Cidades

SAÚDE DA MULHER

Após mudança na lei, número de laqueaduras aumenta 78% em MS

As diretrizes para a realização do procedimento ficaram mais abrangentes, facilitando o acesso às mulheres que desejam fazer a cirurgia em todo o Estado

Continue lendo...

Após a alteração na lei que dá diretrizes a respeito da realização da cirurgia de laqueadura em todo o país, o número de procedimentos aumentou 78% em Mato Grosso do Sul em um ano.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontam que em 2022 foram realizadas 2.146 cirurgias em MS, enquanto no ano passado, o número aumentou para 3.828 no total. 

Segundo a gerente de Atenção à Saúde da Mulher da SES, Francielly Rosani da Silva, um dos fatores para o aumento do número de procedimentos é a abrangência maior que a mudança da lei causou.

Na antiga legislação de planejamento familiar, n° 9.263, de 12 de janeiro de 1996, a mulher que quisesse realizar a laqueadura precisava da autorização do marido e tinha que ter acima de 25 anos e pelo menos dois filhos vivos. 

Com a mudança, realizada na lei em vigência n° 14.443 de 2022, a autorização do cônjuge foi retirada, e a idade mínima caiu para 21 anos de idade, entre outras alterações feitas, facilitaram o acesso ao procedimento cirúrgico. 

“Foi uma quebra desse entrave, dando um acesso maior a essas mulheres que queriam realizar o procedimento”, comentou a gerente de saúde.

Além do acesso a laqueadura, a SES informa que outros métodos também são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tanto pelo município quanto pelo Estado. 

A macrorregião de Campo Grande é a que mais realiza procedimentos, sendo 1.977 apenas no ano passado, enquanto as outras, de Dourados, Três Lagoas e Corumbá, ficaram com 1.160 cirurgias, 492 e 199, respectivamente. 

Os índices também foram aumentando anualmente, mesmo antes da mudança na lei, mas de uma maneira mais lenta.

Em 2020, Mato Grosso do Sul teve 1.259 laqueaduras realizadas no Estado, em 2021, o número subiu para 1.408 procedimentos, um aumento de apenas 11%. 

OUTROS MÉTODOS 

A SES, apesar de não realizar o implante de outros métodos contraceptivos, como o subdérmico liberador de etonogestrel, conhecido como chip anticoncepcional, e o Dispositivo Intra-Uterino (DIU), aponta que fornece auxílio aos municípios através de materiais e apoio científico, por exemplo. 

No entanto, apesar do fornecimento, o Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde, aponta que o número de procedimentos de inserção de DIU, tanto em ambulatório quanto no hospital, caiu no Estado, após três anos de crescimento. 

Em 2020, foram 1.727 procedimentos em todas as quatro macrorregiões de saúde do Estado, em 2021, esse índice aumentou para 2.618, em 2022 foi para 2.497 inserções, e em 2023, caiu para 1.975.

Este ano, foram realizados, até o último dia 25 de abril, 140 procedimentos no Estado. A SES informa que esses dados são enviados pelas secretarias, já que os municípios que são responsáveis pela inserção desse método. 

A quantidade de implantes subdérmicos, o chip anticoncepcional, é menor que a de DIU, tendo sido realizados 12 implantes em 2022, 36 em 2023 e 11 este ano.

Para a gerente técnica de Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), Esthefani Uchôa, a diferença entre os dados se dá pelo público que os diferentes métodos são recomendados. 

“Diante da variedade de métodos contraceptivos que temos na rede, cada um tem sua indicação muito particular, porque, é conforme a individualidade da mulher, e alguns, possuem critérios mais específicos”, relata Esthefani. 

A respeito do implante do chip, por exemplo, a Sesau informa que é recomendado para adolescentes, de 10 a 19 anos, mulheres com trombofilias, com dependência química, antecedente pessoal de tromboembolismo, portadoras do vírus HIV, mulheres que realizaram cirurgia bariátrica em período igual ou inferior a dois anos, diabéticas há mais de 20 anos, entre outras. 

Em relação ao DIU, a gerente aponta que o acesso é vasto, não há falta do dispositivo e desde março deste ano, a Sesau tem realizado o procedimento em todos os distritos sanitários, com o Circuito de Atendimento à Mulher, mutirão que oferta a inserção do método contraceptivo nas regiões mais vulneráveis da Capital. 

“Acredito que tínhamos que melhorar a educação em saúde sobre os métodos contraceptivos, porque, como são vários, fica-se sempre focado em um, e acaba que a mulher mal sabe que as vezes o que ela quer, não é o que o corpo irá aceitar por exemplo”, informou a gerente. 

O aumento de laqueaduras, a diversificação e oferta de métodos anticoncepcionais está relacionado também a outro índice, de queda na taxa de natalidade brasileira.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2022 foram 2.537.078 nascimentos no país, índice menor que em 2021, que foi de 2.630.703, e a quarta queda consecutiva.

A taxa de fecundidade também está menor, sendo de 1,62. Ou seja, normalmente, as mulheres estão tendo apenas um filho.

SAIBA

A cirurgia de laqueadura, que também é conhecida como ligadura das trompas, é um procedimento de esterilização feminina, que consiste em um corte, amarração ou colocação de um anel, nas trompas de Falópio, o que acaba interrompendo a ligação entre o ovário e o útero, impedindo a fecundação e prevenindo permanentemente a gravidez. 

ASSINE O CORREIO DO ESTADO

transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

Cidades

Vestibular UFGD: gabarito preliminar será divulgado nesta quarta-feira (17)

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

16/12/2025 15h45

Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulga nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital. 

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).