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CORUMBÁ

Apesar do impasse com bispo, lavagem da escadaria será feita

Apesar do impasse com bispo, lavagem da escadaria será feita

DIÁRIO DE CORUMBÁ

27/12/2011 - 18h00
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Ele relatou ao Diário Online o esforço da Casa de Candomblé Ilê Afro Axé Orixá, que participa desde o início das manifestações, juntamente com entidades ligadas à cultura afro-descendente na cidade como o Imnegra (Instituto da Mulher Negra do Pantanal), IMKOP (Instituto Madê Korê Odara do Pantanal), grupo de capoeira Cordão de Ouro, a seccional da FECAMS (Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul) e Acoglet (Associação de Gays Lésbicas e Travestis) para sensibilizarem a maior autoridade católica local a repensar a decisão. Segundo o babalorixá na última sexta-feira, 23 de dezembro, após uma reunião na sede do Imnegra, uma delegação foi escolhida para dialogar com o bispo diocesano de Corumbá, Dom Martinez Alvarez.

"Fomos até à casa do bispo que nos recebeu muito bem, entretanto, ele manteve a decisão de não permitir a realização da missa, inclusive recebi uma pergunta dele me questionando por que não lavávamos a escadaria da igreja evangélica. Lembrei ao bispo que não foi o evangélico que pegou o negro contra a vontade dele e o batizou na época do Brasil colônia, tirando o nome original para substituir pelo nome derivado do santo católico do dia do batismo. Lembrei que quem lavava as igrejas, quem bordava as vestimentas dos sacerdotes católicos, quem colhia as uvas para se transformarem no vinho da consagração eram os negros", disse, e aproveitou para também fazer questionamentos.

"Eu me senti discriminado e pergunto: será que é porque é uma religião afro-descendente? Será porque são as vestes afro-brasileiras que visto? Ou será que é porque é a religião que mais agrega o público LGBT?", argumentou Clemílson. "Ele deixou claro que não aceita nossas roupas dentro da igreja e daí eu pergunto será que quando estou com um determinado tipo de roupa, esse Deus não me enxerga? Esse Deus não consegue me enxergar atrás de uma roupa? Eu creio que ele consegue enxergar meu coração, a bondade que tem dentro de mim", ponderou o babalorixá que reforçou o propósito da lavagem precedida da missa na igreja.

"Era para mostrar para o nosso público que acredita num Deus vivo, a unificação de duas religiões ou pelo menos o respeito de uma pela outra em busca de tirar os jovens das coisas ruins. Nós tínhamos conseguido fazer isso em Corumbá, com o apoio do prefeito, da Fundação de Cultura do Pantanal de Corumbá, e principalmente, da comunidade católica", ressaltou ao destacar que há 4 anos a celebração da missa e a lavagem da escadaria entraram para o calendário de eventos da cidade.

"Quando começamos era algo pequeno apenas 30 fiéis, hoje, cerca de 1.500 pessoas participam direta ou indiretamente. De antemão me preocupei muito com a população da cidade, do estado, e hoje posso falar do Brasil porque muita gente está vindo como, ano passado, tínhamos moçambicano, japonês, vendo a missa com a lavagem. Jornais de outras cidades e hoje, peço à comunidade, principalmente, a católica que esteja lá porque a missa era considerada um momento de unificação", conclamou. O babalorixá afirmou que a atitude da Diocese motivou a organização de uma movimentação contra os atos discriminatórios na cidade.

"Após a lavagem vamos marcar outra reunião com todos os presidentes de ONG's para sensibilizar contra a discriminação. Vai ser um retrocesso a favor da discriminação, da discórdia de povos se nós aceitarmos isso de forma calada", disse ao informar que uma passeata está prevista para ocorrer na primeira quinzena de janeiro.

Bispo diocesano mantém decisão

Procurado pela reportagem do Diário, o bispo diocesano Dom Martinez afirmou ter se reunido com os representantes de religiões de entidades que zelam pela cultura afro-brasileira e manteve seu posicionamento já detalhado em matéria publicada neste mesmo jornal no dia 15 de dezembro.

"Quando tomamos uma decisão, ela não é leviana, é fruto de ponderação. Tomamos não pensando em voltar atrás. Repito que, com base na opinião de alguns fieis, e no que acontece na Bahia, que também não abre as portas (da igreja), nós decidimos por não realizar a missa no dia 30 de dezembro na igreja Matriz. Nós não queremos ser diferentes do Brasil, não queremos inventar moda", declarou.

O bispo aproveitou para esclarecer que não confere ao padre da igreja Matriz a decisão celebrar ou não a missa."Os horários de missa, não somente nessa igreja, mas em todas as comunidades quem decide é o pároco, entretanto, sobre a missa do dia 30, na Nossa Senhora da Candelária, já havia a orientação e pela repercussão da decisão, o caso foi parar num canal de TV onde o padre deu uma entrevista, o que levou muita gente a pensar que a decisão foi dele, mas a decisão foi minha", assumiu.

Em entrevista anterior, o bispo disse que "com as religiões de cunho africano, a comunhão conosco não chegou ao ponto de compartir a eucaristia. Não é que haja animosidade, em absoluto, mas nosso nível de comunhão ainda não é tão profundo para podermos compartir a eucaristia que, para nós, é momento de comunhão mais profundo dentro da igreja católica".

A reportagem também entrou em contato com a administração da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, que informou que não realiza missa para o cortejo de candomblecistas no dia dedicado ao santo. Segundo a administração, o padre recepciona o cortejo com uma réplica da imagem do Nosso Senhor do Bonfim, abrindo o átrio (área externa cercada) da igreja, onde acontece a lavagem das escadarias.

Antônio João

"Pix" de R$ 27 milhões cai na conta e fazendeiros deixam terra indígena em MS

14/11/2024 18h10

Repasse foi finalizado na tarde desta quinta-feira (14)

Repasse foi finalizado na tarde desta quinta-feira (14) Foto: Divulgação

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Nesta quinta-feira (14), os fazendeiros Roseli Ruiz e Pio Silva foram os últimos a deixar a Terra Indígena (TI) Ñande Ru Marangatu, em Antônio João, saída que acontece após a União finalizar o pagamento indenizatório de R$ 27 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai, próximo à faixa de 150 quilômetros paralela à linha divisória do território nacional.

Anunciada pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni por volta das 17h, a retirada dos produtores encerra um ciclo de conflitos de 27 anos entre fazendeiros e indígenas, uma vez que o pagamento torna a terra de 9.317,216 hectares propriedade da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). 

“Encerra 27 anos de conflito para ambos os lados, tanto para os produtores como para os indígenas.  Hoje, o Governo Federal depositou todo o valor das benfeitorias, e agora estamos fazendo aqui a retirada da Roseli, as últimas coisas dela, entregando definitivamente a posse para a Funai. A saída aconteceu por volta das 17h, a propriedade agora pertence à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).”, disse Bertoni em uma rede social. 

Em acordo indenizatório histórico realizado em setembro último, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia determinado que a área é território ancestral indígena, imbróglio iniciado em 2005.

Como anunciado na última terça-feira (12) pelo Correio do Estado, os proprietários da fazenda tinham cerca de 15 dias para deixar o local, que deve receber presidente Lula já no próximo dia 25, data prevista para a assinatura de homologação da terra.

Ao todo, a União repassou R$ 27.887.718,98  a título das benfeitorias apontadas em avaliação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005, valores  corrigidos pela inflação e a Taxa Selic.

Os proprietários também devem receber indenização, pela União, no valor de R$ 101 milhões pela terra nua. O Estado deverá efetuar, em depósito judicial, o montante de R$ 16 milhões, também a serem pagos aos proprietários, previstos para janeiro de 2025. 

O acordo prevê a extinção de todos os processos em tramitação no Judiciário envolvendo a disputa da TI, processos a serem extintos sem resolução de mérito.

No dia 18 de setembro, após o assassinato do indígena Neri Guarani Kaiowá, de 23 anos, a última etapa do processo demarcatório do território indígena do povo guarani-kaiowá, que estava paralisada há 19 anos, voltou a ser revista por meio de uma petição do MPI, fator que acelerou o desfecho do repasse do território.

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Evento no Bairro

Feira Sagarana terá brechó kids com peças a partir de R$ 5

Com diversos expositores e atrações, o evento ocorre neste domingo (17), no Portal do Panamá, em Campo Grande

14/11/2024 18h00

Foto: Divulgação

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A 1ª Feira Cultural Sagarana será neste domingo (17), com peças para bebês a preços acessíveis, outros expositores e atrações diversas, na praça Antônio Papi Neto, no bairro Portal do Panamá.

Responsável pelo Brechó Kids João e Maria, Sônia de Medeiros conversou com a reportagem do Correio do Estado e contou que irá expor peças de segunda mão para recém-nascidos até crianças de 12 anos.

Com preços a partir de R$ 5,00 e o mais caro, R$ 35,00, é uma oportunidade para quem precisa renovar o guarda-roupa com moda sustentável.

São roupas como bodies, macacões, calças e mijãozinhos, com preços de R$ 5,00 a R$ 15,00. Já para crianças maiores de 1 ano, ela tem opções como camisetas, vestidos, shorts e calças jeans, com valores de R$ 6,00 a R$ 35,00.

Reprodução Redes Sociais

Além disso, a feira contará com expositores de artesanato, ação do Instituto Sangue Bom, adoção de pets e espaço kids. Está achando que acabou?

Para animar o domingão, a Feira Cultural Sagarana abre alas com show de samba ao vivo com o grupo Sabadoniran.

Conscientização

Durante o evento, o Instituto Sangue Bom promoverá ações explicando para os presentes a importância da doação de sangue e medula óssea.

Organização

Com o objetivo de fomentar a economia e promover atividades diferenciadas para moradores do bairro e vizinhos, a organização está por conta de quatro amigas empreendedoras: Beatriz, Dagmar, Luzia e Meliza, que resolveram montar a própria feira.

Programação

Praça Antônio Papi Neto

  • Abertura: 9h
  • Música ao vivo: 10h às 13h
  • Ação com o Instituto Sangue Bom: 13h às 13h30
  • Encerramento: 15h
  • Ruas: Sagarana, Otávio Mangabeira, Lenin Flores Bergozi e Tv. Pacaty.

 

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