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OPINIÃO

Gilson Cavalcanti Ricci: "Faxineira cai do sexto andar e não morre"

Advogado

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A caótica situação social deixada pelos mandarins da esquerda comunista depois de duas décadas no poder afeta miseravelmente milhões de trabalhadores brasileiros da iniciativa privada. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os governos petistas deixaram o alarmante saldo negativo de mais de doze milhões de desempregados, e a colossal cifra de mais de quarenta milhões de trabalhadores na informalidade. Pasma que o rótulo retumbante de Partido dos Trabalhadores, ao contrário da falácia de seus dirigentes, na verdade é o algoz da massa trabalhadora no Brasil.        

Para sobreviver nesse imenso teatro do absurdo, jovens, adultos e até mesmo pessoas idosas veem-se obrigados a se submeterem a trabalhar de sol a sol sem nenhuma garantia legal, como no caso da informalidade. Chefes de família desempregados, no desespero da aflitiva situação familiar, não discutem condições, tampouco valor do salário, e assim se submetem a trabalhar – muitas vezes em serviço penoso – sem justa retribuição salarial e sem garantias previdenciárias. Atualmente, com a mudança do sistema político nacional e a investida no poder de pessoas desatreladas a ideologias alienígenas, paira nos ares de nossa Pátria a esperança alvissareira de radical mudança desse panorama tétrico, que não pode mais persistir em castigar o povo brasileiro de forma cruel e vergonhosa perante os povos livres.

Duas décadas perdidas se passaram nas mãos de pessoas incompetentes, submissas a nababos apátridas e corruptos. Durante esse interregno, os trabalhadores brasileiros foram atingidos pelo desdém dos governantes, os quais jamais se comoveram com o sofrimento dessa humílima parcela da população brasileira, enquanto eles – governantes – nadavam na orgia da corrupção e entabulavam relacionamentos políticos e econômicos altamente prejudiciais aos interesses do Brasil, por meio de conchavos com ditadores comunistas de míseras republiquetas latino-americanas e africanas.

A incúria governamental para com o trabalhador brasileiro chegou ao ponto de afrouxar a fiscalização sobre o tipo e as condições de trabalho e assim os responsáveis menosprezaram os preceitos da segurança do obreiro no desempenho de suas tarefas. Trocado em miúdos: além das mazelas provocadas na economia nacional, que repercutiram na gigantesca multidão de desempregados, a segurança do trabalho ficou relegada a segundo plano pelas entidades patronais, graças à inércia dos governos dos trabalhadores, o PT, ironicamente denominado Partido dos Trabalhadores. Em razão disto, os acidentes de trabalho se avolumaram e as estatísticas mostram a grande quantidade de acidentes desse tipo, muitas vezes fatais, que muito bem poderiam ser evitados, caso o governo interferisse honestamente e com firmeza em favor da segurança do trabalhador.    

Dias atrás, uma trabalhadora caiu do sexto andar de um prédio em Campo Grande, quando limpava a vidraça de uma janela. Comovido, tive conhecimento de que a heroica trabalhadora nada sofreu, como um verdadeiro milagre de Deus! Os bombeiros disseram que a obreira – uma moça de vinte anos mais ou menos de idade – caiu sobre um toldo, o qual amortizou a queda, salvando de morte certa nossa brava conterrânea. Não entro na suspeita de desleixo do patrão neste caso, todavia, a vítima não estava protegida por nenhum instrumento de segurança do trabalho, como assim noticiou a imprensa.

Comovido pelo exemplo dignificante e hercúleo dessa nossa heroica compatriota, sugiro que o povo de Campo Grande a homenageie como heroína do trabalho, ajudando-a com dinheiro, ou produtos de necessidades. Na verdade, ela mostra ao mundo o valor de uma moça – menina ainda – que ama o trabalho e a decência. Com seu ato eivado de grande perigo, ela se uniu a milhares de outros trabalhadores que se imolaram no trabalho, vítimas do desleixo patronal, ou se mutilaram, carregando para sempre as marcas do acidente. Leitor amigo: não deixe cair no esquecimento esse exemplo de dignidade e coragem, que nos anima a ter esperança por um mundo melhor, mais pacífico e menos injusto.

ARTIGOS

Melhor idade: um convite para grandes aventuras

03/12/2024 07h45

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As pessoas necessitam de um período para reavaliar as escolhas, explorar novos interesses e adquirir experiências inovadoras. O termo sabático, oriundo do hebraico shabat, está relacionado à tradição judaica de descansar a terra a cada seis anos de cultivo ininterrupto. Na terceira idade, um momento de pausa pode ser especial. Não é uma decisão fácil ou imediata, mas sim fruto de um processo de autoconhecimento e de estar disposto a sair da zona de conforto (ou de desconforto), enfrentando medos e desafios. Para que o projeto se torne exitoso, há três palavras fundamentais: antecedência, organização e planejamento.

Compartilho aqui a experiência que tive com meu marido, Paulo, de nosso período de pausa, após eu pedir afastamento do cargo de gestão que exercia há mais de 10 anos. Apesar de gostar imensamente do que fazia, não desvinculava o cansaço e o estresse que sentia a esse trabalho. Essa constatação me fez refletir e ver que era hora de “passar o bastão”, não sem antes praticar o desapego. O que fazer? O mundo tinha aberto as portas e o céu seria o limite!

Quantas possibilidades! Depois de várias “tempestades de ideias”, decidimos viajar por aproximadamente seis meses para a Europa em 2018, guiados por interesses comuns em história, cultura e arte do Velho Mundo.

Iniciamos a jornada pela Inglaterra e tivemos a oportunidade de conhecer e de interagir com pessoas de várias partes do mundo. Todo o roteiro foi em função do desejo de conhecermos as grandes obras de arte, como as contidas no British Museum, na capital inglesa, no Museu do Prado, em Madri, e no Louvre, de Paris, além de patrimônios históricos e culturais da humanidade, em lugares como Portugal e Alemanha. As vivências espirituais foram outro ponto alto do passeio, em espaços como a Sacré-Coeur, de Paris, o Self Realization Fellowship, de Dublin, e o templo de Neasden, em Londres.

Ao término de nossa viagem, voltamos com uma bagagem extraordinária de vivências e de conhecimentos que gostaríamos de passar para outras pessoas. Descobri o prazer de escrever e publiquei dois livros sobre a experiência, e Paulo entrou para o ramo do turismo. Valeu a pena? Muito!

Essa decisão precisa ter uma razão e um propósito, um plano de ação muito bem estruturado, com definição do tempo da pausa, do destino, dos custos e da preparação para o retorno, garantindo que essa experiência se reverta em crescimento pessoal ou profissional. Desperte sua criatividade e explore potencialidades que talvez nunca tenha imaginado, permitindo-se um período de pausa transformador!

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ARTIGOS

Recomendações de Herman Benjamin para os juízes

03/12/2024 07h30

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Sempre tive uma vontade grande de conhecer pessoalmente o ministro presidente do STJ, Herman Benjamin, paraibano de Catolé do Rocha, e conversar com ele para beber seus vastos conhecimentos jurídicos, filosóficos, teológicos e humanitários tão importantes para sedimentar as suas sentenças e engalanar a cátedra onde sustenta com absoluta competência. Esse sempre foi um dos meus acalentados sonhos.

O ministro está tão próximo da minha cidade Ponta Porã e não pude concretizar essa aspiração em razão da fragilidade da minha saúde. Mas as oportunidades se renovam e quem sabe um pouco mais à frente poderei concretizar esse desiderato precioso. Mas é certo também, em outra vertente, que as suas decisões inseridas nos anais dos tribunais por onde peregrinou e ainda peregrina são sábias e pedagógicas e de valor inigualável. Não são conversas vazias e destituídas de fundamentos esse indicativo lançado pelo articulista. 

São provas robustas e insofismáveis emanadas daqueles que verdadeiramente amam o Direito e ainda consagram a sua vida inteira a serviço da Justiça como instrumento fomentador da paz social. Sim, porque o Direito, embora seja uma ciência abstrata, ele atrai, seduz e nunca chega a satisfazer a inteligência do seu estudioso diante da sua grandeza e do alcance dos seus propósitos.

Desde que nascemos, com o registro de nascimento, até quando morremos, com o atestado de óbito, tudo o que fazemos ou realizamos no curso da nossa peregrinação terrena está regulamentado por normas, regulamentos, portarias, decretos e leis que formam o nosso ordenamento jurídico. Base fundamental para referendar a justa distribuição da Justiça sempre que esse reclamo bater às portas dos juízos, instâncias ou tribunais.

Nessa linha de pensamento e de coexistência pacífica entre o Estado e a sociedade civil organizada surge o Judiciário como instrumento valioso para assentar a paz social, sobretudo quando foi esse o propósito do Estado para chamar para si a responsabilidade de distribuir a Justiça. Como o Estado se trata de um ente abstrato, ele mostra a sua face na pessoa física do juiz como responsável pela aplicação da Justiça. Não pode existir nada mais sublime do que isso. 

Consolidar a paz social com a aplicação da norma jurídica capaz de serenar os ânimos dos que buscam na Justiça o último guardião para a defesa dos seus direitos. E isso se torna mais evidente quando se constata a lisura dos nossos juízes, suas condutas morais, culturais, sociais, éticas e jurídicas no contexto da sociedade em que convive, como expressão maior para conquistar a respeitabilidade dos seus jurisdicionados.

Na primeira entrevista que concedeu, e que está estampada nas páginas amarelas da edição da Veja de setembro/24, disse a cada jovem magistrado com quem se encontra que a ambição da riqueza material ou quem sonha com um emprego glamouroso não deve ser juiz, estará na profissão errada. E sentenciou dizendo que o juiz no exercício da sua função judicante nunca será rico, e quem quer ser rico, não deve fazer concurso para juiz. 

Foi o desabafo diante de tantos tormentos que sacudiram os tribunais estaduais com os afastamentos de desembargadores de seu ofícios judicantes. Mas esse desejo enlouquecido que embrutece o ser humano não reside apenas nos limites do Judiciário. Outras tantas instituições sofrem com esse pesadelo. Nem o papa Francisco com o seu colégio de cardeais rebelde, e de outros tantos padres que se utilizam da sotaina para destruir sonhos justos e santos, vive momentos do seu pontificado sem tormentos. 

Em razão desses ditames, a nossa Carta Constitucional, para evitar essa vontade condenável, reservou aos integrantes do Judiciário as garantias constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos como instrumentos robustos para enfrentar os poderosos e vencer os desafios que todos os dias surgem na sua rotina de trabalho.

Parabéns ao nosso Estado, que recebe as mais altas autoridades do Judiciário brasileiro pelo colóquio. Parabéns a nossa sempre linda Campo Grande, terra de José Antônio Pereira, plantador de uma cidade de gente honesta, trabalhadora e que respeita a ordem, a lei e as autoridades constituídas. 

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