Em ação nacional, indivíduo considerado um dos "chefes" da organização era um adolescente de 14 anos e foi localizado em Campo Grande
Ação nacional coordenada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, a "Operação Adolescência Segura" contou com a participação de agentes policiais de Mato Grosso do Sul para combate de um grupo focado em extremismo, automutilação, aliciamento e incitação à violência entre adolescentes.
Foram cumpridos cerca de 20 mandados de busca e apreensão no total, com o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, executando cinco desses.
Resultando em duas prisões temporárias de adultos e 7 internações provisórias, as ações policiais foram executadas nos seguintes Estados além de Mato Grosso do Sul:
- Santa Catarina,
- São Paulo,
- Paraná,
- Rio Grande do Sul,
- Minas Gerais e Goiás.
A organização criminosa por trás das ações agia pela internet e, em Campo Grande, os agentes policiais foram aos mais diversos bairros, como Amambai; Buriti; Carioca e Conjunto União, por exemplo, com um dos ditos "chefes" dessa quadrilha sendo um adolescente de 14 anos, morador de Campo Grande, alvo de cumprimento de mandado na manhã de hoje (15).
Conforme a delegada diretora do Draco, Ana Cláudia Medina, o adolescente de 14 anos, apesar de confessar a prática de crimes para a polícia e ser apontado como chefe da rede de ódio, não foi apreendido por falta de flagrante delito.
Rede de crimes
Com coordenação pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (DIOPI/SENASP/MJSP), através do Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB), foi identificada ação do grupo criminoso em ambiente virtual.
Diretor da DIOP/SENASP do Ministério da Justiça, o Dr. Rodney da Silva ressalta a importância do trabalho integrado para desmantelar essas redes criminosas que se dissipam por diversos meios, físicos e virtuais, por exemplo.
"Atuamos de forma cirúrgica para desarticular uma rede que cooptava jovens para práticas criminosas no ambiente virtual. Nosso objetivo principal é proteger adolescentes e a sociedade de ações que se iniciam no mundo digital, mas que geram graves reflexos no mundo real", cita ele em nota.
Entre as redes e aplicativos usados pelo grupo, o trabalho investigativo indicou rastros em sistemas de plataformas criptografadas, como Telegram e Discord.
Feito o contato, as vítimas eram incitadas à prática de automutilação, maus-tratos a animais, propagação de discursos de ódio e sugestões de atos violentos.
Além disso, a Polícia Civil de MS revela que o grupo agia com uma espécie de "ranking", recompensando participantes mais ativos para darem sequência aos atos criminosos.
Com os investigados enquadrados por práticas como: associação criminosa, indução ou instigação à automutilação, maus-tratos a animais, etc, se somadas as penas podem gerar 10 anos de prisão.
**(Com assessoria)
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