Cidades

MEIO AMBIENTE

Apenas um terço de todas as nascentes do Pantanal se mantêm conservadas

Levantamento foi feito em 2023 e 2024, quando o território enfrentou grande período de seca e graves incêndios florestais

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O território de mais de 138 mil km² do Pantanal no Brasil, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pode ser representado com uma certa semelhança a uma bacia. Na borda, que é o planalto, está boa parte da origem da água que vai alimentar os rios pantaneiros.

Mesmo que por lá nem seja Pantanal exatamente, mas área de Cerrado. Já nas laterais da bacia e no fundo dela, na planície, estão regiões que alagam e que formam as paisagens tão conhecidas do Pantanal.

Nesse ecossistema de muita interdependência entre as regiões, três estudos apontaram que só um terço das nascentes ainda está conservada para garantir o fluxo de água.

Ao se tratar do tema da conservação de áreas do Pantanal, uma das abordagens que está sendo proposta é de que governos atuem não só no território, mas também nas chamadas Cabeceiras, o que seria a “borda da bacia”. 

Os levantamentos foram feitos em 2023 e 2024, período em que o território pantaneiro enfrentou sua pior seca em mais de um século de catalogação de dados, bem como teve o registro de incêndios florestais graves, que atingiram 17% do Pantanal.

Além disso, a pesquisa apontou para um menor volume de chuva na série histórica de 1986-2023 nas sub-bacias dos Rios Jauru (MT) e Taquari (MS), com 61% de redução na superfície de água no Pantanal.

A compilação das pesquisas resultou no produto chamado “O valor da restauração – como a cobertura vegetal reduz erosão e gera benefícios econômicos e resiliência hídrica nas Cabeceiras do Pantanal”, publicado pela WWF e Aegea.

“A região das Cabeceiras do Pantanal tem o uso do solo predominantemente voltado à atividade agropecuária e enfrenta diferentes desafios relacionados à segurança hídrica e mudanças climáticas, tais como a ampliação de complexos hidrelétricos, alteração do fluxo dos rios e perda ou fragmentação de habitat, decorrente de incêndios, desmatamento e conversão de terras para a agropecuária. 58% da paisagem se encontra antropizada, e as pastagens são o uso do solo mais predominantes na paisagem (42%), sendo a maioria com alto grau de degradação (67%)”, identificou os estudos.

“Entre 2012 e 2022, houve um aumento da supressão da vegetação nativa (+4%) e do cultivo de soja (+47%), e a diminuição dos corpos d’água (-26%)”, completou.

Apesar das belezas mais famosas do Pantanal estarem na planície, é na área das Cabeceiras que a saúde do fluxo das águas mais é interdependente.

As pesquisas apontaram que 80% da alimentação dos rios pantaneiros e da manutenção dos ciclos do território têm origem nessas Cabeceiras. Além disso, os materiais de sedimentação também surgem a partir dessa área mais alta.

Dentro da região chamada de Bacia do Alto Pantanal (BAP), que inclui em Mato Grosso do Sul áreas como a Serra do Amolar e partes da sub-região do Paiaguás, todas elas localizadas dentro do município de Corumbá, há áreas que integram parte das Cabeceiras.

“Desafios enfrentados na planície pantaneira são, muitas vezes, reflexos das atividades desenvolvidas na região de Cabeceiras, que impactam negativamente os pulsos de inundações, diminuem as áreas alagadas, alteram os fluxos de sedimentos e nutrientes entre o planalto e a planície, e assim, em decorrência de um ambiente mais seco, aumentam o risco de incêndios”, explicaram os pesquisadores do projeto Águas para Todos – restauração e benefícios hídricos nas Cabeceiras do Pantanal.

As áreas das Cabeceiras estão localizadas em Mato Grosso, em municípios como Poconé, Cáceres, Barão de Melgaço. Já em Mato Grosso do Sul, há Miranda, Aquidauana, São Gabriel do Oeste, parte de Bonito e Bodoquena. E entre os biomas envolvidos há tanto a Amazônia (16%) como o Cerrado (84%). São 211.740,4 km² de território a gerar algum impacto no Pantanal.

EFEITO CASCATA

Para tentar encontrar medidas que possam mitigar o comprometimento de mais de 60% da geração de recursos hídricos que vão alimentar o Pantanal e mais de uma dezena de municípios, tanto em MT como em MS, a pesquisa sobre as condições das Cabeceiras identificou necessidade de aumentar a cobertura do solo com vegetação nativa para aumentar em até 40% a infiltração da água.

Para se identificar essa realidade, houve pesquisa desenvolvida em Bonito, onde há os chamados banhados, ao mesmo tempo que há espaço sendo dividido com a produção agrícola. A soja é a principal plantação e teve como área cultivada mais de 70,4 mil hectares na safra 2022/2023.

Ao todo, quatro fazendas foram utilizadas para servir de base para levantamento de dados. Um simulador de chuva chegou a ser utilizado para ver o comportamento do solo exposto a 48 minutos de água.

Já em microbacias de Jauru (MT) e Miranda, o levantamento trabalhado em 805,1 mil hectares mostrou que, a cada R$ 1 investido em restauração do solo e uso de melhores práticas agropecuárias, deixou-se de gastar até R$ 8 com tratamento de água para as cidades de Bonito, Miranda, Aquidauana e Anastácio. 

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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