Mesmo com chuvas mais aparentes em todo o estado, as condições de seca no Mato Grosso do Sul intensificaram após o fim do mês de novembro, segundo o boletim mensal divulgado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (CEMTEC).
Ao todo, 45 municípios foram analisados, 27 municípios tiveram chuvas abaixo e 18 municípios tiveram chuvas acima da média histórica. O destaque positivo do mês foi Bataguassu, que registrou 273,2 mm de precipitação, 105% acima da sua média histórica de novembro (133,4 mm).
Do outro lado da moeda, dentre as tantas cidades que ficaram abaixo, o destaque negativo foi Miranda, onde foi registrada apenas 42,2 mm de chuva no 11º mês do ano, do qual é esperado cerca 144,7 mm, 71% a mais do que o observado pelo órgão meteorológico.
Mesmo que por pouco, Campo Grande também ficou abaixo da média histórica, registrando 140,8 mm, 23,1 mm a menos do que o esperado em novembro, ou seja, 14%. Importante citar que a capital sul-mato-grossense tem outros três registros em locais diferentes: na Vila Santa Luzia, onde foi registrado 130,2 mm; na Embrapa, onde registrou 98,2 mm; e na UPA Aparecida Gonçalves, onde registrou 85,6 mm.
Ainda, sobre as temperaturas, a maior registrada foi 39,6ºC no último dia 29 em Porto Murtinho. Já a menor temperatura registrada foi 7,5°C no dia 13 em Iguatemi. Campo Grande ficou acima da média histórica, tanto em temperatura mínima (22°C), quanto em máxima (32°C).
Diante desses números, o próprio CEMTEC descreve que "no geral, comparado ao mês passado, houve uma intensificação das condições de seca no estado. Nas três escalas, observa-se intensidade na categoria seca, indicando déficit de precipitação. As regiões mais críticas continuam sendo sudeste, leste e bolsão".
Novembro é o décimo mês de 2024 do qual Mato Grosso do Sul ficou abaixo da média histórica em chuva. O único mês em que as precipitações ficaram acima da média foi abril, do qual 30 municípios tiveram chuvas acima e 15 municípios abaixo.
Próximos três meses
Segundo previsão do instituto, as chuvas em dezembro, janeiro e fevereiro não devem apresentar grandes desvios em relação à média histórica, ou seja, podem ser meses de bons números de precipitação.
Em grande parte do estado, as chuvas variam entre 500 a 600 mm. Na região extremo nordeste as chuvas variam entre 600 a 800 mm e na região oeste do estado varia entre 400 a 500 mm.
Acerca da temperatura, a média no estado nesses próximos três meses varia entre 24-26°C. Nas regiões noroeste e partes do nordeste do estado, as temperaturas variam entre 26-28°C.
"A temperatura do ar deve permanecer acima da média para o período, ou seja, há previsão de um trimestre mais quente que o normal em Mato Grosso do Sul", segundo consta no boletim do CEMTEC.
Situação de Emergência
O Governo do Estado declarou, no dia 21 de outubro, situação de emergência devido a estiagem prolongada, nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, pelo período de 180 dias.
O decreto inicia em 21 de outubro de 2024 e terminará em 19 de abril de 2025. A decisão foi publicada no Diário Oficial Eletrônico desta segunda-feira (21).
Com isso, foi autorizado a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem, sob a coordenação da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), nas ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução.
Também está permitido adentrar nas casas, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação e usar propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
O decreto levou em consideração os seguintes pontos:
- Maioria dos municípios de MS enfrentam seca extrema há meses, o que resulta em aumento exponencial de focos de calor no Estado;
- Impactos das queimadas para agropecuária;
- Perdas econômicas;
- Degradação da vegetação, do solo, da fauna, dos bens materiais e a vida humana;
- Prejuízo econômico direto de R$ 17.247.666,86 para a agropecuária pantaneira.
*Colaborou Naiara Camargo