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Convivência de gerações

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Pela primeira vez na história, testemunhamos uma diversidade etária tão marcante no ambiente corporativo. Um encontro entre jovens e veteranos que compartilham não apenas os mesmos cargos, mas também posições de alta liderança.

Há quem se incomode com os possíveis conflitos entre as gerações X, Y e Z durante as tomadas de decisões, mas quem se fecha apenas nos problemas acaba por negar uma realidade: equipes que integram todo o alfabeto geracional podem enriquecer as dinâmicas empresariais, promover a inovação e impulsionar a produtividade.

Geração que iniciou a carreira nos anos 2000 – e antes a favorita das empresas –, agora enfrenta o desafio de se adaptar a um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e competitivo. Esse cenário é ainda mais preocupante quando consideramos que o desempenho educacional do País está abaixo do ideal, gerando incertezas sobre a preparação dos profissionais para os empregos do futuro.

Enquanto a distância entre as diferentes faixas etárias no ambiente corporativo só aumenta, se faz urgente a construção de pontes e a mudança de mentalidade daqueles que contratam esses jovens. E o primeiro passo está na implementação de programas de aprendizagem e estágio.

Para as empresas do futuro, equipes multigeracionais são verdadeiros tesouros de diversidade e experiência. Quem valoriza essa riqueza já compreendeu que um time que se complementa contribui significativamente para o aprimoramento dos negócios. Isso pode melhorar a reputação da empresa, tanto entre os clientes quanto entre os colaboradores. Uma organização que se apresenta como inclusiva e diversa atrai talentos de todas as idades, o que é crucial em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo em função das inúmeras oportunidades de capacitação e desenvolvimento de carreira.

Além disso, novos colaboradores se sentem cada vez mais motivados a crescer dentro da empresa ao terem exemplos diários de carreiras de sucesso, compartilhando experiências e conhecimentos.

É nesse meio de campo que surge a dúvida sobre qual é mais importante: inovação ou experiência? Na hora de solucionar um problema, é melhor ter um profissional jovem e criativo ou um profissional experiente com domínio do mercado? Para ambas, as respostas estão no agrupamento desses dois perfis e na troca de ideias entre esses públicos. Por mais que cada um se sinta capaz de trilhar seu próprio caminho, muitas vezes é na troca e na união de esforços que se pode chegar muito mais longe. Uma equipe diversa gera resiliência, com a organização se adaptando mais rapidamente às mudanças do mercado e às novas demandas e promovendo a melhoria contínua dos processos.

Diversas pesquisas já comprovaram que a mescla de experiências é necessária para o avanço contínuo de uma empresa e, até mesmo, interfere diretamente na lucratividade. Empresas com equipes diversificadas têm 21% mais probabilidade de serem lucrativas. E quando olhamos para o Brasil, 42% dos profissionais já trabalharam em ambientes imparciais que valorizam todas as idades, fomentando inovação e eficiência. Isso ocorre em empresas que reconhecem a diversidade como o combustível que impulsiona o crescimento.

Debaixo do mesmo teto, as diversas gerações precisam trabalhar em conjunto. As empresas dependem desse trabalho em equipe para enxergar além do horizonte e vislumbrar o futuro. Para que isso se torne realidade, um estudo da Harvard Business Publishing aponta que é necessário abandonar os estereótipos geracionais, tratar cada colaborador pelas suas individualidades e incentivar um ambiente colaborativo.
 

Baby boomers, X, Y, Z ou alpha. Seja qual for a geração em questão, o verdadeiro progresso apenas surgirá quando aceitarmos que o passado precisa se fundir com o presente. Somente assim poderemos construir um futuro sólido e próspero. Será impulsionando e estimulando o indivíduo a desenvolver seu pleno potencial por meio da educação e do trabalho que contribuiremos para o progresso da sociedade e, assim, transformaremos vidas.

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Melhor idade: um convite para grandes aventuras

03/12/2024 07h45

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As pessoas necessitam de um período para reavaliar as escolhas, explorar novos interesses e adquirir experiências inovadoras. O termo sabático, oriundo do hebraico shabat, está relacionado à tradição judaica de descansar a terra a cada seis anos de cultivo ininterrupto. Na terceira idade, um momento de pausa pode ser especial. Não é uma decisão fácil ou imediata, mas sim fruto de um processo de autoconhecimento e de estar disposto a sair da zona de conforto (ou de desconforto), enfrentando medos e desafios. Para que o projeto se torne exitoso, há três palavras fundamentais: antecedência, organização e planejamento.

Compartilho aqui a experiência que tive com meu marido, Paulo, de nosso período de pausa, após eu pedir afastamento do cargo de gestão que exercia há mais de 10 anos. Apesar de gostar imensamente do que fazia, não desvinculava o cansaço e o estresse que sentia a esse trabalho. Essa constatação me fez refletir e ver que era hora de “passar o bastão”, não sem antes praticar o desapego. O que fazer? O mundo tinha aberto as portas e o céu seria o limite!

Quantas possibilidades! Depois de várias “tempestades de ideias”, decidimos viajar por aproximadamente seis meses para a Europa em 2018, guiados por interesses comuns em história, cultura e arte do Velho Mundo.

Iniciamos a jornada pela Inglaterra e tivemos a oportunidade de conhecer e de interagir com pessoas de várias partes do mundo. Todo o roteiro foi em função do desejo de conhecermos as grandes obras de arte, como as contidas no British Museum, na capital inglesa, no Museu do Prado, em Madri, e no Louvre, de Paris, além de patrimônios históricos e culturais da humanidade, em lugares como Portugal e Alemanha. As vivências espirituais foram outro ponto alto do passeio, em espaços como a Sacré-Coeur, de Paris, o Self Realization Fellowship, de Dublin, e o templo de Neasden, em Londres.

Ao término de nossa viagem, voltamos com uma bagagem extraordinária de vivências e de conhecimentos que gostaríamos de passar para outras pessoas. Descobri o prazer de escrever e publiquei dois livros sobre a experiência, e Paulo entrou para o ramo do turismo. Valeu a pena? Muito!

Essa decisão precisa ter uma razão e um propósito, um plano de ação muito bem estruturado, com definição do tempo da pausa, do destino, dos custos e da preparação para o retorno, garantindo que essa experiência se reverta em crescimento pessoal ou profissional. Desperte sua criatividade e explore potencialidades que talvez nunca tenha imaginado, permitindo-se um período de pausa transformador!

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Recomendações de Herman Benjamin para os juízes

03/12/2024 07h30

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Sempre tive uma vontade grande de conhecer pessoalmente o ministro presidente do STJ, Herman Benjamin, paraibano de Catolé do Rocha, e conversar com ele para beber seus vastos conhecimentos jurídicos, filosóficos, teológicos e humanitários tão importantes para sedimentar as suas sentenças e engalanar a cátedra onde sustenta com absoluta competência. Esse sempre foi um dos meus acalentados sonhos.

O ministro está tão próximo da minha cidade Ponta Porã e não pude concretizar essa aspiração em razão da fragilidade da minha saúde. Mas as oportunidades se renovam e quem sabe um pouco mais à frente poderei concretizar esse desiderato precioso. Mas é certo também, em outra vertente, que as suas decisões inseridas nos anais dos tribunais por onde peregrinou e ainda peregrina são sábias e pedagógicas e de valor inigualável. Não são conversas vazias e destituídas de fundamentos esse indicativo lançado pelo articulista. 

São provas robustas e insofismáveis emanadas daqueles que verdadeiramente amam o Direito e ainda consagram a sua vida inteira a serviço da Justiça como instrumento fomentador da paz social. Sim, porque o Direito, embora seja uma ciência abstrata, ele atrai, seduz e nunca chega a satisfazer a inteligência do seu estudioso diante da sua grandeza e do alcance dos seus propósitos.

Desde que nascemos, com o registro de nascimento, até quando morremos, com o atestado de óbito, tudo o que fazemos ou realizamos no curso da nossa peregrinação terrena está regulamentado por normas, regulamentos, portarias, decretos e leis que formam o nosso ordenamento jurídico. Base fundamental para referendar a justa distribuição da Justiça sempre que esse reclamo bater às portas dos juízos, instâncias ou tribunais.

Nessa linha de pensamento e de coexistência pacífica entre o Estado e a sociedade civil organizada surge o Judiciário como instrumento valioso para assentar a paz social, sobretudo quando foi esse o propósito do Estado para chamar para si a responsabilidade de distribuir a Justiça. Como o Estado se trata de um ente abstrato, ele mostra a sua face na pessoa física do juiz como responsável pela aplicação da Justiça. Não pode existir nada mais sublime do que isso. 

Consolidar a paz social com a aplicação da norma jurídica capaz de serenar os ânimos dos que buscam na Justiça o último guardião para a defesa dos seus direitos. E isso se torna mais evidente quando se constata a lisura dos nossos juízes, suas condutas morais, culturais, sociais, éticas e jurídicas no contexto da sociedade em que convive, como expressão maior para conquistar a respeitabilidade dos seus jurisdicionados.

Na primeira entrevista que concedeu, e que está estampada nas páginas amarelas da edição da Veja de setembro/24, disse a cada jovem magistrado com quem se encontra que a ambição da riqueza material ou quem sonha com um emprego glamouroso não deve ser juiz, estará na profissão errada. E sentenciou dizendo que o juiz no exercício da sua função judicante nunca será rico, e quem quer ser rico, não deve fazer concurso para juiz. 

Foi o desabafo diante de tantos tormentos que sacudiram os tribunais estaduais com os afastamentos de desembargadores de seu ofícios judicantes. Mas esse desejo enlouquecido que embrutece o ser humano não reside apenas nos limites do Judiciário. Outras tantas instituições sofrem com esse pesadelo. Nem o papa Francisco com o seu colégio de cardeais rebelde, e de outros tantos padres que se utilizam da sotaina para destruir sonhos justos e santos, vive momentos do seu pontificado sem tormentos. 

Em razão desses ditames, a nossa Carta Constitucional, para evitar essa vontade condenável, reservou aos integrantes do Judiciário as garantias constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos como instrumentos robustos para enfrentar os poderosos e vencer os desafios que todos os dias surgem na sua rotina de trabalho.

Parabéns ao nosso Estado, que recebe as mais altas autoridades do Judiciário brasileiro pelo colóquio. Parabéns a nossa sempre linda Campo Grande, terra de José Antônio Pereira, plantador de uma cidade de gente honesta, trabalhadora e que respeita a ordem, a lei e as autoridades constituídas. 

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