Cidades

Pós acidente

Após "milagre", jovem acorda do coma e volta para casa; os desafios continuam

Amigos e familiares fizeram uma 'vakinha' para tentar ajudar a custear os tratamentos que o jovem precisa após o acidente

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O Correio do Estado tem acompanhado de perto a história de Matheus Henrique da Silva Nascimento, jovem de 19 anos que sofreu um grave acidente de moto no dia 17 de maio em Campo Grande. 

O jovem foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande em estado gravíssimo e foi constatado o diagnóstico de traumatismo craniano severo, onde ficou 9 dias em coma. 

Durante todo o tempo, amigos, familiares e conhecidos do menino se reuniram no estacionamento do hospital para cantar e orar pela sua recuperação. No dia mais cheio, mais de 150 pessoas estavam juntas intercedendo pelo rapaz. 

Definido pela médica do garoto como um “milagre”, Matheus teve alta da Santa Casa na última sexta-feira (6) para continuar os tratamentos em casa. 

Em conversa com o Correio do Estado, o pai de Matheus, Anderson da Silva Nascimento, relata que os desafios continuam após o despertar do menino. Devido à gravidade do acidente, o jovem não consegue andar sozinho e tem dificuldade na fala.

“Nós estamos correndo atrás de fisioterapia e fono, estamos tentando pelo SUS mas está complicado, não tem previsão de agendar. A médica mesmo, quando deu a alta, pediu pra gente iniciar o tratamento logo que, quanto antes, melhor”, conta Anderson. 

Além das limitações motoras e de fala, Matheus também sofreu fratura no braço e precisa de tratamento oftalmológico devido ao estrabismo em um dos olhos, devido aos danos neurais. 

De acordo com a última ressonância do garoto, ainda existe sangramento em áreas importantes do cérebro, causando dano nas conexões entre as células, que podem ter efeitos duradouros e permanentes. Além disso, foi constatado uma fratura grave na base do crânio, onde ficam regiões sensíveis e fundamentais para o funcionamento do corpo.

Próximos passos

Anderson conta que Matheus tem estado muito ansioso, sem dormir e muito agitado. Devido a uma queda recente, a família procurou a Santa Casa para retorno e novas consultas, porém, foram orientados que precisavam de um encaminhamento de uma unidade de pronto atendimento e que a Santa Casa estaria fechada por 12 horas devido à superlotação. 

“Ele acorda, pelo menos, 20 vezes à noite e, por causa da ansiedade, ele come demais. Sempre comeu muito, mas agora, bem mais. Essa noite, a gente teve que conter ele”, conta. 

O acidente afetou a família de várias formas, entre elas, a forma financeira. Anderson e Ione, a mãe do menino, dividem um carro para fazer uber.

Porém, o veículo foi acertado por outro carro que atravessou um sinal vermelho, trazendo mais prejuízo e a impossibilidade de trabalhar durante o período de acompanhamento do garoto. 

“Os gastos foram desde a internação do Matheus, com fraldas, lenços, além da gasolina de ir e vir para o hospital sempre. Alguns amigos têm nos ajudado desde então” relatou.

Com a dificuldade de agendar consultas e retornos através da rede pública de saúde, a família tem procurado atendimento particular. 

“Além da fisio e da fono, temos que ir atrás de oftalmologista pra ver o olho dele, e pelo SUS não tem previsão. Para ver o braço dele e o dedinho que quebrou, o retorno na UPA é só em setembro e ninguém quer mexer. Nós compramos os remédios para ele mas não estão mais surtindo efeito, então precisamos encaminhar para um Neurologista também, eu não tenho noção do valor, mas estou indo atrás disso também”, conta. 

Como uma alternativa para tentar ajudar, amigos da família criaram uma ‘vakinha’ para arrecadar fundos para os tratamentos de Matheus. Atualmente, o valor está em R$8 mil e tem ajudado nos tratamentos iniciais. O objetivo é arrecadar R$50 mil para que o jovem consiga realizar os tratamentos e demais despesas. 

“Toda ajuda é válida. Não é fácil, mas Deus está no controle de tudo. O importante é que a gente está correndo atrás e, aos poucos, as coisas vão normalizando”, disse Anderson. 

Se você quiser contribuir, pode acessar a ‘vakinha’ aqui. 

Relembre

Matheus sofreu uma acidente no dia 17 de maio, na avenida Tamandaré, quando tentou uma ultrapassagem pela contramão e bateu em um carro Volkswagen Brasília que fazia uma conversão irregular. Com a batida, Matheus foi arremessado e bateu a cabeça ao cair no chão. 

Testemunhas contam que ele sangrava pela boca mas não tinha nenhum machucado externo e acionaram o Corpo de Bombeiros, que chegou pouco tempo depois. O jovem foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande em estado gravíssimo e foi constatado o diagnóstico de traumatismo craniano severo. 

Nem o jovem e nem o motorista da Brasília de 65 anos possuíam carteira de habilitação. Os dois veículos foram apreendidos. Durante a abordagem, foi feito o teste de bafômetro no motorista, que apontou 0,09mg/L de álcool, o que não configura crime, mas resultou em autuação administrativa. 

Na terça-feira (20), segundo o pai do garoto, os médicos estavam prontos para decretar a morte cerebral do menino. Porém, Anderson conta que Matheus reagiu a dois dos três testes principais para constatar a atividade do cérebro. O pai conta que a médica que atendia o filho afirmou que “sem dúvidas, estamos testemunhando um milagre”. 
 

Cidadania

Mutirão de DNA gratuito auxilia no reconhecimento de paternidade em MS

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul vai realizar, no dia 16 de agosto, o projeto "Meu Pai Tem Nome", que ajuda no reconhecimento parental de crianças, adolescentes e adultos

16/07/2025 17h22

Crédito: Agência Gov

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Em mais uma edição do projeto nacional “Meu Pai Tem Nome”, que ocorre no dia 16 de agosto, a população que procurar o serviço receberá ajuda para o reconhecimento dos vínculos parentais, garantindo o direito à cidadania.

Em outras localidades, o serviço será oferecido de forma virtual. Sobre a importância da ação, o defensor público Marcelo Marinho explicou que a ideia é reconhecer os vínculos parentais.

“O objetivo é promover o reconhecimento de paternidade e maternidade, ampliando o acesso à cidadania e aos direitos fundamentais de crianças, adolescentes e adultos que ainda não possuem o nome de um dos pais em seus registros”, pontuou.

Atendimento


A iniciativa é organizada pelo Núcleo, em parceria com o Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege), e promoverá a ação presencial nos seguintes municípios:

  • Campo Grande
  • Dourados
  • Três Lagoas
  • Corumbá

Em outras cidades do interior do Estado, a ação será realizada de forma virtual.

Em Campo Grande, a previsão é de que a população seja atendida na sede do Núcleo de Direito de Família e Sucessões (Nufam), localizado na Rua Arthur Jorge, 779, Centro.

Nos demais municípios com atendimento presencial, os serviços serão ofertados nas unidades participantes da Defensoria Pública em cada comarca.

Durante o atendimento, serão oferecidos gratuitamente os seguintes serviços:

  • Reconhecimento de paternidade ou maternidade (inclusive socioafetiva e homoafetiva);
  • Investigação de vínculo parental;
  • Coleta para exames de DNA, quando necessário.

Parceria


Esta edição contará com o apoio do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul, para a realização dos exames de DNA, que serão totalmente gratuitos para quem procurar atendimento.

Para o coordenador-geral de Perícias da Polícia Científica, José de Anchiêta Souza Silva, a parceria reforça o compromisso com a cidadania:

“É uma satisfação para a Polícia Científica de Mato Grosso do Sul contribuir com essa importante iniciativa da Defensoria Pública. Por meio da ciência forense, buscamos garantir que o exame pericial seja um instrumento de cidadania e justiça, promovendo o reconhecimento de direitos e ajudando a construir histórias familiares com segurança e responsabilidade.”

O Instituto de Análises Laboratoriais Forenses é uma das unidades que integram a estrutura da Polícia Científica de MS, responsável por exames laboratoriais e perícias em apoio à investigação criminal.

Como participar?


Os interessados em participar do projeto “Meu Pai Tem Nome” devem se inscrever por meio do formulário online, clicando aqui.

Serviço

 

  • Mutirão "Meu Pai Tem Nome"
  • Data: 16 de agosto
  • Horário: Das 8h às 12h

Locais

  • Rua Arthur Jorge, 779, Centro, Campo Grande
  • Rua Alfredo Justino, 1108, Praça Justiça, Três Lagoas
  • Rua Luís Feitosa Rodrigues, 2094, Nossa Senhora de Fátima, Corumbá

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Investigação

Entenda por que Donald Trump quer investigar 'prática desleal' do Pix

Governo estadunidense decidiu abrir uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais

16/07/2025 17h00

Governo estadunidense decidiu abrir uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais

Governo estadunidense decidiu abrir uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais Foto: Divulgação

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O sistema de transferências instantâneas brasileiro, o Pix, entrou no radar do governo dos Estados Unidos, que decidiu abrir uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (15) pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR sigla em inglês), a pedido do presidente norte-americano Donald Trump.

“Por orientação do presidente Trump, estou iniciando uma investigação com base na Seção 301 sobre os ataques do Brasil contra empresas americanas de mídia social, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos dos EUA”, declarou o representante comercial Jamieson Greer.

Apesar das alegações, o documento divulgado pelo USTR não apresenta evidências específicas que sustentem as acusações contra o Pix ou outras políticas brasileiras. Segundo o órgão, o Brasil vem impondo restrições ao acesso de exportadores norte-americanos ao mercado local há décadas. As investigações têm como base  a seção 301 da legislação comercial norte-americana, que prevê a adoção de medidas retaliações comerciais como instrumento unilateral de pressão para a abertura de mercados às exportações e aos investimentos externos norte- americanos.

O que é a Seção 301?

A Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974 permite que o governo norte-americano investigue e adote medidas unilaterais — como tarifas e barreiras comerciais — contra países cujas práticas sejam consideradas:

  • Injustificadas, irrazoáveis ou discriminatórias;
  • Violadoras de acordos internacionais;
  • Restritivas ao comércio com os Estados Unidos.

Caso negociações bilaterais falhem, os EUA podem adotar sanções, desde que autorizadas ou não contestadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Já houve sanção?

A Seção 301 já foi utilizada em disputas comerciais com a China durante o governo Trump, principalmente por alegações de roubo de propriedade intelectual e subsídios industriais. Também foi aplicada contra a União Europeia, em casos envolvendo agricultura e aviação.

O Brasil já enfrentou investigações semelhantes no passado, em temas como propriedade intelectual, etanol e agricultura, mas esta é a primeira vez que o Pix entra no foco de uma ação comercial desse tipo.

O que pode estar em jogo?

Ainda que o governo americano não tenha detalhado os motivos específicos, possíveis alvos de investigação incluem:

  • Barreiras ao investimento de empresas de tecnologia dos EUA;
  • Regras que limitem o acesso a serviços digitais estrangeiros;
  • Políticas industriais consideradas discriminatórias;
  • Restrições a empresas de redes sociais americanas;
  • Alegações de que o Pix pode favorecer o ecossistema nacional em detrimento de plataformas de pagamento estrangeiras.

A investigação marca mais um episódio da política comercial agressiva defendida por Trump, que voltou a adotar medidas protecionistas diante do avanço de soluções digitais desenvolvidas fora dos EUA.

Quais países que já sofreram sanções dos Estados Unidos?

1. Japão

Motivo: Nos anos 1980, a Seção 301 foi usada para pressionar o Japão a abrir seus mercados para mais produtos americanos. Na época, os EUA estavam preocupados com as barreiras comerciais e com o desequilíbrio no comércio bilateral.

Ação: Isso levou a negociações e à implementação de algumas reformas no Japão para aumentar o acesso ao seu mercado para produtos dos EUA.

2. União Europeia (UE)

Motivo: Em 2004, os Estados Unidos usaram a Seção 301 contra a União Europeia devido a subsídios que a UE concedia à Airbus, que os EUA consideravam como práticas comerciais desleais. Os EUA alegaram que esses subsídios prejudicavam as empresas americanas, como a Boeing.

Ação: Como resposta, os EUA impuseram tarifas sobre produtos da UE. A disputa foi resolvida, em parte, através da Organização Mundial do Comércio (OMC).

3. Índia

Motivo: Em 2018, os Estados Unidos usaram a Seção 301 para investigar as práticas comerciais da Índia, incluindo as barreiras ao comércio de produtos de TI e medicamentos, além de exigências de licenciamento forçado de software.

Ação: Os EUA estavam preocupados com as políticas da Índia que supostamente prejudicavam os direitos de propriedade intelectual de empresas americanas. No entanto, a disputa não resultou em uma ação tão agressiva como as tomadas contra a China.

4. China

Motivo: Em 2018, a Seção 301 foi usada contra a China devido a alegações de que o país estava praticando roubo de propriedade intelectual e forçando empresas americanas a transferir tecnologia como uma condição para fazer negócios na China. As preocupações também incluíam práticas de subsídios governamentais que distorciam o comércio e favoreciam as empresas chinesas.

Ação: O governo dos EUA impôs tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, o que resultou em uma guerra comercial. A China retaliou com tarifas sobre produtos dos EUA.

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