Artigos e Opinião

ARTIGOS

As incertezas do futuro político e econômico

Continue lendo...

Em linhas gerais (ou generalíssimas), a sociedade vive, mundialmente, sob um delicado momento no campo político e, fatalmente, na Economia, que atinge até mesmo os países mais desenvolvidos.

Um dos sinais mais percebidos foi dado, recentemente, com a reviravolta nas eleições americanas, tanto em relação ao ocorrido no comício de Donald Trump, quanto na renúncia à disputa, ocorrida com o  atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Esses fatos, embora alinhados no mesmo campo das eleições, deflagrarão consequências que, inevitavelmente, mudarão os rumos de todos os demais países, incluindo o nosso Brasil, já inserido em outro mar de incertezas no campo da Economia.

O que angustia mais ainda, humanamente se falando, é saber que já atravessamos uma indesejável (e anormal) crise sanitária neste Século (com a Pandemia), na esperança de que nossa sobrevivência traria melhorias, em termos de fraternidade, de solidariedade e da tão apregoada empatia.

Ao invés disso, mal rompemos esse amargo tempo, em que muitas vidas foram perdidas, já esbarramos em um turbilhão de outras crises, a exemplo das guerras entre a Rússia e a Ucrânia; ou das sempre ameaçadoras investidas pelo Oriente Médio.

Além dessas questões bélicas, que sempre investem contra a paz mundial, o agravamento das questões ambientais, especialmente as que afetam diretamente o clima, tem ganhado contornos nunca tão sentidos em outras décadas, a ponto de, com muito otimismo, contentarmo-nos com a esperança de não se agravem mais ainda.

Enquanto as próprias nações, que mais diretamente contribuíram para que chegássemos a esse inusitado estágio climático, não se curvam ante as respostas da Natureza, seguindo com seu comportamento agressor ao meio ambiente, outras são mais enfraquecidas, seja pelos incontidos avanços de governantes tiranos; seja por outras crises que se alastram, mundialmente.

Há algumas décadas atrás, o Mundo cingia-se a debater sobre questões mais centrais e comuns, como fome, meio ambiente, desemprego, etc. 

Hodiernamente, esses fantasmas não desapareceram, mas trouxeram outros consigo mesmos, que são mais aterrorizantes e impõem desafios até aos países com mais histórias de superação.

Fala-se ineditamente, por exemplo, (e com uma naturalidade antes inimaginável), sobre os efeitos que as sanções impostas pelos Estados Unidos a outros países, podem trazer para a desvalorização do dólar, como abertamente admitiu a Secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.

No Brasil, ainda permanecemos com o tabuleiro político “printado” com a imagem do passado, em meio à polarização que tomou conta do País, nas últimas eleições, o que terrivelmente nos enfraquece em todos os setores, já que impede o debate sobre rotas alternativas de liderança, que poderiam ser pensadas (ou repensadas) para se arriscar sair desse atoleiro em tema de ideologia político-partidária.

No plano nacional, para ser mais exato, o debate que vem ocupando a pauta legislativa, ou foge em demasia dos interesses reais e mais urgentes da sociedade, ou se circunscreve à questão tributária, como se a denominada “reforma” fosse realmente salvar a Pátria, cujo contribuinte já é tão severamente sugado por impostos e mais impostos.

Sem o necessário rumo que deveria ser definido, estrategicamente, o País segue à deriva, deixando-nos sob o alvo do minado campo de uma crise econômica, com potencial para nos fazer naufragar perigosamente, sem precedentes.

ARTIGOS

O envelhecimento e a vulnerabilidade do corpo: o que a saúde do papa nos ensina?

21/02/2025 07h45

Arquivo

Continue Lendo...

O avanço da idade traz consigo uma série de transformações no organismo, tornando-o mais vulnerável a doenças. Com o tempo, o sistema imunológico perde eficiência, os músculos e ossos se enfraquecem e órgãos como o cérebro, o coração e os pulmões podem não funcionar com a mesma força de antes. Aos poucos, o corpo perde resiliência, ou seja, a capacidade de se adaptar e se recuperar diante de desafios como doenças, perdas e outros fatores estressores. Isso explica porque infecções simples podem se tornar mais graves e porque a recuperação de uma enfermidade tende a ser mais lenta em pessoas idosas.

O papa Francisco, com seus 88 anos, é um exemplo vivo dessas mudanças. Nos últimos anos, tem enfrentado problemas respiratórios, dificuldades de locomoção e internações recorrentes por infecções. Sua trajetória ilustra uma realidade comum a milhões de idosos no mundo: mesmo com acompanhamento médico de excelência, o envelhecimento impõe desafios à saúde.

Por isso, a longevidade deve ser acompanhada de cuidados constantes. A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, atividade física e acompanhamento médico regular, contribui para a manutenção da qualidade de vida na velhice. Envelhecer é um grande privilégio. Que possamos encarar essa fase desafiadora com saúde, dignidade e autonomia.

Assine o Correio do Estado

 

ARTIGOS

Onde falhamos no caso da Vanessa Ricarte? Algumas reflexões.

21/02/2025 07h15

Arquivo

Continue Lendo...

A Casa da Mulher Brasileira (CMB) é um espaço público que agrega um conjunto articulado de ações da União, do Estado e do município para a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, trabalho, entre outras. 

É um modelo revolucionário de enfrentamento à violência contra a mulher, pois integra e articula os equipamentos públicos voltados às mulheres em situação de violência. Foi inaugurada em 2015 pelo governo federal e representa o sonho da efetivação de uma política pública integrada e de um atendimento humanizado para as mulheres. Dessa forma, todos os órgãos e serviços da CMB buscam, de forma integrada, oferecer os serviços especializados, no mesmo espaço público, para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres. 

Nessa nota, vamos refletir sobre o feminicídio ocorrido no dia 12/2/2025 da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, que mostra uma triste realidade de falha de um conjunto de procedimentos legais e de acolhimento existentes, procedimentos esses que deveriam ser eficazes e ágeis em defesa e proteção das mulheres.

Em áudio, Vanessa descreve ter informado a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) a decisão de retornar a sua casa, onde estava o agressor. Nesse caso, o percurso deveria ocorrer com a escolta da Patrulha Maria da Penha ou da Segurança Pública, conforme o protocolo de avaliação de risco para as mulheres em situação de violência que orienta o atendimento da CMB.

Cabe avaliar todos os procedimentos da CMB, mas vamos nos ater a algumas situações que foram relatadas nos áudios de Vanessa, divulgados pela mídia. Destacamos abaixo algumas dessas situações/constatações:

  • Não pode haver dúvidas em relação ao relato da vítima, o interrogatório não pode parecer uma acusação. Não podem ser tratadas com desconfiança em nenhum setor da Casa, o ambiente deve ser de confiança e respeito às mulheres;
  • A vítima deve ser esclarecida sobre o que vai acontecer depois do B.O. e também quanto aos diferentes e possíveis atendimentos;
  • O formulário de avaliação de risco é importante para os encaminhamentos necessários e pode ser aplicado por todas as instituições da CMB;
  • Na maioria das vezes, a mulher não tem percepção do risco existente, mas a equipe da Casa deve avaliar a partir do histórico do agressor e aplicar medidas rigorosas de proteção;
  • É preciso implantar protocolos para vítimas a partir do histórico do agressor (B.O.s anteriores);
  • O atendimento psicossocial é de responsabilidade do município e precisa ser reforçado, cumprindo o seu papel, principalmente no sentido de monitorar as mulheres a partir dos pedidos de medida protetiva de urgência;
  • A formação/capacitação da equipe de atendimento e acolhimento à vítima deve ser continuada; 
  • É preciso diminuir o tempo de espera das mulheres para serem atendidas.

É importante que o colegiado gestor da Casa, que tem a função de integrar as diferentes áreas no sentido de oferecer intervenções positivas e humanizadas às situações de violência contra mulheres que procuram o serviço, possa avaliar e entender quais as falhas do mecanismo de proteção às mulheres em todos os serviços e rever os processos de atendimento.

Ressaltamos que a elaboração de documentos/ protocolos/registros é tão importante quanto o acolhimento e o atendimento humanizado, que consta nas diretrizes gerais da Casa. A vítima deve ser recebida de forma a se sentir confiante para aceitar as propostas e aderir às recomendações. 

O setor psicossocial da CMB tem uma grande responsabilidade nesse processo de acolhimento, na prestação de atendimento continuado. Inclusive, todos os outros serviços da CMB podem encaminhar as mulheres para o atendimento pela equipe de apoio psicossocial, caso seja identificada essa necessidade. No caso de violência recorrente, a equipe precisa orientar e mostrar à vítima que o risco aumentou.

Se a gente se colocar no lugar dessas mulheres, o que a gente quer? Ser bem atendida, não é? Para a mulher, faz toda a diferença ser bem atendida. Assim, todos os serviços da Casa devem assumir o compromisso de oferecer um atendimento integral e humanizado às mulheres. É um lugar que acolhe, apoia e liberta. 

Nosso sonho é que a CMB continue contribuindo para que possamos ter uma sociedade mais humana, menos machista e uma cultura de respeito, dignidade e igualdade de gênero na sociedade. Não vamos mais permitir que a força física e o machismo destruam a dignidade e/ou a vida das mulheres.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).