A colheita recorde da safrinha em Mato Grosso do Sul neste ano não é apenas uma boa notícia para o campo e para os produtores rurais. É, sobretudo, a colheita de frutos que começaram a ser plantados há alguns anos, quando o Estado passou a apostar na diversificação da sua matriz industrial. Os números que hoje impressionam não surgiram do acaso: refletem um esforço consciente de ampliar a cadeia produtiva, reduzindo a dependência da exportação in natura e agregando valor ao que se produz em solo sul-mato-grossense.
O milho é o melhor exemplo desse movimento. Durante muito tempo, sua produção em larga escala estava atrelada quase exclusivamente ao mercado externo, sujeita às oscilações do câmbio e da demanda internacional. Agora, com a consolidação da indústria do etanol de milho e de outros derivados do cereal, a maior parte da colheita permanece dentro do Estado, movimentando a economia local. Trata-se de um avanço que reposiciona Mato Grosso do Sul em patamar diferenciado na agroindústria nacional.
Industrializar aqui dentro é, sem dúvida, o melhor caminho. Em primeiro lugar, porque garante geração de empregos e renda de forma direta e indireta, fortalecendo comunidades e assegurando oportunidades em diversas regiões de MS. Em segundo lugar, porque amplia a arrecadação pública, fruto da circulação de riquezas que antes escapavam com a simples exportação do grão. Essa combinação saudável de emprego, renda e tributos cria um ciclo virtuoso que beneficia toda a sociedade.
Não é coincidência que Mato Grosso do Sul figure entre os estados com os melhores índices de ocupação do País, ostentando taxas de desemprego próximas de zero. Esse resultado tem muito a ver com a forma como a cadeia produtiva do milho e de outros grãos foi organizada: conectando o campo à indústria, criando valor antes inexistente e consolidando um ambiente de prosperidade.
A safrinha recorde, portanto, não deve ser vista apenas como um marco da agricultura, mas como símbolo de um modelo de desenvolvimento que se mostrou acertado. O futuro exige ir além: consolidar ainda mais essa estratégia, ampliar investimentos em infraestrutura, logística e tecnologia e atrair novas plantas industriais que aproveitem a abundância de matérias-primas disponíveis.
Se já colhemos bons frutos dessa diversificação, o desafio agora é ousar mais. Mato Grosso do Sul mostrou que é capaz de transformar grãos em empregos, impostos e qualidade de vida. O passo seguinte é expandir ainda mais esse horizonte, para que cada safra não seja apenas motivo de comemoração no campo, mas também de orgulho coletivo, ao traduzir-se em desenvolvimento sustentável e duradouro.


