Cidades

PEDIDO DE SOCORRO

Após parceria milionária com a família Name, Cruz Vermelha agoniza

Instituição serviu por 3 anos para legalizar os sorteios do Pantanal Cap, mas um débito tributário relativo àquele período gerou dívida impagável para a instituição

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Durante cerca de três anos, entre junho de 2017 e julho de 2020, a Cruz Vermelha de Mato Grosso do Sul manteve parceria com a família Name para legalizar a venda dos chamados  títulos de capitalização do Pantanal Cap, o que garantia lucro milionário as controladores do negócio.

Agora, por conta de uma dívida tributária relativa àquele período, a instuição humanitária está com o CNPJ suspenso e devendo quase meio milhão de reais na Receita Federal por conta de multas e impostos recolhidos com atraso em 2019.

E, para tentar desbloquear o CNPJ e assim voltar a ter direito a repasse de recursos públicos, a Cruz Vermelha recorreu ao Ministério Público solicitando uma investigação, com auditoria contábil, para esclarecer o que aconteceu para que houvesse a cobrança de imposto federal de uma instituição filantrópica, que em tese é isenta.

Porém, a promotoria entende que não é sua função legal fazer auditoria para instituições privadas e arquivou o pedido de ajuda. A direção da Cruz Vermalha recorreu ao conselho superior do Ministério Público em busca deste socorrro, que agora terá de decidir se arquiva ou não o caso, conforme publicação do diário oficial do MP de segunda-feira (29). 

Nos documentos anexados  à notícia de fato, que já tem mais de 2,6 mil páginas,  a atual presidente da Cruz Vermelha, Aline Jussara Tagliaferro Carlos, revela que a Pantanal Cap, que inicialmente tinha entre seus sócios Jamil Name (falecido em 2021), Jamil Name Filho (preso em Mossoró) e Jamilson Lopes Name (deputado estadual), repassava 5% do faturamento bruto à Cruz Vermelha de Mato Grosso do Sul.

Somente em 2019 isso garantiu à Cruz Vermelha um repasse de R$ 565.790,63. Ou seja, o Pantanal Cap rendeu, oficialmente naquele ano, pouco mais de R$ 11 milhões. Os decumentos anexados à notícia de fato que está prestes a ser arquivada pelo MP revelam que em torno um terço disso eram repassados à família Name.  

No sorteio de 7 de junho de 2020 a família Name recebeu o repasse de R$ 247 mil

Em média, o Pantanal Cap garantia repasse semanal da ordem de R$ 140 mil aos Name, já descontados os gastos com publicidade e premiações e imposto de renda relativo às premiações.

No começo de 2020, depois da deflagração da Operação Omertà, que resultou na prisão de Jamil Name e de Jamilzinho, o contrato foi refeito e renovado somente em nome do deputado Jamilson Name. As cláusulas contratuais, porém, permaneceram as mesmas. Uma delas estipulava sigilo absoluto sobre o conteúdo do contrato.

Em uma das fases da Omertà, inclusive, a polícia chegou a recolher um envelope com pouco mais de R$ 83 mil em cédulas, sendo que, de acordo com as alegações da defesa, R$ 54 mil percentiam à Cruz Vermelha. Jamilson se comprometeu a fazer o pagamento deste valor assim que o dinheiro fosse liberado, revela  a documentação entregue ao Ministério Público. 

Por conta do faturamento de pouco mais de R$ 11,3 milhões em 2019,  a Cruz Vermelha, que era a detentora oficial do Pantanal Cap, pagou R$ 1,497 milhão a título de imposto de renda à Receita Federal. Os valores se referem principalmente ao imposto sobre os prêmios pagos aos vencedores dos sorteios. Porém, parte deste pagamento foi feito com atraso e por conta disso, desde então estão sendo aplicadas multas e juros. 

Um extrato recente obtido na Receita revela que esta dívida da Cruz Vermelha já ultrapassa os R$ 475,5 mil. O curioso, porém, segundo a atual presidente da instituição, Aline Tagliaferro, é que nada destes valores milinários passava pelas contas da Cruz Vermelha e mesmo assim a instituição recolhia em torno de R$ 1,5 milhão anuais à Receira Federal. "Se não tinha giro financeiro, por que pagava tanto imposto?", indaga.

Além disso, ela questiona o fato de a Receita ter recebido o imposto e estar cobrando juros e multas de uma instituição filantrôpica, que, segundo ela, é isenta do pagamento de imposto de renda. Exatamente para tentar responder a estes questionamento é que ela diz ter pedido socorro ao Ministério Público. 

INTERVENÇÃO

Entre 2019 e 2023 a Cruz Vermelha local ficou sob intervenção federal. Um dos motivos foi justamente a suspeita sobre a destinação correta dos recursos que o Pantanal Cap fazia à instituição. 

"O que se fala é que inicialmente eles passavam tudo em dinheiro vivo para o então presidente, que depositava em torno de R$ 30 mil por mês na conta. Depois da intervenção, porém, este valor praticamente dobrou. Mas a gente não tem como comprovar que ocorria algum desvio antes de o  Rio de Janeiro intervir",  afirma Aline Tagliaferro

Atualmente com cerca de 400 voluntários em Mato Grosso do Sul, sendo 280 em Campo Grande, funciona em um espaço cedido na Academia de Medicina e seu saldo bancário está praticamente zerado. O faturamento mensal gira em torno de R$ 2 mil. Suas principais atividade, segundo aline, é prestar assistência social a comunidades indíngenas a famílias que moram em favelas de Campo Grande. 

"Nós não temos dinheiro para contratar uma auditoria e muito menos para pagar as dívidas na Receita Federal. E se a gente não conseguir limpar nosso nome a gente nunca mais conseguirá recursos públicos para desenvolver os trabalhos que historicamente são desenvolvidos pela Cruz Vermelha em todas as partes do mundo", explica Aline ao justificar sua insistência em receber o apoio do Ministério Público. 

Além deste pedido de socorro ao MP, a instituição também acionou na Justiça a antiga advogada e contadora para tentar obrigá-la a pagar a dívida na Receira. Em ação ajuizada em fevereiro do ano passado, a Cruz Vermelha exigiu R$ 281 mil  para pagar a Receira (valor da dívida à época) e R$ 20 mil por danos morais. 

(Matéria editada às 13 horas do dia 30 de setembro para acréscimo de tabela e alteração de alguns termos)

ETAPA

Passe da UFMS é realizado hoje com 18 mil inscritos

As provas serão aplicadas na manhã deste domingo (14), das 8h às 13h, em 11 cidades do Estado

14/12/2025 08h00

Mais uma etapa do Passe da UFMS será realiza neste domingo (14)

Mais uma etapa do Passe da UFMS será realiza neste domingo (14) Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Programa de Avaliação Seriada Seletiva (Passe) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul será realizado na manhã deste domingo (14), com mais de 18 mil inscritos em todo o Estado interessados em ingressar no Ensino Superior.

Com característica específica voltada para alunos que estão no Ensino Médio (EM), o "Passe UFMS" é um modelo de prova que avalia o estudante desde o seu primeiro ano da última etapa da escola.

De forma cumulativa, o aluno deve se inscrever e realizar a prova durante o triênio que encerrará sua fase escolar. Então, no último ano do ensino médio, durante a inscrição da avaliação, é possível escolher o curso que deseja ingressar.

Com a soma dos pontos ao longo das três etapas, a classificação para entrar na Universidade Federal do Estado é baseada na média adquirida. A pontuação de cada uma das tapas tem pesos diferentes na somatória para formar a média geral, sendo a 3ª com maior peso.

  • Neste ano, alunos que completaram o 1º ano do ensino médio irão realizar a primeira etapa do triênio 2025-2027.
     
  • Alunos que no ano de 2025 terminaram o 2º ano do ensino médio irão realizar a segunda etapa do triênio 2024-2026.
     
  • Por fim, os que encerraram o ensino médio e saíram do 3º ano, irão realizar a terceira e última etapa do triênio 2023-2025, para no ano que vem ingressar na universidade.

As provas acontecem das 08h às 13h, no horário de Mato Grosso do Sul nas cidades de Aquidauana, Chapadão do Sul, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

Com 60 questões contemplando as quatro áreas de conhecimento, a pontuação máxima total é de 120 pontos. Cada pergunta equivale a 2 pontos, o que totaliza 30 pontos em cada área, sendo elas:

  • 15 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Ciências Humanas e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Matemática e suas Tecnologias - 30 pontos;

Cada fase aborda conteúdos que seguem a proposta curricular do respectivo ano. Além disso, as três etapas incluem uma redação dissertativo-argumentativa que soma a pontuação de cada fase e à média final ao terceiro ano.

Cronograma

  • Divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva – 16 de dezembro de 2025;
  • Período de recurso administrativo do gabarito preliminar – 17 e 18 de dezembro de 2025;
  • Divulgação do gabarito definitivo da prova objetiva e dos recursos administrativos do gabarito – 29 de dezembro de 2025;
  • Resultado preliminar da prova objetiva – 08 de janeiro de 2026;
  • Período de recurso administrativo do resultado preliminar da prova objetiva – 08 e 09 de janeiro de 2026;
  • Divulgação do resultado final – 11 de março de 2026.

*Colaborou Noysle Carvalho

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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