Cidades

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Aos 10 anos, menino sul-mato-grossense é adotado e vai morar na Itália

Garoto passou por período de adaptação junto à nova família em Campo Grande

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Adotado por uma família italiana, um menino sul-mato-grossense de apenas 10 anos agora ruma à Europa junto da nova família. Passado o período de convivência em Campo Grande, a família recebeu nesta segunda-feira (24), o álbum do projeto "Laços do Pantanal: uma história contada".

Desenvolvido pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional de MS (Cejai), vinculada à Corregedoria-Geral de Justiça do TJMS, o projeto tem o objetivo de preservar a memória afetiva das crianças por meio de registros fotográficos, sobretudo para guardar a memória e a origem da criança que passa por uma adoção entre dois países. 

O álbum inclui a nova certidão de nascimento, registros fotográficos do período de convivência e informações sobre os gostos pessoais da criança, como cor, música e brincadeira preferidas. Além disso, conta com detalhes sobre a cidade natal da criança, suas tradições e aspectos culturais, para que, no futuro, a criança possa resgatar sua história e sentir-se acolhida dentro de sua nova família.

A entrega foi feita pelas mãos do Corregedor-Geral da Justiça, desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, que destacou a importância do projeto como ferramenta de preservação da memória afetiva. 

"Esse novo projeto é realmente para que se guarde uma memória atual e futura. Não é só para a criança, mas também para os pais adotivos e também para nós, para que possamos ter um acervo, um conteúdo dos vários casos que teremos daqui para frente. Ficamos muito felizes com esse encontro e desejamos que essa nova família seja muito feliz e venha nos visitar sempre", disse Ruy Celso.

Como parte desse processo, a família visitou o Bioparque Pantanal, momentos fotografados e que fazem parte do álbum especial da criança.

A nova família agora segue sua jornada de adaptação na Itália, com a missão de preencher as páginas em branco do álbum, destinadas a incluir as fotos da nova casa, da nova escola e de toda a nova vida que se inicia para essa família nascida pela adoção.


Adoção em MS

Com 133 crianças à espera de um lar, Mato Grosso do Sul é o 10º estado do Brasil com mais jovens na fila da adoção. 

De acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), vinculado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desse total, 87 pessoas (ou 65%) têm a pele parda e 85 pessoas têm idade entre 10 e 17 anos.

Conforme os dados do SNA, a faixa etária com maior número de crianças à espera de uma família se encontra entre 12 e 14 anos, com 27 jovens. Índice acompanhado por adolescentes acima de 17 anos (que são 20), crianças entre 10 e 12 anos (18) e adolescentes entre 14 e 16 anos (20 pessoas).

Em contrapartida, há apenas 4 crianças à espera de adoção entre aquelas com idade até 2 anos, 6 crianças com idade entre 2 e 4 anos, 9 crianças com idade entre 4 e 6 anos, 13 entre 6 e 8 anos e 14 com idade entre 
8 e 10 anos. Números que ao todo contemplam 74 meninos e 59 meninas.

O Estado é o líder na Região Centro-Oeste, à frente de Goiás, com 127 crianças, Distrito Federal e Mato Grosso, com 74 crianças em cada estado. 

Processo adotivo

Titular da Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso de Campo Grande, a juíza de direito Katy Braun do Prado disse recentemente ao Correio do Estado, que, apesar do número de crianças na fila para adoção, o cenário para Mato Grosso do Sul é bom, se comparado com outros estados do País.

"Baseando-se na relação de acolhidos e aptos para adoção, Mato Grosso do Sul tem um número considerado baixo de crianças e adolescentes disponíveis. Isso demonstra o cuidado e o trabalho que os juízes de MS têm tido na questão do acolhimento, do retorno à família biológica ou da colocação em família substituta", declarou.

Questionada, ela disse que não há possibilidade de precisar quanto tempo leva para uma criança ser adotada no Estado. No ano passado, ocorreram 106 adoções, o que corresponde a uma média de uma criança adotada a cada três dias.

"Existem casos em que a criança, assim que apta para adoção, encontra logo uma família e seu processo é concluído muito rapidamente. Por outro lado, existem casos em que a criança fica muito tempo procurando uma família e acaba crescendo sob os cuidados do Estado", disse Katy, que frisou que crianças menores, sem irmãos e sem doenças são as "preferidas" em todo o Brasil.

A juíza disse que vínculos afetivos entre as crianças não pode ser considerado um empecilho no momento da adoção, e, sim, mais uma ferramenta para consolidar a convivência familiar e comunitária.
Quanto "àqueles que ficam", a juíza disse que as crianças que não encontram pretendentes no SNA são apresentadas ao Aproximando Vidas, programa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para estimular, coordenar e facilitar a busca ativa por famílias interessadas na adoção.

"Conseguimos uma adoção de uma menina de 14 anos logo no apagar das luzes de 2024", completou a juíza.

Saiba

Gratuito, o processo de adoção deve ser iniciado na Vara de Infância e Juventude mais próxima da residência de quem pretende adotar. A idade mínima para se habilitar à adoção é 18 anos, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida.

Nas comarcas em que o novo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento tenha sido implementado, é possível realizar um pré-cadastro com a qualificação completa, dados familiares e perfil da criança ou do adolescente desejado.

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CAMPO GRANDE

Unimed rejeita atendimento a crianças autistas e vira alvo do MPE

Plano de saúde teria suspendido tratamento ABA em ambiente escolar, além de não autorizar novos tratamentos

26/03/2025 10h15

Entre as considerações listadas, o Promotor de Justiça destacou uma série de legislações que estabelecem os critérios de cobertura e exclusão de planos de saúde privados.

Entre as considerações listadas, o Promotor de Justiça destacou uma série de legislações que estabelecem os critérios de cobertura e exclusão de planos de saúde privados. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Pela suspeita de suspender irregularmente o chamado tratamento ABA (Applied Behavior Analysis no inglês, ou Análise Aplicada ao Comportamento na tradução) em ambiente escolar e não autorizar novos tratamentos, o plano de saúde Unimed Campo Grande entrou recentemente na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

No fim do mês de fevereiro foram compiladas as considerações, com a instauração de inquérito tornada pública na segunda semana de março para apurar essa eventual irregularidade junto ao plano de saúde de negar direito legal previsto sob alegação de Resolução contrária à Lei regulamentadora. 

Segundo o Ministério Público, a Promotoria de Justiça foi noticiada de que a Unimed estaria suspendendo o tratamento em ambiente escolar e não autorizando novos, oficiando o sistema de cooperativas e dando o prazo de 15 dias para prestar informações. 

Entre as considerações listadas, o Promotor de Justiça, Antonio André David Medeiros, destacou uma série de legislações (como a nº 14.454, de 21 de setembro de 2022, que altera texto de 1998) que estabelecem os critérios de cobertura e exclusão de planos de saúde privados. 

"Considerando aporte jurisprudencial favorável ao entendimento de que o rol de procedimentos  constantes na RN n° 465/2021 de cobertura obrigatória para os planos de saúde são exemplificativos e, portanto, fica evidente a omissão por parte da empresa contratada e seu ulterior dano à parte contratante", complementa o Promotor em instauração do inquérito. 

Cancelamentos

Recusas e cancelamentos em planos de saúde são assuntos que se estendem há tempos, principalmente para pacientes diagnosticados com Transtorno de Espectro Autista (TEA) que recorrem ao chamado tratamento ABA. 

Há cerca de oito anos, a própria Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems) foi condenada a cobrir o tratamento ABA de uma criança autista de apenas dois anos. 

Desde então, esses cancelamentos de contratos pelos mais variados planos de saúde coletivos passaram se tornar frequentes e, motivada pela ampla cobertura midiática, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) emitiu nota em 20 de maio do ano passado, indicando as diretrizes de contratação e rescisão dos planos de saúde e exclusão de usuários.

Conforme estabelecido no texto, entre outros pontos, é proibida a "prática de seleção de riscos". 

"Ou seja, nenhum beneficiário pode ser impedido de adquirir plano de saúde em função da sua condição de saúde ou idade, não pode ter sua cobertura negada por qualquer condição e, também, não pode haver exclusão de clientes pelas operadoras por esses mesmos motivos", expõe a ANS. 

Tratamento ABA

Terapia multidisciplinar e intensa, o tratamento ABA é considerado efetivo no tratamento da pessoa autista, por promover principalmente a aprendizagem e autonomia da criança. 

Cada sessão é adaptada para desenvolver cada paciente específico, podendo contar tratamentos com: 

  • Terapia Ocupacional com Integração Sensorial, Psicoterapia, 
  • Equoterapia,
  • Fonoaudiologia,
  • Musicoterapia, etc.

A Agência frisa que a RN 469/2021 garantiu aos portadores de TEA acesso a número ilimitado de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, o que se somou à cobertura ilimitada que já era assegurada para as sessões com fisioterapeutas.

Justamente por ser personalizada, a chamada terapia ABA pode ser aplicada não somente em clínicas, mas também em casa e no ambiente escolar.

A Unimed Campo Grande foi procurada para manifestar sua versão e o espaço segue aberto para posterior posicionamento 

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SAFRA 24/25

Com 4,2 bilhões de litros, MS bate recorde na produção de etanol

Expectativa é que a próxima safra, que se inicia em abril, produza 10% a mais do que esta, ou seja, cerca de 500 milhões de litros a mais

26/03/2025 09h45

MS bate recorde na produção de etanol e expectativa para a próxima safra é ainda maior

MS bate recorde na produção de etanol e expectativa para a próxima safra é ainda maior Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Segundo dados da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), MS bateu recorde na produção de etanol com 4,2 bilhões de litros produzidos nesta safra 24/25, sendo o quarto maior do país no quesito.

Mesmo com o número histórico, a produção não atingiu a expectativa, que era de 4,5 bilhões de litros, provavelmente devido à grande estiagem que o estado vem enfrentando nos últimos meses. Desse total, o etanol de milho é responsável por 37%, ou seja, 1,55 bilhão de litros.

Na safra anterior, MS produziu 3,8 bilhões, ou seja, houve um aumento de 10,53% de uma safra para outra. Ainda, para 25/26, que se inicia em 1º de abril, a expectativa é que o estado atinja 4,7 bilhões de litros, volume 11% maior em relação ao ciclo atual.

Acerca do plantio de cana-de-açúcar, a produção caiu de 51 milhões de toneladas para 48,5 milhões, portanto, é esperado que o estado recupere um pouco dessas toneladas perdidas na próxima safra, atingindo cerca de 50,5 milhões, aumento de 3,5% em relação a essa.

Com essa queda no plantio da cana, a produção de açúcar também caiu, de 2,2 milhões de toneladas para 1,9 milhões. Também visando uma recuperação neste setor, o estado espera que essa produção aumente em 30%, atingindo 2,6 milhões de toneladas produzidas.

"O setor de bioenergia é um dos eixos estruturantes da política de desenvolvimento do Estado. E o Governo definiu como prioritário em investimentos, porque temos competitividade, assim como nas florestas e na proteína animal. Por isso o Governo buscou atrair indústrias de etanol de milho e isso tem garantido um salto na produção de bioenergia de milho de 37% no Estado", disse Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.

CARBONO NEUTRO

Alinhando com os objetivos do projeto Carbono Neutro até 2030, o estado de 2020 a 2024 impediu a emissão de 13,7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera com a produção de etanol, equivalente a 89 milhões de árvores plantadas.

De acordo com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA, tem por objetivo estabelecer um conjunto de ações e medidas de responsabilidade do poder público, das atividades econômicas e da sociedade em geral para que, no âmbito do território sul-mato-grossense, as emissões de gases de efeito estufa sejam neutralizadas a partir de 2030, antecipando assim, em 20 anos, a meta de 2050, estabelecida no Acordo de Paris.

De acordo com o Plano, no prazo de 6 anos, o Governo de Mato Grosso do Sul irá atingir o estágio de Estado com Emissão Líquida Zero (ELZ), ou Carbono Neutro, por meio de ações coordenadas e integradas e na adoção de medidas contundentes no âmbito dos seguintes eixos temáticos:

  • a) No Agronegócio: com ações concentradas no efetivo manejo dos solos, na redução dos níveis de fermentação entérica, no manejo de dejetos suínos e no controle da queima de resíduos agrícolas;
  • b) Na Mudança no Uso da Terra e Florestas: com a adoção de medidas para a devida restauração de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais, à redução dos incêndios em áreas nativas e florestas plantadas, à redução do desmatamento legal ou ilegal, e ao investimento em Floresta Plantada;
  • c) Na Energia: com a redução das emissões geradas pela queima de combustíveis e ao apoio à produção de energia renovável;
  • d) No Tratamento de Resíduos: com ações destinadas à promoção de programas de controle de efluentes líquidos e sólidos;
  • e) Nos Processos Industriais: referente ao estímulo a programas de eficiência energética e incentivo à utilização de energias renováveis nos processos de produção industriais.

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