O acesso à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ainda é, para milhares de sul-mato-grossenses, um obstáculo financeiro difícil de superar. Em um estado que busca ampliar oportunidades, fomentar a empregabilidade e reduzir desigualdades, causa estranhamento que medidas para baratear esse documento essencial não avancem com a urgência necessária.
As autoridades de Mato Grosso do Sul poderiam – e deveriam – atuar de forma mais célere para garantir que a população tenha acesso a uma CNH mais barata o quanto antes. Trata-se de uma política pública com impacto direto na vida das pessoas, especialmente daquelas que dependem do documento para ingressar ou permanecer no mercado de trabalho. Não se trata apenas de dirigir um veículo, mas de ampliar horizontes profissionais e sociais.
Nesta edição, mostramos que o barateamento completo da CNH no Estado ainda depende do envio de um projeto de lei à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que se encontra em recesso. Enquanto isso, em outras partes do Brasil, a obtenção do documento já se tornou mais acessível. A comparação é inevitável e desfavorável: sul-mato-grossenses seguem pagando mais caro por algo que, em outros estados, já foi tratado como instrumento de inclusão social.
Ter uma carteira de motorista vai muito além de uma autorização para conduzir um automóvel. Ela é, para muitos, uma exigência básica para vagas de emprego em setores como comércio, serviços, logística, transporte e até mesmo para atividades autônomas. Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não ter CNH significa, muitas vezes, sequer passar da primeira etapa de seleção.
O governo federal, ao adotar medidas que reduziram o custo da CNH, deu um passo importante no sentido da inclusão. Ao baratear o processo, abriu-se uma oportunidade concreta para pessoas que antes não tinham recursos suficientes para arcar com taxas, aulas e exames. É uma política que dialoga com a realidade de quem vive com orçamento apertado e precisa de ferramentas para melhorar sua renda.
Em Mato Grosso do Sul, seria perfeitamente possível acompanhar essa transformação de forma mais rápida. A burocracia e o calendário político não podem se sobrepor a uma demanda social tão evidente. Cada mês de atraso representa menos oportunidades, menos empregos e mais dificuldades para quem já enfrenta obstáculos diários.
Políticas públicas eficazes são aquelas que chegam na ponta, que transformam a realidade concreta das pessoas. Facilitar o acesso à CNH é investir em dignidade, mobilidade e inclusão. Falta pouco para que isso aconteça no Estado, e justamente por isso a demora se torna ainda mais difícil de justificar.
É preciso vontade política, sensibilidade social e agilidade administrativa. A população de Mato Grosso do Sul agradeceria.



