As fronteiras estão abertas, livres para o tráfico de drogas e armas e o contrabando. A região torna-se ponto fixo de trabalho dos criminosos, que veem na facilidade de ir e vir o maior atrativo.
As estradas de Mato Grosso do Sul são velhas conhecidas dos contrabandistas e traficantes. Com 730,8 quilômetros de fronteira seca com Paraguai e Bolívia, países produtores de cocaína e maconha, as cabriteiras e rodovias do Estado são usadas como principal caminho para o transporte da droga. O problema é antigo e, pode-se dizer, crônico, já que dificilmente estratégias de seguranças adotadas podem, efetivamente, reduzir a criminalidade. Mas isso não é impeditivo para que se faça estratégia mais enérgica no combate ao narcotráfico e outros crimes associados à prática.
De janeiro a julho deste ano, segundo a secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram apreendidas 167,6 toneladas de drogas, entre maconha, cocaína, haxixe e outros; em igual período de 2014, foram 117,9 toneladas e, durante todo o ano passado, 230 toneladas. Em relação ao contrabando de cigarros, dados da Polícia Militar e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), confiscaram, juntos, 1,5 milhão de pacotes de cigarros.
Ontem, mais 12 toneladas de maconha foram apreendidas na divisa de São Paulo. Se isso foi o apreendido, imagine o que passou, incólume, pelas estradas e seguiram direto para os pontos de venda em São Paulo, Rio de Janeiro e outros cidades e país consumidores.
Causa ainda mais indignação quando se tem a informação de que há equipamentos disponíveis que poderiam ser utilizados na tentativa de minimizar a situação e estão inoperantes. É o caso do scanner da Polícia Rodoviária Federal, equipamento adquirido pelo governo federal em dezembro de 2012, ao custo de R$ 2,5 milhões, que não está sendo usado pois não há efetivo suficiente para o trabalho. O uso é esporádico, em operações especiais e até levados para outros Estados, como se em Mato Grosso do Sul não houvesse real necessidade . Em relação ao governo estadual, também há promessa da aquisição do mesmo tipo de aparelho e que isso dependeria de acordo com a PRF, pois os policiais é que iriam operar o scanner comprado pelo Executivo. Ou seja, chegou a encruzilhada que dificilmente terá caminho viável a curto prazo. Ainda é uma icógnitca, pelo menos, para a maioria da população, qual a estratégia do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Silvio César Maluf.
As fronteiras estão abertas, livrespara o tráfico de drogas e armas e o contrabando. A região torna-se ponto fixo de trabalho dos criminosos, que veem na facilidade de ir e vir o maior atrativo. O volume de uma apreensão só mostra o poderio das organizações criminosas: no dia 19 de agosto, foram apreendidos 427 quilos de cocaína, carga avaliada em aproximadamente R$ 5, 5 milhões. A droga estava em caminhão, escondida em meio a carga de soja. Esta foi a segunda maior apreensão do ano. Antes, em janeiro, foi 1,4 tonelada de cocaína, em Corumbá. É de se comemorar quando os policiais conseguem alcançar feitos como estes e todas as apreensões feitas até agora. Porém, a falta de estratégia mais incisiva dão a impressão que são “feitos formiguinha”, enquanto outros carregamentos, mesmo que menores, só que recorrentes, continuam passando. Enquanto isso, scanner está encostado, sem uso e novas ações são desconhecidas.