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CORREIO DO ESTADO

Editorial desta terça-feira: "Ventos desfavoráveis"

Editorial desta terça-feira: "Ventos desfavoráveis"

Redação

11/08/2015 - 00h00
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A perspectiva do governo é de melhora a partir de 2016, mas, até agora, o cenário não se mostra favorável a projeção tão otimista

Inflação nas alturas - já com indicativo de acumular alta em doze meses de 9,32%, segundo boletim do Banco Central divulgado ontem - e retração no crescimento econômico são fatores suficientes para afastar a intenção de compradores de imóveis. O golpe final é a postura rígida dos bancos em relação ao mercado imobiliário, principalmente, nas restrições impostas nos contratos da Caixa Econômica Federal (CEF). Desde maio, financiamento de usados com recursos da poupança passaram a ter redução do limite do valor financiado de 80% para 50% do valor no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Isso quer dizer que o interessado deve entrar com metade do dinheiro para garantir o financiamento do restante. Não é à toa que o setor em Campo Grande sofreu baque e, em dois meses, enfrenta queda média de 70% nas negociações de usados.

No cenário nacional, das 15 principais empresas de capital aberto do setor, 11 informaram perdas em volume bruto medido pelo Valor Geral de Vendas (VGV) em variação de 70% a 90%. No primeiro semestre, houve influência da ausência de contratações pelo programa Minha Casa, Minha Vida, na faixa de renda mensal até R$ 1,6 mil e tem subsídio oferecido pelo governo Federal.  O Executivo reduziu a verba do Ministério das Cidades utilizada na contratação de novas unidades, o que foi feito antes do ajuste fiscal e mantém-se no corte orçamentário. Até os negócios que estavam fechados são desfeitos e a devolução de apartamentos e casas em contratos fechados cresce.
A estratégia  adotada pelas construtora, então,  é retrair lançamentos e tentar vender o estoque, alternativa escolhida para conter gastos e evitar oferta excessiva. 

O efeito cascata é inevitável. No corte de gastos, os projetos são adiados e, com isso, os trabalhadores da construção civil são demitidos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em um ano, o setor foi responsável por 9,6 mil demissões em Mato Grosso do Sul, o pior desempenho da série histórica divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Especialistas dizem que a área é que mais sente a oscilação da economia e os números refletem o que, infelizmente, ocorre de maneira geral na indústria e no comércio. Enquanto a fragilidade econômica perdurar, a readequação do custeio e do quadro de funcionários é a saída mais usada pelos empresários. Índice de desemprego crescente, é menos dinheiro circulando na praça e mais inadimplência, até de contas básicas. O montante arrecadado em impostos também é prejudicado e as contas das administrações públicas são impactadas com redução do recolhimento de tributos que afetam municípios, Estados e União. Em Campo Grande, a situação é tão grave, que foi exposta, na semana passada, pelo secretário-adjunto de Finanças da capital, Ivan Jorge, que admitiu que a cidade está à beira do caos e, se o quadro não for revertido, será a falência do município, um verdadeiro colapso financeiro. A perspectiva do governo é de melhora a partir de 2016, mas, até agora, o cenário não se mostra favorável a projeção tão otimista. Os indícios - políticos e econômicos - mostram que a turbulência está só começando.

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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