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A internet e seus golpes

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A internet, esse vasto oceano de conveniências. Navegar por suas águas é como flutuar num sonho de consumo: de um lado, promoções tentadoras, do outro, fretes grátis que nos fazem acreditar que vivemos num mundo de magia e generosidade. Mas cuidado, amigo consumidor, a cada clique pode se esconder um tubarão, prontinho para devorar seu cartão de crédito. Ou pior: nem o produto e nem o cartão sobrevivem, e você ainda sai dessa aventura sem nem ter colocado o dedo no mouse.

Três em cada dez consumidores – é, você leu certo, três! – já caíram ou quase caíram no conto do “site fantasma” ou do “clone mal-intencionado”. E ainda somos convencidos, por algum golpista com papo tão doce quanto vendedor de sonho, a pagar fora da plataforma. Olha, tem gente que, ao invés de encomendar sapato, acaba mesmo é calçando os próprios pés de trouxa.

A pesquisa da CNDL e do SPC Brasil mostra que 35% dos brasileiros preferiram fechar a carteira e esquecer que a internet existia nos últimos três meses. E quer saber? Até dá para entender. É como se convidassem você para uma festa incrível, cheia de presentes, mas na porta, ao invés de segurança, tivesse um bando de malandros com cara de “pague no Pix que a gente te manda por DM”. O problema é que o presente nunca chega, e você fica na porta, com cara de bobo.

Mas não podemos esquecer que, mesmo nesse ambiente de desconfiança, o brasileiro não desiste. Mais de 119 milhões de pessoas fizeram ao menos uma comprinha online no último ano. Isso é um verdadeiro ato de fé! Fé de que o chinelo vai chegar, de que o carregador de celular não é um pedaço de plástico oco e, claro, de que o prazo de entrega não seja tão longo que você esqueça o que comprou.

Agora, convenhamos, essa paixão pelas plataformas estrangeiras é digna de nota. Shopee, Mercado Livre, Aliexpress, Amazon, Magalu... Parece que o amor pelo exterior é quase uma rendição nacional. Mas cuidado: quem só olha para fora corre o risco de ficar por dentro das fraudes. No fim, é a velha história: o barato pode sair caro. Ou, como diria um filósofo de shopping: “parcelou em seis vezes sem juros, mas o golpe foi à vista”.

E, vejam só, o brasileiro está dividido. Uma parte, 43%, aumentou as compras online no último ano. Será um ato de coragem ou apenas a tentação irresistível de um descontinho a mais? Porque cá entre nós, mesmo com os riscos, o preço baixo sempre seduz. “Frete grátis”, “promoção imperdível” — essas palavras são a canção de ninar de um consumidor. Mas acordar do sonho com o aviso de fraude no celular... bem, isso é outro papo.

O curioso é que, apesar de tudo, nove em cada dez consumidores estão satisfeitos ou muito satisfeitos com suas compras pela web. Mas não se iludam: o paraíso virtual também tem suas desvantagens. Não poder tocar o produto, pagar um frete que parece vir de outro planeta, e a eterna dúvida se aquilo que você viu na foto vai ser o que chegará à sua porta. Já dizia minha avó: “quando a esmola é muita, o santo desconfia”. E o consumidor esperto também.

Agora, uma última reflexão: 46% das pessoas admitiram que desistiram de compras online recentemente. Talvez seja aquele susto ao ver o valor do frete que tira o sono. Ou, quem sabe, aquele pequeno alarme que apita no fundo da mente, dizendo: “Será que estou prestes a cair em mais uma cilada?”

Ah, meus amigos, comprar online é como um romance de verão: rápido, quente e cheio de promessas. Mas, quando a conta chega – ou pior, quando não chega nada – a desilusão vem. Fiquemos atentos. Porque, nesse jogo de amor e fraude, o consumidor que não se cuida pode acabar com o coração (e o bolso) partido.

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Desafios das emergências em tempos de crises climáticas

23/09/2024 07h45

Caminhos da vida

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As queimadas que têm assolado o Pantanal brasileiro e outras regiões do País trouxeram à tona uma preocupação imediata com os impactos na saúde pública. A combinação entre altas temperaturas, tempo seco e a densa fumaça dessas queimadas cria um cenário perigoso e que afeta diretamente a saúde da população. A fumaça liberada pelos incêndios muitas vezes carrega uma mistura de substâncias tóxicas, como monóxido de carbono e partículas finas, que viajam por grandes distâncias e afetam inclusive a saúde daqueles que estão distantes dos focos de incêndio.

Ao atingirem os pulmões, podendo serem absorvidas pela corrente sanguínea, essas partículas podem desencadear uma série de reações que vão além dos problemas respiratórios, podendo agravar doenças cardiovasculares e aumentar o risco de complicações graves, como arritmias e infarto.

E é nesse contexto que o papel dos médicos emergencistas se destaca, pois estamos na linha de frente do atendimento aos pacientes que buscam os hospitais com sintomas graves, causados pela inalação de fumaça e outras complicações decorrentes das crises climáticas.

A exposição prolongada à fumaça não apenas agrava problemas respiratórios, mas também pode desencadear infecções e complicar condições preexistentes. Entre os mais afetados estão as crianças, os idosos e as pessoas com doenças crônicas, que requerem intervenções rápidas e um monitoramento constante para prevenir o agravamento de suas condições.

Nos serviços de emergência, especialmente nas Regiões Norte e Centro-Oeste, a pressão sobre o sistema de saúde tem sido evidente. Diante desse cenário, os médicos emergencistas buscam estar sempre preparados, oferecendo tratamento imediato e estabilizando os pacientes.

É nesse contexto de desafios que, neste mês, Campo Grande será palco de um dos maiores eventos de medicina de emergência na América Latina: o Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência (Cbmede), que ocorrerá entre os dias 24 e 29. 

O evento reunirá especialistas de todo o Brasil e do exterior para discutir, entre outros temas, os desafios do atendimento emergencial em tempos de catástrofes ambientais. Será uma oportunidade única para a troca de experiências e o aprimoramento das práticas clínicas.

No Cbmede 2024, serão discutidas não apenas as melhores práticas para atender às vítimas, mas também soluções para aprimorar as políticas públicas de saúde, com foco na prevenção e no atendimento emergencial em contextos de desastres ambientais.

A presença de renomados especialistas enriquecerá ainda mais as discussões, permitindo que compartilhemos as melhores práticas e estratégias para melhorar o atendimento emergencial em todo o País.

Como sociedade, devemos compreender que a saúde pública está intimamente ligada à preservação ambiental. As queimadas e os outros desastres naturais sobrecarregam o sistema de saúde e agravam condições médicas, especialmente em pacientes mais vulneráveis. Por isso, é fundamental que as autoridades e a população unam esforços para mitigar esses danos, garantindo que todos tenham acesso ao atendimento médico necessário.

A medicina de emergência já se revelou essencial em tempos de catástrofes ambientais. Estamos preparados para o inesperado, mas também são urgentes e necessárias medidas preventivas que possam minimizar os impactos à saúde causados por essas mudanças.

Portanto, refletir sobre a preservação do meio ambiente não é apenas uma questão ecológica, mas também uma questão de saúde pública. O equilíbrio entre o cuidado com o meio ambiente e o bem-estar da população deve ser um dos pilares de qualquer ação futura.

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A importância da PGE para a governança em MS

23/09/2024 07h30

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A experiência no dia a dia da administração pública e especialmente à frente da Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (PGE-MS) comporta um universo de reflexões e lições. 

Na data de hoje, em que se comemora o Dia do Procurador, destaco a importância da PGE-MS na administração pública como uma carreira estruturada, com pessoas tecnicamente competentes e com um desejo e um estímulo para fazer a coisa certa, de trabalhar em prol do coletivo.

Eis a nossa visão: um quadro bem-intencionado e que trabalha com o interesse público em mente; braço técnico que apoia 
a realização das ações políticas. Os procuradores do Estado atuam tanto na esfera consultiva como na contenciosa (judicial e administrativa) em demandas de interesse do nosso estado.

Na esfera consultiva, exercemos o assessoramento jurídico do gestor, orientando na tomada de decisão e na prática de atos administrativos, com foco na constitucionalidade e na legalidade. Com isso, contribuímos para a adequação das políticas públicas, por exemplo saúde, segurança, educação, regulação de serviços públicos, compras públicas e infraestrutura.

No âmbito contencioso, atuamos nos processos administrativos em que o Estado é parte e também nas ações judiciais em que ele ou suas autoridades figurem como réu ou interessado. Ou ainda propondo ações em nome do Estado na qualidade de autor.

Defendemos o interesse público, o patrimônio público, o que é de todos e para todos. A seguir, alguns exemplos 
de transformações e avanços vivenciados pela PGE-MS.

  • • A simplificação ao acesso aos serviços públicos trazida pela revisão do estoque 
  • de normas;
  • • O assessoramento nas parcerias estratégicas no setor de infraestrutura, nas compras de bens e serviços públicos e na orientação jurídica quanto às condutas eleitorais;
  • • A internalização de marcos legais, como a nova lei de licitações;
  • • A potencialização da Câmara Administrativa de Solução de Conflitos (Casc);
  • • O incremento na arrecadação tributária;
  • • O alto número de acordos em precatórios com redução da despesa pública;
  • • A combatividade no âmbito judicial, somada à proatividade no acompanhamento de ações e reformas legislativas de impacto para o Estado, inclusive com atuações conjuntas com os outros entes da Federação pelo Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg);
  • • A consolidação na seara consultiva, com a presença da PGE-MS na administração direta e indireta;
  • • E a contínua capacitação e aperfeiçoamento por meio dos inúmeros cursos 
  • no âmbito da nossa escola superior.

O momento é de prevenir litígios, incentivar a resolução consensual de conflitos e reduzir a insegurança jurídica. A PGE-MS instalou a Casc, que tem resolvido diversos temas de forma pacífica e adequada.

Na área fiscal, temos focado em cobranças mais efetivas e racionais, que geraram a modernização da cobrança da dívida ativa via aperfeiçoamento do sistema da dívida pública, além de protestos, seletividade para o ajuizamento (com fixação de valores mínimos para ajuizamento e dispensa de recursos em razão de jurisprudência firmada pelos tribunais superiores), a atuação conjunta com os cartórios e as instituições (postos de atendimento dos cartórios na PGE-MS e postos da PGE-MS na OAB 
e no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) e o incremento dos recursos tecnológicos e humanos.

Entendemos que é necessária a construção de diálogos qualificados e plurais, com representantes do Judiciário, da Defensoria Pública, do Ministério Público e com a sociedade civil e os gestores públicos e privados. São caminhos para se buscar entregas conscientes e responsáveis da nossa missão para com o nosso estado e com a sociedade sul-mato-grossense.

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