O desafio do município é especialmente grande, porque, em meio às dificuldades, o prefeito Marcos Trad precisa provisionar a folha do 13º salário dos servidores públicos
Se existe algum lugar do Brasil onde a torcida pela recuperação da atividade econômica é mais forte que em outros, este local é a cidade de Campo Grande. Se a renda da população melhorar e o consumo e a contratação de serviços aumentar na cidade, certamente a prefeitura terá mais tranquilidade financeira para chegar ao mês de dezembro.
O ano de 2019 é especialmente desafiador para o prefeito Marcos Trad. O município sofreu com a redução no repasse de impostos de outros entes federativos, como do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e ainda viu, por causa da dificuldade financeira da população no primeiro semestre do ano, a inadimplência com o pagamento de tributos importantes, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), saltar de 30% para 45%.
Em meio a esta redução de receita, as despesas correntes, como não poderia deixar de ser, aumentaram. O gasto com pessoal, por exemplo, tem crescido. Só neste ano, o município já desembolsou mais de R$ 1 bilhão com o pagamento de salários, quantia que equivale a nada menos que 25% do orçamento previsto para o ano inteiro.
A recuperação da economia neste segundo semestre deve ser puxada por medidas que poderão aumentar a liquidez no mercado, como a queda nos juros, os saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep e, sobretudo, pelo resgate da confiança dos investidores privados com a – aparentemente encaminhada – aprovação da reforma da Previdência. Se isso tudo resultar em aumento do consumo, da prestação de serviços e da renda da população, certamente que a arrecadação da Prefeitura de Campo Grande terá ganhos nos próximos meses.
O desafio do município é especialmente grande, porque, em meio às dificuldades, o prefeito Marcos Trad precisa provisionar a folha do 13º salário dos servidores públicos. E fazer isso não será nada fácil: precisará de, pelo menos, R$ 100 milhões.
Ações como o Programa de Pagamento Incentivado (PPI) e o corte de até 30% em despesas de materiais de consumo e combustível poderão ajudar, mas será preciso mais. Torcemos e acreditamos que nossos gestores vencerão mais este desafio.