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CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial desta quarta-feira: "Em busca de mudanças"

Confira o editorial desta quarta-feira: "Em busca de mudanças"

Redação

19/07/2017 - 03h00
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O trabalhador também precisa buscar diversificação e novos mercados, procurando foco em áreas mais aquecidas.

Todos os dia são divulgados, em números, as mazelas da economia nacional. Não faltam índices que corroborem o que o trabalhador já sentiu  no bolso: a crise que assola o País e tira qualquer perspectiva de melhora a médio prazo. Os poucos porcentuais positivos existentes são fundamentados no agronegócio, a exemplo do saldo positivo de 6,8 mil postos de trabalho em junho. Em Mato Grosso do Sul, foram pouco mais de 250 no estoque, entre demissões e contratações. São pequenos avanços indicativos dos caminhos ainda favoráveis ao mercado brasileiro e que precisam ser vistos com atenção por aqueles em busca de novas oportunidades.

No cenário nacional, segundo reportagem publicada na edição de ontem do Correio do Estado, no primeiro semestre, foram 67,3 mil postos de trabalho formais no total, sendo que o cultivo de café, em Minas Gerais foi responsável pela geração de 10,8 mil vagas do total. Já as atividades de apoio à agricultura ofereceram 10.645 novos postos, concentrados especialmente em São Paulo. No lado negativo da tabela estão indústria, comércio e construção civil que cortaram, juntos, 19,4 mil vagas. Juntamente com o de serviço, são os mais afetados desde o crescimento da recessão, a partir de 2014. Vivem o efeito dominó, que envolve a queda abrupta de poder aquisito das famílias, a redução no consumo, da produção e, em consequência, da geração de empregos.

Por causa dessa bola de neve é que os resultados ainda são desanimadores. Em Mato Grosso do Sul, 1,4 mil empresas foram fechadas no primeiro semestre, número recorde desde o início da série histórica da Junta Comercial do Estado (Jucems), iniciada há 17 anos. Em Campo Grande, 4,1 mil vagas de emprego foram encerradas, o que representa 11 desligamentos a cada 24 horas.  Na edição de hoje, a divulgação de número preocupante: o crescimento de empresas inadimplentes, colocando o Estado na quarta posição no ranking do Brasil de devedores nesta categoria. Por muito tempo, segundo economista ouvido pela reportagem, o agronegócio conseguiu manter índices favoráveis, mas começou a sentir os efeitos da crise.

Apesar dos resultados negativos no Estado e dos efeitos que começa a sofrer com a recessão, o agronegócio ainda é, sem dúvida, a mola propulsora do País. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam crescimento de 15,2% no primeiro trimestre do ano. A produção da safra 2016/2017 teve alta de 44 milhões de toneladas, sendo atribuído o desempenho, conforme avaliação do Ministério da Agricultura, à motivação dos produtores em incorporar tecnologias e agregar valor. Será, também, responsável pelos números favoráveis do Produto Interno Bruto (PIB).

Porém, é urgente que o Brasil consiga se recuperar em outros setores da economia, um projeto que patina nas incertezas políticas; o trabalhador também precisa buscar diversificação e novos mercados, procurando foco em áreas mais aquecidas. Economistas apontam que a crise ainda irá perdurar durante todo este ano, com possível crescimento a partir do segundo semestre de 2018. Por isso, não adianta dar murro em ponta de faca. É preciso apostar naquilo que o brasileiro é especialista, a arte de se reinventar.

 

ARTIGOS

Melhor idade: um convite para grandes aventuras

03/12/2024 07h45

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As pessoas necessitam de um período para reavaliar as escolhas, explorar novos interesses e adquirir experiências inovadoras. O termo sabático, oriundo do hebraico shabat, está relacionado à tradição judaica de descansar a terra a cada seis anos de cultivo ininterrupto. Na terceira idade, um momento de pausa pode ser especial. Não é uma decisão fácil ou imediata, mas sim fruto de um processo de autoconhecimento e de estar disposto a sair da zona de conforto (ou de desconforto), enfrentando medos e desafios. Para que o projeto se torne exitoso, há três palavras fundamentais: antecedência, organização e planejamento.

Compartilho aqui a experiência que tive com meu marido, Paulo, de nosso período de pausa, após eu pedir afastamento do cargo de gestão que exercia há mais de 10 anos. Apesar de gostar imensamente do que fazia, não desvinculava o cansaço e o estresse que sentia a esse trabalho. Essa constatação me fez refletir e ver que era hora de “passar o bastão”, não sem antes praticar o desapego. O que fazer? O mundo tinha aberto as portas e o céu seria o limite!

Quantas possibilidades! Depois de várias “tempestades de ideias”, decidimos viajar por aproximadamente seis meses para a Europa em 2018, guiados por interesses comuns em história, cultura e arte do Velho Mundo.

Iniciamos a jornada pela Inglaterra e tivemos a oportunidade de conhecer e de interagir com pessoas de várias partes do mundo. Todo o roteiro foi em função do desejo de conhecermos as grandes obras de arte, como as contidas no British Museum, na capital inglesa, no Museu do Prado, em Madri, e no Louvre, de Paris, além de patrimônios históricos e culturais da humanidade, em lugares como Portugal e Alemanha. As vivências espirituais foram outro ponto alto do passeio, em espaços como a Sacré-Coeur, de Paris, o Self Realization Fellowship, de Dublin, e o templo de Neasden, em Londres.

Ao término de nossa viagem, voltamos com uma bagagem extraordinária de vivências e de conhecimentos que gostaríamos de passar para outras pessoas. Descobri o prazer de escrever e publiquei dois livros sobre a experiência, e Paulo entrou para o ramo do turismo. Valeu a pena? Muito!

Essa decisão precisa ter uma razão e um propósito, um plano de ação muito bem estruturado, com definição do tempo da pausa, do destino, dos custos e da preparação para o retorno, garantindo que essa experiência se reverta em crescimento pessoal ou profissional. Desperte sua criatividade e explore potencialidades que talvez nunca tenha imaginado, permitindo-se um período de pausa transformador!

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ARTIGOS

Recomendações de Herman Benjamin para os juízes

03/12/2024 07h30

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Sempre tive uma vontade grande de conhecer pessoalmente o ministro presidente do STJ, Herman Benjamin, paraibano de Catolé do Rocha, e conversar com ele para beber seus vastos conhecimentos jurídicos, filosóficos, teológicos e humanitários tão importantes para sedimentar as suas sentenças e engalanar a cátedra onde sustenta com absoluta competência. Esse sempre foi um dos meus acalentados sonhos.

O ministro está tão próximo da minha cidade Ponta Porã e não pude concretizar essa aspiração em razão da fragilidade da minha saúde. Mas as oportunidades se renovam e quem sabe um pouco mais à frente poderei concretizar esse desiderato precioso. Mas é certo também, em outra vertente, que as suas decisões inseridas nos anais dos tribunais por onde peregrinou e ainda peregrina são sábias e pedagógicas e de valor inigualável. Não são conversas vazias e destituídas de fundamentos esse indicativo lançado pelo articulista. 

São provas robustas e insofismáveis emanadas daqueles que verdadeiramente amam o Direito e ainda consagram a sua vida inteira a serviço da Justiça como instrumento fomentador da paz social. Sim, porque o Direito, embora seja uma ciência abstrata, ele atrai, seduz e nunca chega a satisfazer a inteligência do seu estudioso diante da sua grandeza e do alcance dos seus propósitos.

Desde que nascemos, com o registro de nascimento, até quando morremos, com o atestado de óbito, tudo o que fazemos ou realizamos no curso da nossa peregrinação terrena está regulamentado por normas, regulamentos, portarias, decretos e leis que formam o nosso ordenamento jurídico. Base fundamental para referendar a justa distribuição da Justiça sempre que esse reclamo bater às portas dos juízos, instâncias ou tribunais.

Nessa linha de pensamento e de coexistência pacífica entre o Estado e a sociedade civil organizada surge o Judiciário como instrumento valioso para assentar a paz social, sobretudo quando foi esse o propósito do Estado para chamar para si a responsabilidade de distribuir a Justiça. Como o Estado se trata de um ente abstrato, ele mostra a sua face na pessoa física do juiz como responsável pela aplicação da Justiça. Não pode existir nada mais sublime do que isso. 

Consolidar a paz social com a aplicação da norma jurídica capaz de serenar os ânimos dos que buscam na Justiça o último guardião para a defesa dos seus direitos. E isso se torna mais evidente quando se constata a lisura dos nossos juízes, suas condutas morais, culturais, sociais, éticas e jurídicas no contexto da sociedade em que convive, como expressão maior para conquistar a respeitabilidade dos seus jurisdicionados.

Na primeira entrevista que concedeu, e que está estampada nas páginas amarelas da edição da Veja de setembro/24, disse a cada jovem magistrado com quem se encontra que a ambição da riqueza material ou quem sonha com um emprego glamouroso não deve ser juiz, estará na profissão errada. E sentenciou dizendo que o juiz no exercício da sua função judicante nunca será rico, e quem quer ser rico, não deve fazer concurso para juiz. 

Foi o desabafo diante de tantos tormentos que sacudiram os tribunais estaduais com os afastamentos de desembargadores de seu ofícios judicantes. Mas esse desejo enlouquecido que embrutece o ser humano não reside apenas nos limites do Judiciário. Outras tantas instituições sofrem com esse pesadelo. Nem o papa Francisco com o seu colégio de cardeais rebelde, e de outros tantos padres que se utilizam da sotaina para destruir sonhos justos e santos, vive momentos do seu pontificado sem tormentos. 

Em razão desses ditames, a nossa Carta Constitucional, para evitar essa vontade condenável, reservou aos integrantes do Judiciário as garantias constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos como instrumentos robustos para enfrentar os poderosos e vencer os desafios que todos os dias surgem na sua rotina de trabalho.

Parabéns ao nosso Estado, que recebe as mais altas autoridades do Judiciário brasileiro pelo colóquio. Parabéns a nossa sempre linda Campo Grande, terra de José Antônio Pereira, plantador de uma cidade de gente honesta, trabalhadora e que respeita a ordem, a lei e as autoridades constituídas. 

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