Artigos e Opinião

CLÁUDIO HUMBERTO

"A volta do 'toma lá, dá cá' é um erro grave"

Deputado Danilo Forte (União-CE) avisando que emendas impositivas não têm volta

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Remédio é conter STF e impeachment, diz oposição

A oposição continua mobilizada para pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a abrir processo de impeachment do ministro do STF Alexandre Moraes, alvo de seguidas acusações de abuso de poder e perseguição a aliados e seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicadas no jornal Folha de S. Paulo. Para um desses seguidores bolsonaristas, deputada Bia Kicis (PL-DF), “há remédio [para o Brasil] e ele começa com o impeachment do Alexandre de Moraes”.

Resgate urgente

Procuradora de carreira aposentada, Bia Kicis afirma que o Legislativo está desprestigiado “e precisa resgatar suas atribuições constitucionais,”

Abaixo-assinado

Movimento pelo impeachment de Moraes soma 4,83 milhões de pessoas na plataforma Change.org. Outro, iniciado há três dias, já tem 850 mil.

Mourão apoia

O senador Hamilton Mourão (Rep-RS) também apoia a abertura do impeachment e o fim das decisões monocráticas de ministros do STF.

Respeito à Carta

Para Mourão, é preciso restabelecer o equilíbrio entre os Poderes “para barrar o avanço” do STF para além dos limites pela Constituição.

BNDES não gasta tanto em propaganda desde 2018

O BNDES não negou a informação divulgada ontem nesta coluna, sobre seus gastos com propaganda, de janeiro a julho de 2024, mais de cinco vezes o que torrou no mesmo período em 2023, mas alega informação “distorcida”. A desculpa é culpar a gestão anterior por não planejar a gastança de 2023. Pior: informa que os gastos atuais estariam “abaixo do limite contratual com as agências licitadas”, sugerindo que a farra irá aumentar. O banco não gasta tanto dinheiro em propaganda desde 2018.

Sem dó e piedade

Nos primeiros sete meses de 2023, o BNDES gastou mais de R$6 milhões e no mesmo período de 2024 cinco vezes mais: R$32,4 milhões.

Natal obeso

O BNDES gastou R$38,8 milhões com propaganda em 2023, dos quais R$30,7 milhões foram somente no mês de dezembro.

Transparente no escuro

BNDES alega que sua transparência seria “premiada” e não explica por que já torrou, até julho último, quase tudo (84%) dos gastos de 2023.

Corte ideológica

Na queda de braço do Congresso vs. aliança Lula/STF, Domingos Sávio (PL-RJ) lembra que não existe e nunca “ditadura do Legislativo”, mas diz que, abandonando a imparcialidade, o STF se torna “corte ideológica”

Questão de respeito

Sobre impeachment de Moraes, o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) diz que “isso não é sobre vingança ou retaliação”, mas “restabelecer o equilíbrio de poderes” e o respeito ao Legislativo.

Poder enfraquecido

Marcel van Hattem (Novo-RS) critica a prioridade da maioria dos colegas aos “interesses paroquiais” das emendas. Para ele, isso enfraquece o Legislativo, “que deveria ser o supervisor dos demais poderes”.

Holofote

Na semana da morte de Sílvio Santos, do Botafogo x Flamengo e volta dos campeonatos europeus, Alexandre de Moraes entrou nos assuntos mais buscados da internet dos últimos 7 dias, aponta o Google Trends.

PSB que casssa

A ação que pretende cassar a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) em foi proposta pelo PSB ao Ministério Público Eleitoral, que também até já pediu cassação de Guilherme Boulos, mas este a Justiça já negou.

Aperto de sempre

Quase todas as pesquisas nos EUA apontam disputa acirrada entre Donald Trump e Kamala Harris. Ela está à frente há alguns dias, mas configura empate técnico quando consideradas as margens de erro.

Auditável previne fraude

A urna eletrônica da Venezuela, made in Argentina, é auditável porque, quando a votação é encerrada, imprime um comprovante com os resultados e um QR Code que os resume. O papel é assinado por mesários e fiscais, daí a dificuldade de a tirania fraudar cada documento.

Back-up de votação

A oposição venezuelana se preparou para enfrentar a fraude, orientando dezenas de milhares de fiscais a fotografarem comprovantes de votação (atas eleitorais) e seus QR code, antes de os militares recolherem tudo.

Pensando bem...

...urnas auditáveis na Venezuela prenderam o rabo do ditador.

PODER SEM PUDOR

Jânio e a torta

Como todo político em campanha, o estômago de Jânio Quadros tudo aceitava sem direito a queixas. E ele se derramava em elogios, às vezes imerecidos. Foi o caso da torta de odor suspeito oferecida pela mulher de um prefeito, no interior de São Paulo. Ele mentiu: “Que delícia! Seria ótimo outro bocado para a viagem de amanhã!” Ao amanhecer, quando se preparava para partir, recebeu da orgulhosa senhora uma nova torta. Jânio agradeceu, comovido, até enxugou uma lágrima inexistente. Mas a atirou no lixo, tão logo dobrou a esquina.

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ARTIGOS

Os impactos das alterações em subvenções para investimentos no agronegócio

31/12/2024 07h50

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As chamadas subvenções para investimento são uma espécie de benefício fiscal concedido pelo poder público para que as pessoas jurídicas que tributam pelo lucro real, incluído o produtor rural, instalem ou expandam seus negócios em determinadas regiões ou em determinados setores de atuação e, com isso, contribuam para o crescimento econômico do País.

Esses benefícios foram concedidos de diversas formas ao longo dos anos, gerando alguma redução ou isenção de tributos àqueles contribuintes aos quais eram concedidos, por sua vez, implicando uma melhora no resultado da atividade.    

Sobre esses tributos, que eram reduzidos ou deixavam de ser pagos, era discutida a incidência ou não de outros tributos, como o IRPJ e a CSLL, uma vez que, apesar de se tratar de um ganho econômico, esses valores não eram resultados da atividade propriamente dita, mas tão somente de uma economia fiscal.

Por muitos anos, o Poder Judiciário analisou a classificação das subvenções, separando-as em dois grupos, de investimento ou de custeio, e considerando se facultativos ou obrigatórios, entre outros possíveis requisitos, para apurar os efeitos desses benefícios, para fins de possível tributação dos valores em IRPJ e CSLL.

Além disso, diversas discussões foram instauradas perante o Poder Judiciário para tratar das possíveis diferenças entre subvenção relacionada a crédito presumido de ICMS e as subvenções de redução de base de cálculo, isenção, entre outras, e o efeito dessas diferentes classificações para a incidência ou não de IRPJ e CSLL.

Nesse cenário, a partir de 2017, houve alteração legislativa para constar que todas as subvenções seriam “subvenção de investimento”, não havendo mais nenhuma separação. Também nesse período foi realizado julgamento do EREsp nº 1.517.492, que entendeu pela não incidência de tributos sobre a subvenção na modalidade crédito presumido de ICMS, sendo irrelevante a classificação no conceito de investimento ou custeio.

Após, em abril de 2022, a partir do julgamento do REsp nº 1.968.755 do STJ, inaugurou-se um novo litígio sobre o tema, em razão dos contribuintes buscarem estender o conceito de não tributação adotado para as “subvenções de crédito presumido de ICMS” e para as “subvenções de isenção e redução da base de cálculo de ICMS”.

A seguir, em 2023, o STJ decidiu, por meio do Tema nº 1.182, que qualquer subvenção poderia ser excluída da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, desde que os valores fossem computados contabilmente em conta de Reservas de Lucros – Reserva de Incentivos Fiscais no patrimônio líquido.

Aparentemente, o assunto estaria resolvido e, portanto, bastava que as subvenções fossem classificadas e segregadas em uma conta de Reserva de Lucros – Reserva de Incentivos Fiscais para que ficasse livre da tributação de IRPJ e CSLL.

Contudo, e com objetivo de estancar a perda de receita tributária que essa decisão representaria, no fim do mesmo ano, o governo publicou a Lei nº 14.789/2023, que trouxe diversos requisitos a serem cumpridos para que os valores relativos a subvenções sejam abatidos do IRPJ e do CSLL ou considerados como crédito para abatimento desses e de outros tributos federais.

Assim, atualmente, a regra geral é de que há incidência de IRPJ e CSLL sobre as subvenções, exceto se atendidos os requisitos da Lei nº 14.789/2023, que entre outros pontos limitou a não tributação a apenas a 25% do crédito experimentado e após procedimento de pré-cadastro e aprovação sistêmica, ou seja, dificultando o dia a dia e atingindo o bolso do contribuinte.

Todavia, considerando o vaivém legislativo, bem como as diversas argumentações jurídicas possíveis contra a referida tributação, o assunto ainda não está encerrado e deve ser palco de alta litigiosidade, considerando que os contribuintes tendem a ingressar com ações judiciais, objetivando tanto a não inclusão do valor de subvenções para investimento na base de cálculo dos tributos referidos quanto a não aplicação da nova diretriz de tributação – definida pela nova legislação – ao crédito presumido de ICMS.

Recomendamos que o contribuinte fique atento às mudanças legislativas e procedimentais, bem como à evolução das discussões na esfera contenciosa tributário.

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ARTIGOS

Campanha educativa é fundamental para a implantação do Drex

31/12/2024 07h15

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O Banco Central (BC) está avançando rumo à implementação do Drex, a moeda digital brasileira, porém, vem enfrentando alguns desafios. Já entrando na segunda fase de testes, a moeda digital brasileira ainda carece de uma solução definitiva de sigilo que atenda à legislação brasileira. De quatro ferramentas de privacidade disponíveis, nenhuma delas conseguiu atingir todos os requisitos. Essa é uma questão fundamental ainda a ser resolvida.

Além disso, a segunda fase de testes traz algumas novidades: permitirá que ativos que não estejam sujeitos à regulação do BC possam ingressar na plataforma, começará a avaliar a adoção de contratos inteligentes e incluirá mais participantes no projeto-piloto. Dentro desse cenário, o Banco Central já prevê que a implantação do Drex deve ser adiada para 2025.

Na primeira fase do projeto-piloto, o BC elegeu 13 casos de uso, de um total de 42 propostas apresentadas pelos 16 consórcios que estão no piloto. Os escolhidos incluem tópicos de transações com diferentes ativos, como imóveis, automóveis e cédulas de crédito bancário (CCBs). 

No caso da compra e venda de carros, por exemplo, o Drex poderia resolver um dilema clássico: como fazer a transferência da posse sem receber o pagamento ou, do lado do comprador, depositar o valor da transação sem ter o bem em seu nome. Com o Drex, essa jornada de compra, baseada em fluxo de dados, será simultânea, transparente, segura e fluida, praticamente sem fricções. 

É todo um novo mundo que se abre para agentes financeiros, porém fica claro que a aplicação da moeda digital brasileira não será tão intuitiva quanto o Pix, sistema instantâneo de pagamentos que ganhou a adesão imediata e incondicional dos brasileiros. 

A pesquisa Da cédula ao Drex: a evolução do real em 30 anos, realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) para o Mercado Pago, revela que 46% dos entrevistados não sabem se vão migrar para a moeda digital, refletindo incertezas quanto à aplicação dessa ferramenta. Essa insegurança pode derivar da falta de familiaridade com a blockchain e sua usabilidade. Detalhe: segundo a mesma pesquisa, 50,5% deles acreditam que o papel-moeda desaparecerá em 10 anos. 

Por conta de golpes anteriores e da volatilidade de ativos sem lastro, como Bitcoin e Ethereum, parte da população pode se sentir cautelosa em relação à tecnologia blockchain. Sempre vale a pena lembrar que, diferentemente de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, o Drex será lastreado no real, o que aumenta o seu alcance. 

Para estimular a adesão da população brasileira à moeda digital, é crucial investir em campanhas educativas para a chegada do Drex, um aspecto muitas vezes subestimado, mas tão importante quanto a fase de testes do modelo piloto. 

O Brasil é reconhecido como um terreno fértil para a implementação de novas tecnologias financeiras. A transformação digital já é uma prioridade para as empresas brasileiras, impulsionando eficiência, produtividade e competitividade. No entanto, para garantir que essa recepção continue, a educação financeira deve ser constantemente promovida.

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