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Ano em Campo Grande terminará como o mais seco da história, mostra Inmet

Em 2024, choveu apenas 780,6 milímetros na Capital, quantitativo muito abaixo da média anual, que é de 1.455 mm

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Marcado por longos períodos sem chuvas, 2024 foi o ano com o menor acúmulo de chuvas da história em Campo Grande, de acordo com dados anuais da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) desde 1981.

Conforme levantamento de dados feito até o fim de 2023, em 12 meses, choveu apenas 780,6 milímetros na Capital. Esse quantitativo está 45% abaixo do que era esperado para 2024, que tem como base a média histórica anual da cidade, de 1.455 mm (período de referência de 1981 a 2010). 

O cenário de seca em Campo Grande em 2024 é tratado como preocupante. De acordo com dados pluviométricos da Capital dos últimos 23 anos, 2024 é o único ano que registrou precipitação abaixo dos 1.000 mm anuais.

O menor quantitativo de precipitação acumulada até então era de 1.003 mm, volume registrado em 2019, há seis anos. O maior é de 2013, quando choveu 1.732 mm em 12 meses. 

A seca histórica de 2024 aconteceu por conta da atuação de fenômenos climáticos na Região Centro-Oeste do País. Entre eles está a atuação natural do fenômeno El Niño, que foi considerada de grande intensidade global em 2023 e 2024, alterando o regime das chuvas.

Além do El Niño, conforme explica o meteorologista Vinícius Sperling, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), outros fenômenos contribuíram para a escassez de chuvas em Campo Grande em 2024.

“A situação meteorológica que levou a essa seca foi a concentração de massas quentes na região central, que atuaram como bloqueio atmosférico. Essas massas quentes se intensificaram ao longo dos dias, impedindo a entrada de frentes frias, que são responsáveis pela formação de nuvens e chuvas”, explicou Sperling.

As temperaturas acima da média registradas em Campo Grande, conforme informou o meteorologista à reportagem, também aceleram os processos de evaporação e evapotranspiração das plantas, o que amplifica o cenário de seca, por conta da perda rápida de água do solo.

“Outra coisa que também acarreta esse cenário sem chuvas são os incêndios. Vimos que, neste ano [2024], Campo Grande teve muitos focos de incêndio em terrenos, principalmente ao longo de julho, setembro e outubro. E tudo isso interliga com as fumaças de incêndios vindas do Pantanal, prolongando a seca”, acrescentou o meteorologista do Cemtec-MS.

Dados mensais do Inmet sobre o acumulado de chuvas em Campo Grande mostram que somente abril de 2024 superou a média mensal esperada de precipitação e foi também o período com o maior acumulado, registrando 138.6 mm – a média esperada para o mês é de 100 mm.

Em Campo Grande, dezembro chegou perto do quantitativo registrado em abril, com 136,2 mm de acumulado. Porém, a precipitação para o mês foi inferior à média do período, que é em torno de 210 mm.
“Embora algumas pessoas pensem que agora está chovendo, e por isso a situação está normal, a gente tem que destacar que praticamente o ano inteiro, com exceção de abril, choveu abaixo da média. A situação é crítica ainda, e precisamos prestar atenção em como serão as chuvas nos meses de janeiro e fevereiro para termos um diagnóstico do que será o nosso período seco”, alertou.

CHUVAS IRREGULARES

É importante ressaltar que, apesar da previsão do Cemtec-MS indicar um aumento de chuvas no verão 2024-2025, o quantitativo de milímetros não deve ser o suficiente para compensar o deficit hídrico que Mato Grosso do Sul e Campo Grande enfrentaram em 2024, cujo período sem chuvas durou meses em alguns municípios do Estado.

A previsão é que as chuvas abaixo da média em 2024 continuem sendo irregulares em 2025: “A tendência em 2025 é que as chuvas continuem abaixo da média de maneira irregular, onde não chove em um bairro e chove no outro. Nesse cenário, é importante ficarmos alerta do que será o ano de 2025 no quesito de chuvas para Campo Grande e para Mato Grosso do Sul”.

O ano de 2024 terminará com um deficit hídrico de -600 mm em Campo Grande, dado que preocupa, já que o ano fechará com umidade do solo muito abaixo do que é esperado, podendo gerar perdas na agricultura, por exemplo. 

Conforme os dados do Cemtec-MS, de janeiro a outubro de 2024, Campo Grande estava com apenas 546,3 mm de chuva acumulada, e a média histórica para o período é de 1.085 mm, representando um deficit de -539,1 mm nesse período de 10 meses – que se estendeu até dezembro.

Além da Capital, no mínimo, outros 13 municípios do Estado tiveram deficit de precipitação no mesmo período levantado, como Dourados (-384 mm), Três Lagoas (-284 mm), Ponta Porã (-490 mm) e Bonito (-359 mm).

PREVISÃO

Conforme o Inmet, o último dia de 2024 poderá ter chuvas isoladas na Capital, mas o quantitativo não deve ultrapassar os 223 mm necessários para alcançar os 1.003 mm mínimos de 2019.

A temperatura deve variar entre 21°C e 33°C, com umidade a 30%. Na Capital, para o dia 1º de janeiro, a previsão semelhante.

Saiba

Em 2024, Campo Grande também registrou a maior média de temperatura de sua história. De acordo com dados do Inmet e do Cemtec-MS compilados pelo Correio do Estado, até setembro, a Capital esteve com uma média de temperatura de 25,6°C no ano.

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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