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Após 3 meses, motoristas ainda usam corredores de ônibus

Uso do corredor é infração gravíssima, que prevê multa de R$ 293,47 e 7 pontos na carteira; em pouco tempo, reportagem flagrou dois carros na faixa de ônibus

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O corredor de ônibus da Rua Rui Barbosa foi inaugurado em dezembro de 2022, e, três meses depois, motoristas e motociclistas continuam usando a faixa exclusiva de maneira indevida. Na semana passada, uma mulher de 59 anos morreu após ser atropelada por um carro que usava o corredor. 

Segundo o gerente de Fiscalização de Trânsito da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Carlos Guarini, usar a faixa exclusiva de ônibus é infração gravíssima, passível de multa de R$ 293,47 e perda de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). 

“Não pode parar, não pode estacionar, todas elas [pessoas] podem ser multadas em decorrência disso”, comentou o gerente. 
Guarini relata que há apenas uma situação em que os motoristas podem utilizar os corredores de ônibus, quando precisarem fazer uma conversão à esquerda. 

Nesse caso, o gerente de fiscalização informa que os condutores devem acessar a via exclusiva apenas 30 metros antes e sinalizar com a seta que farão a conversão. 

A Agetran realiza fiscalizações diariamente, em horários alternados, em todas as vias que têm corredores exclusivos de ônibus em funcionamento, que são as ruas Rui Barbosa, Brilhante e Guia Lopes da Laguna e a Avenida Duque de Caxias. 

No entanto, a fiscalização não é direcionada para os casos de infração por utilizar a faixa exclusiva, mas, sim, para ações normais da agência. 

O gerente alerta que, além de ser uma infração, utilizar a via exclusiva para ônibus pode ocasionar acidentes que seriam evitados se o condutor respeitasse as leis de trânsito. 

“É importante que se respeite, não só pela segurança dela, mas também de outras pessoas”, comentou. 

No dia 28 de março, Evanir Carvalho de Souza foi atropelada por um Renault Captur branco que estava no corredor de ônibus, na Rua Rui Barbosa, entre a Rua Antônio Maria Coelho e a Avenida Mato Grosso. A mulher estava a caminho da Santa Casa para visitar a mãe, que estava intubada. 

A mãe, Leonilda Rodrigues de Oliveira, de 82 anos, morreu horas depois do falecimento da filha. 
Evanir e Leonilda foram sepultadas uma ao lado da outra. A condutora do veículo que atropelou a mulher foi presa em flagrante, mas pagou fiança de R$ 7 mil e foi liberada horas depois. 

Pessoas que estavam no local na hora do acidente relataram que a motorista se recusou a realizar o teste de bafômetro.

CORREDORES DE ÔNIBUS 

Em 2011, foi acertado um pacote de obras que visava a instalação de corredores de ônibus em Campo Grande. As alterações foram viabilizadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana. No entanto, nem todos os corredores previstos foram entregues até o momento. 

O corredor da Rua Brilhante, por exemplo, começou a ser feito em 2016 e só foi entregue em abril do ano passado, seis anos depois do início das obras. No mesmo pacote da via também estava prevista a instalação de um corredor na Avenida Bandeirantes, que está paralisado desde 2020. 

Em novembro do ano passado, a prefeitura abriu edital para relicitação das obras dos corredores da Avenida Bandeirantes e da Rua Bahia. Os documentos de habilitação e as propostas deveriam ser entregues até o dia 10 de janeiro deste ano. No entanto, a licitação foi paralisada pela Prefeitura de Campo Grande para a elaboração de um adendo. 

Além das duas obras, a faixa exclusiva para ônibus da Avenida Marechal Deodoro também está prevista para ser entregue neste ano. Já na Avenida Calógeras, as obras foram paralisadas na metade de 2022. 

Segundo a empreiteira responsável pela via, a GTA Projetos e Construções, os motivos da rescisão do contrato foram o atraso no pagamento e a defasagem nos preços dos materiais. 

O primeiro contrato, de 2011, garantiu R$ 180 milhões do PAC para investimento no transporte público da Capital. Já em 2021, foi realizado o segundo contrato, intitulado de PAC 2, que previa R$ 13,3 milhões para obras de mobilidade urbana e execução de um ano. 

Entre as obras previstas no PAC estavam os corredores da Avenida Bandeirantes e das ruas Brilhante e Guia Lopes da Laguna. Já no PAC 2 estava previsto o corredor da Avenida Calógeras. 

Os novos corredores deveriam ser instalados em todas as regiões da Capital, onde os ônibus circulariam em uma faixa exclusiva, com trânsito livre e semáforos sincronizados nos cruzamentos, reduzindo, assim, em até 20% o tempo de viagem.

Saiba: Além dos corredores, no pacote de obras do PAC Mobilidade Urbana também estavam previstas ações de drenagem e construção de cinco terminais, entre outras medidas que impactam o trânsito.

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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