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'Acordo dos sonhos' sobre BR-163 põe em xeque a relação da ANTT com a CCR

Agência que definiu termos no novo contrato e que deveria ter fiscalizado o atual funciona no mesmo endereço da sede estadual da concessionária

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“Apesar de não haver uma sociedade formal entre os filhos dos desembargadores VLADIMIR e SIDENI, o fato de utilizarem o mesmo endereço para seus escritórios de advocacia aponta para a existência de um forte vínculo entre tais famílias”. 

A citação acima é do delegado da Polícia Federal Marcos André Araújo Damato e consta no inquérito que fundamentou o afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul por suspeita de existência de um esquema de venda de sentenças. 

No caso dos dois desembargadores (Vladimir Abreu e Sideni Pimentel), a suspeita é de que houvesse uma espécie de troca de favores, que consistia em um julgar favoravelmente os processos dos filhos do outro. 

Por isso, escreve o delegado, “entendemos haver indícios da existência de associação criminosa entre as citadas pessoas, no sentido de que as decisões dos referidos desembargadores beneficiem a atuação profissional de seus filhos advogados”. 

E, se esta coincidência de endereços gera estranheza da Polícia Federal no caso da Ultima Ratio, o recente acordo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com a CCR MSVia para renovar o contrato da concessão da BR-163 se enquadra nesta mesma categoria.

 A sede estadual DA CCR MSVia tem o mesmo endereço da ANTT.  Ambas funcionam às margens do anel viário de Campo Grande, na região das Moreninhas. E, foi a própria CCR que construiu o prédio da agência, que deveria fiscalizar o correto cumprimento do contrato de concessão, o qual previa a duplicação da rodovia até 2019. 

“É estranho. Como que uma agência de regulação funciona dentro de uma concessionária?”, questiona Dorival de Oliveira, gerente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do MS (Setlog-MS). “Que eu saiba, é só aqui no Estado que isso ocorre”, afirma Dorival. 

Ele não poupa críticas aos termos da repactuação aprovados no último dia 13 pelo Tribunal de Contas da União para que a CCR continue administrando a BR-163 por mais 30 anos. Para ele, precisa ser feita uma nova licitação. 

Conforme estes termos, a CCR precisará duplicar apenas 203 dos 666 quilômetros que ainda faltam. Em 2014, lembra Dorival, a empresa havia assumido o compromisso de duplicar todos os 845 quilômetros, mas duplicou apenas 150.

E, além de livrar a concessionária da necessidade de duplicar a principal rodovia de Mato Grosso do Sul, a ANTT ainda vai permitir que em quatro anos a CCR eleve a tarifa de pedágio em mais de 100%

CONFISCO

Indagado se ele considerava estes termos como uma espécie de benesse concedida à CCR, Dorival  foi bem mais taxativo. “Isso é um confisco. Isso não passa de um caça-níquel. Quando há duplicação, algo que reduz os custos do transporte, a gente concorda em pagar pedágio. Mas do jeito que está, trata-se de uma expropriação”, reclama o representante das empresas de transporte.

Para Dorival, porém, a responsabilidade por este confisco não é dos servidores da ANTT que trabalham em Mato Grosso do Sul. “O pessoal daqui atua mais no âmbito da fiscalização dos ônibus. Estes projetos maiores, como é o caso da repactuação do contrato, são definidos por técnicos de Brasília”, afirma Dorival. 

Embora esta repactuação já tenha sido aprovada pelo TCU, o comando do Setlog acredita que  ainda é possível impedir a assinatura deste novo acordo.

“Em dezembro deve acontecer uma audiência pública e a gente vai fazer o máximo esforço para tentar tirar essa empresa e fazer uma nova licitação. Para quem já esperou por dez anos, não custa nada esperar mais dois ou três para fazer uma nova licitação que seja menor prejudicial para quem utiliza a rodovia”, afirma Dorival. 

O QUE DIZ A ANTT

Procurada, a assessoria da ANTT informou que "os contratos de concessão rodoviária frequentemente incluem cláusulas que preveem a construção de estruturas operacionais pelas concessionárias, destinadas a apoiar órgãos federais, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no exercício de suas atividades de fiscalização ao longo das rodovias concedidas".

Além disso, diz a nota, "no caso específico da BR-163/MS, o endereço citado, localizado na Avenida Zilá Machado, 5.600, em Campo Grande, abriga tanto instalações da ANTT quanto da concessionária CCR MSVia. Contudo, é importante esclarecer que as áreas dentro do complexo são completamente individualizadas, atendendo às necessidades exclusivas de cada entidade."

"Adicionalmente, ressaltamos que o escritório da ANTT em Campo Grande (ESROD/MS) está subordinado ao escritório central da Coordenação Regional de Fiscalização da ANTT (COROD/MT), localizado em Cuiabá/MT. Essa coordenação regional é responsável pela supervisão das concessões rodoviárias nos estados daquela região, assegurando que as atividades de fiscalização e regulação sejam conduzidas com independência e seguindo os mais altos padrões técnicos e institucionais", diz a nota da agência. 

"A proximidade física com a concessionária não compromete a autonomia da ANTT, que mantém total imparcialidade em sua atuação, incluindo a fiscalização e a condução de processos relacionados à repactuação contratual. Essa prática de compartilhamento de infraestrutura logística é adotada em outros estados e visa otimizar recursos, garantindo eficiência operacional e logística", conclui a nota da assessoria. 

(matéria editada às 13 horas do dia 18, para acréscimo da nota da ANTT)

Cidades

Segurança passa mal ao inalar gás tóxico em posto de saúde de MS

O vazamento ocorreu na câmara fria da unidade, onde são armazenados os medicamentos

28/07/2025 18h13

Reprodução Governo do Estado

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O Corpo de Bombeiros foi acionado após um segurança inalar gás tóxico proveniente da câmara fria de um posto de saúde, no bairro Cohab, em Ladário, município localizado a 421 km de Campo Grande.

Uma equipe se deslocou para a unidade por volta das 19h21 de domingo (27). O posto fica na rua Nicola Scaffa e o chamado foi feito devido a um vazamento de gás na câmara fria, onde são armazenados os medicamentos da unidade.

Segundo informações levantadas com os profissionais que trabalham no local, o segurança do turno da noite passou mal após inalar o gás tóxico e precisou ser encaminhado ao pronto-socorro.

A equipe precisou entrar na unidade utilizando equipamentos de proteção respiratória. Os bombeiros abriram todas as portas e janelas para permitir a ventilação natural do ambiente.

Durante a inspeção, os bombeiros constataram que a câmara fria emitia um sinal sonoro, que estava ativado.

Após realizar todo o procedimento de segurança, a equipe repassou as orientações necessárias sobre os cuidados que devem ser adotados em casos de vazamento de gás tóxico.

O estado de saúde do profissional, assim como a origem exata do vazamento, não foi informado pela assessoria do Corpo de Bombeiros.

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Chamamento público

ONG intermedia obras ambientais de R$ 3,6 milhões em dois municípios de MS

Edital prevê obras que combatem a erosão do solo e o assoreamento de rios

28/07/2025 18h00

Foto: Divulgação

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Com obras em torno de R$ 3,6 milhões, o Instituto Taquari Vivo abriu processo seletivo para contratação de empresa especializada na readequação de estradas vicinais e construção de terraços nos municípios de Figueirão e Alcinópolis.  A ONG venceu o Edital de Chamamento Público lançado pelo Governo do Estado e intermediará as obras que combatem a erosão do solo e o assoreamento dos rios da região. 

As intervenções devem beneficiar diretamente áreas de alta vulnerabilidade ambiental. Os municípios possuem solos arenosos e são fortemente impactados pelas condições precárias das estradas e pelo uso intensivo do solo, o que agrava o carreamento de sedimentos para os cursos d’água.

A contratação prevê a execução de 25 quilômetros de readequação de estradas rurais de leito natural, 375 quilômetros de terraços com camalhão central e 2.460 encabeçamentos nas extremidades dos terraços em cada um dos dois municípios. O objetivo é conter a erosão e impedir que sedimentos continuem impactando negativamente os rios locais.

A empresa vencedora terá até 180 dias para concluir os trabalhos após a emissão da ordem de serviço, com possibilidade de prorrogação mediante justificativa técnica. A fiscalização e a aprovação das obras ficarão sob responsabilidade do próprio Instituto Taquari Vivo.

Ainda segundo o edital, não será permitida subcontratação, e as empresas deverão comprovar experiência prévia na execução de obras similares, além de equipe técnica  para garantir o cumprimento das metas ambientais e estruturais previstas.

Serviço

As empresas interessadas devem encaminhar suas propostas até o dia 14 de agosto de 2025, às 17h30, para o e-mail [contato@taquarivivo.org]. O processo seletivo será conduzido com base no critério de menor preço global. 

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