Mães de alunos estão organizando um protesto na próxima segunda-feira (10) solicitando mais segurança para os filhos após aviso de chacina pichado no banheiro masculino dos alunos da Escola Municipal José Mauro Messias, no bairro Moreninha, em Campo Grande.
Conforme informação dos pais ao Correio do Estado, a mensagem pichada está apavorando os responsáveis. O protesto é uma tentativa de obter uma posição mais firme da escola.
A ameaça foi escrita com caneta vermelha no banheiro masculino da escola e dizia: “Chasina [chacina] 18/04/2023 aqui nessa escola no 8º [ano]”.
Deborah é mãe de um menino de sete anos que estuda no primeiro ano da escola municipal. Segundo ela, o filho não está frequentando as aulas desde o anúncio da ameaça.
“É muito sério o que está acontecendo. Todas as mães entraram em acordo com a manifestação e precisamos de uma resposta. Não estou levando meu filho e enquanto não tiver providências confiáveis, ele não pisa o pé na escola”, afirmou a mãe.
Gracy Kelly tem dois filhos, uma menina de 13 e um menino de 11 anos e, apesar da insegurança, os filhos estão frequentando as aulas.
“Todos os dias eu olho a mochila dos meus meninos, eu vejo o que tem e o que não tem porque eu não deixo ficar levando as coisas, nem estilete para apontar lápis eu não aceito por causa desse perigo”, disse outra mãe.
Segundo ela, a escola ainda não se reuniu com os pais para um posicionamento claro quanto às medidas de segurança.
“A escola só sabe falar que tá tomando as devidas providências, mas sabemos que não terá muito resultado a longo prazo”.
A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Escola Municipal José Mauro Messias, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Notificações
Conforme noticiado pelo Correio do Estado anteriormente, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontou que só de janeiro a março deste ano, 26 casos de lesão corporal dolosa, quando há intenção de ferir, foram notificados nas escolas em MS.
Nesse ano, foram 16 notificações no interior, de janeiro a 28 de março, enquanto na Capital foram 10 casos. Em 2022, o interior do Estado foi responsável por 104, dos 151 registros de violência nas escolas, Campo Grande teve 47 casos.
Em 2021 foram 22 casos de lesão corporal dolosa nas escolas, sendo 12 registradas no interior e 10 na Capital. Já em 2020, período em que a maioria das escolas ficaram fechadas devido à pandemia, foram notificados 20 casos de violência em ambiente escolar, sendo 11 no interior do Estado e nove em Campo Grande.
Escola Segura, Família Forte
Ao Correio do Estado, o coordenador do Programa Escola Segura, Família Forte, Valson Campo do Anjos, informou que o programa atende 122 escolas na Capital, sendo 72 estaduais e 50 municipais.
“Nós acompanhamos todos os chamados de ameaça. As viaturas do programa, estão disponíveis em todas as regiões da cidade e acompanham as solicitações em tempo real através de grupos”, informou o coordenador.
De acordo com ele, a ronda escolar já realizou atendimentos na Escola Municipal José Mauro Messias na última segunda e na manhã desta quarta-feira (5) na Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira.
“Houve um aviso de massacre e nós chegamos na escola antes do horário de entrada para fazer uma revista nos alunos como forma de prevenir para que nada suspeito entrasse na local”, explicou.
O coordenador informou também que são oferecidas palestras aos alunos e professores afim de evitar que situações de violência ocorram no recinto.
“Algumas escolas possuem também a presença da guarda municipal. Além das rondas e revistas, nós entramos nas escolas e conversamos com os alunos como forma de conscientizar e combater a violência”.
(Colaborou: Ketlen Gomes)