilms, a pequena partiu aos 4 anos e nove meses, após um longo tratamento.
Desde a morte precoce da filha, viu na corrida um meio para combater o luto, e desde 2018 passou a competir em provas de longa distância.
"Por trás de uma mulher que corre, existe uma mãe solo que trabalha e não deixa faltar o pão de cada dia, que sepultou uma filha de 5 anos, que sofreu com divórcio, que aprendeu a morar sozinha, que dorme pouco para atender as filhas e por preocupação com as contas… Por trás de uma mulher que corre existe uma mulher que tem muita pé, que sonha com dias melhores e menos preocupantes, que treina e é compromissada consigo. E ser disciplinada não é tão difícil pois já enfrentou situações tão difíceis na vida que ser fiel aos seus objetivos é o de menos”, compartilhou a atleta nas redes sociais.
Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Polícia Civil, Polícia Científica e funerária foram acionados para efetuar os procedimentos de praxe. Danielle deixa duas filhas, uma de 19 anos e outra de 6 anos.
**Com colaboração de Alison Silva**