Cidades

PROGRAMAS HABITACIONAIS

Após pausa de 10 anos, poder público deve entregar mais de 3 mil moradias

Por meio do Minha Casa, Minha Vida, a construção de novas casas em Mato Grosso do Sul não era anunciada desde 2013

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O Ministério das Cidades e o governo do estado de Mato Grosso do Sul anunciaram nesta sexta-feira o lançamento de programas de habitação cuja soma dos empreendimentos resultará em 3.122 novas moradias para famílias sul-mato-grossenses.

O governo federal anunciou, por intermédio do programa Minha Casa, Minha Vida Rural (MCMV Rural), que serão construídas 912 moradias no Estado para famílias que necessitam de melhoria habitacional em áreas rurais.

Já o governo do Estado lançou o projeto Bônus Moradia, que faz parte do programa estadual MS Moradia, que prevê 2.210 contratações de habitações para famílias que receberão auxílio para dar a entrada financeira na compra da casa própria.

Os anúncios de novas moradias para a população sul-mato-grossense, com subsídio do governo federal, acontecem 10 anos depois do último processo de seleção para candidatos beneficiados de empreendimentos como o Residencial Jardim Canguru e o loteamento Amarra Cabelo, entregues no ano passado.

Desde então, as obras foram realizadas dentro dos projetos apresentados em 2013, mas apenas entregues por programas habitacionais como o Casa Verde e Amarela, do governo Jair Bolsonaro (PL).

Em 2012, durante o governo Dilma Rousseff (PT), foram anunciados no programa Minha Casa, Minha Vida 2 a construção de 2.197 habitações para Mato Grosso do Sul, com 53 municípios do Estado selecionados.

ZONA RURAL

A portaria que regulamenta o MCMV Rural no exercício 2023 informa que, das 30 mil unidades previstas para serem construídas neste ano, 912 moradias serão destinadas para Mato Grosso do Sul.

A proposta desse programa é subsidiar a produção ou a melhoria de unidades habitacionais para agricultores familiares, trabalhadores rurais e famílias residentes em área rural, cuja renda familiar bruta se enquadre na Faixa 1, correspondente a R$ 31.680 mil ao ano ou até R$ 2.640 mensais.

Alguns critérios foram estabelecidos pelo governo federal com relação às condições das moradias em que as famílias habitam. A melhoria habitacional é destinada às famílias residentes em domicílios considerados inadequados, sob pelo menos um dos seguintes aspectos: adensamento excessivo de moradores, cobertura ou piso inadequado, ausência de unidade sanitária domiciliar exclusiva e alto grau de deterioração.

O programa habitacional para a zona rural também contará com 51% dos seus beneficiados, no mínimo, mulheres responsáveis pelas suas respectivas unidades familiares, pessoas com deficiência, famílias residentes em áreas de risco, remanescentes de quilombos e povos indígenas ou que tenham doenças endêmicas relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.

O MCMV Rural será custeado por recursos destinados a subvencionar diretamente as famílias beneficiárias, provenientes do aporte da União por intermédio de ação orçamentária própria, entes públicos ou privados, inclusive das famílias beneficiárias, e outros recursos que lhe vierem a ser atribuídos.

Nesta semana, o governo federal também anunciou algumas alterações no programa Minha Casa, Minha Vida. Um exemplo é a taxa de juros cobrada pelo financiamento, que passou de 4,50% para 4,25% ao ano, em relação às famílias com até R$ 2 mil de renda e residentes nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O outro reajuste foi do teto do valor do imóvel na área rural, que passou de R$ 55 mil para R$ 75 mil.

MS MORADIA

Pelo menos 2.210 famílias estão no radar do projeto Bônus Moradia, que propõe um auxílio no financiamento habitacional à população. O Estado deverá arcar o investimento com valores entre R$ 6 mil e R$ 25 mil por contrato.

Serão empenhados R$ 400 milhões totais, com uma contrapartida estadual de R$ 45 milhões. No programa, também há subsídios provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do Orçamento da União.

A diretora-presidente da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab), Maria do Carmo, explica que, no quesito financiamento, o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) fornece no máximo 80% do valor do imóvel. Segundo ela, muitas vezes o problema das famílias não é com as prestações, mas com a entrada do empreendimento.

“A questão é que, infelizmente, as famílias não têm a capacidade de poupança. Muitas delas, por necessidade, já sacaram o FGTS, que poderia ser uma possibilidade de recurso para darem entrada”, afirma.

Conforme informações do governo do Estado, para acessarem os subsídios, os interessados devem ter renda familiar de até R$ 1,5 mil. A previsão é que as contratações aconteçam ainda neste ano, com custo de até R$ 208 mil.

O governador Eduardo Riedel faz questão de ressaltar que as famílias terão liberdade de escolher o ponto e o empreendimento de sua preferência.

“[A moradia] pode ser financiada em 100, 120 meses. Se faltam os R$ 15 mil, R$ 20 mil ou R$ 30 mil de entrada, é aí que o Estado está participando diretamente, para poder viabilizar a compra de um imóvel que essa família queira e se sente mais confortável, dentro da capacidade de pagamento dela. Só que a entrada será dada pelo Estado”, frisa.

Fonte: Diário Oficial da União

*Colaborou Leo Ribeiro

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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Novela da saúde

Estado e Município têm 90 dias para apresentar Plano Emergencial para caos na Santa Casa

O hospital enfrenta problemas constantes de superlotação, falta de insumos e falta de dinheiro para pagar profissionais de várias áreas, com risco de paralisação de serviços essenciais

17/12/2025 17h15

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaço

Santa Casa vem enfrentando problemas de falta de insumos, de repasse e de espaço FOTO: Paulo Ribas/Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 

DÍVIDAS E GASTOS

Como noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a Santa Casa de Campo Grande afirma ter gasto, mensalmente, quase R$ 1 milhão a mais do que recebeu considerando as internações de alta e média complexidade durante o ano passado, o que contribui com o deficit alegado em um balanço que foi divulgado este ano – de R$ 98,4 milhões durante o exercício de 2024.

Segundo documento que o Correio do Estado obteve com exclusividade, o hospital tinha um teto de R$ 46.907.889,12 para ser gasto em 2024 com internações de alta complexidade – serviços e procedimentos que exigem alta tecnologia, alto custo e infraestrutura especializada.

Porém, a entidade ultrapassou em cerca de R$ 2,5 milhões deste montante, o que resultou em um gasto operacional de R$ 49.484.607,38.

De acordo com o orçamento anual de 2024 do governo do Estado, foram destinados R$ 1 bilhão de recursos somente para internação em unidades hospitalares, o que corresponde a 42,52% dos R$ 2,3 bilhões investidos na saúde ano passado.

Somente para a Santa Casa foram R$ 108,9 milhões no decorrer do ano, o que significou dizer que só ela recebeu 40% do total que foi aplicado para internações em Mato Grosso do Sul.

Para este ano, houve uma redução de cerca de R$ 90 milhões do recurso para internações em unidades hospitalares no Estado, ou seja, diminuiu para R$ 919 milhões. Entretanto, o destinado para a Santa Casa se manteve no mesmo patamar, mas, mesmo assim, a unidade tem reclamado por mais recursos.

Mesmo que o montante extrateto seja considerado alto, equivale a apenas 10,78% do deficit apresentado durante o exercício do ano passado.

De acordo com relatório anual divulgado pelo hospital em março deste ano, 2024 fechou com prejuízo de R$ 98,3 milhões, bem distinto do apresentado em 2023, quando fechou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Ao longo dos anos, o deficit acumulado da Santa Casa soma R$ 514,8 milhões. Outro fator que ajuda a explicar a conta fechando no vermelho são os constantes empréstimos que a instituição faz.

Nos últimos anos, o maior empréstimo realizado foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente, uma estratégia utilizada para diminuir os juros.

A mais recente foi reportada pelo Correio do Estado no início do mês de novembro, quando foi adquirido R$ 5 milhões para auxiliar no pagamento de uma das cinco folhas salariais atrasadas com os 400 médicos, débito que acumula cerca de R$ 30 milhões.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre governo federal, Prefeitura de Campo Grande e governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o hospital alega que o valor não seria suficiente para suportar a demanda atual da unidade de saúde, além de não sofrer reajuste desde 2023.

 

*Colaborou Felipe Machado

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