Não é à toa que, há muito tempo, o ex-ministro e ex-deputado Federal Delfin Neto vem repetindo: “A melhor maneira de se livrar do PT é deixá-lo governar”. Entretanto, Marcelo Medeiros (revista Veja, 19/08/2015, pág. 58) foi mais contundente: “É o mesmo sentimento. O grito que era “Fora Collor” será “Fora Dilma” e “Lula na Cadeia””.
Virando a página, o (a) leitor (a) perguntar-me-á: efetivamente, o que está acontecendo para esse elevado desespero do governo em aumentar e instituir impostos, além do ajuste fiscal já aprovado? Dir-se-á porque Dilma atolou o Brasil numa ingovernabilidade total. O contingenciamento de recursos obrigou à suspensão de obras; a indústria está praticamente estagnada; crescimento pífio; a inflação elevada faz o contribuinte sentir o peso no bolso; a energia elétrica subiu em todos os estados, chegando à média de 40%; há, ainda, o impacto dos combustíveis e o efeito cascata nos demais produtos, a exemplo dos alimentos; os índices de desemprego batem recordes; queda nas vendas, a indústria automobilística, com mais de 45.000 trabalhadores com contratos suspensos temporariamente, enquanto o setor da construção civil amarga índices preocupantes e, por fim, o governo continua sem compromisso com a reforma tributária e, também, não completou a reforma da Previdência nem a Trabalhista. Então, leitor (a), para evitar uma prostração financeira irreversível, agora o governo tenta recriar a CPMF, instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas, aliás, tributo esse previsto no inciso VII, do art. 153 da CF, e, também, revigorar a Cide (combustíveis), PIS-COFINS, IPI e IOF; e, por último, elevar a alíquota do IRPF, de 27,5%, para 32,5%, alegando ser um porcentual ameno, comparável com outros países. À evidência, o ministro Levy não levou em linha de conta que a Tabela Oficial da Receita Federal, para a tributação de rendimentos, está defasada em 72,5%, considerando as falsas correções, a partir de 1996, com base em índices econômicos – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Alguém, por favor, tem qualquer dúvida que a mão do governo está pesando demais no bolso do contribuinte?
Daí, então, o articulista e jornalista da revista Veja, J. R. Guzzo, ter assim traduzido as manifestações populares, realizadas neste Brasil de glórias mil: “O povo está dizendo que este governo de farsa montado por Lula, há mais de 10 anos, rouba, mente, desperdiça, não trabalha, trapaceia, entrega-se a escroques, cobra cada vez mais impostos e fornece serviços vergonhosos”.
Vamos analisar o esbanjamento de recursos, facilmente direcionados a vários países “amigos”, segundo a dupla governamental Lula-Dilma, com o uso do BNDES, como se essa instituição fosse propriedade privada do PT. Contratou, secretamente, com Cuba, um empréstimo de
US$ 682 milhões para a construção do Porto de Mariel; para o metrô da Venezuela, US$ 2,25 bilhões; para o investimento em Angola, US$ 3,5 bilhões; para a República Dominicana, US$ 2,2 bilhões, além de uma hidroelétrica no Equador e o gasoduto na Argentina, como se o nosso Brasil não fosse carente de investimentos para com o seu povo. Lula buscava apoio, visando sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz. Errou, pois seria mais viável lutar pelo Prêmio Nobel de Corrupção.
Vamos, por fim, comprovar que toda essa generosidade da dupla Lula-Dilma contrasta com a real situação da população brasileira, que, no dia a dia, defronta-se com um corredor da morte em nossos hospitais. São multidões de pacientes aguardando atendimento; crianças e idosos, dormindo em filas diante dos hospitais, com senha para “aguardar consulta”, e não para atendimento. Nossas emergências e nossos postos de saúde estão em colapso. Os doentes morrem na fila da cirurgia, quando não estão dividindo a mesma maca, quando não estão no chão. Falta salário. Faltam remédios. Falta vergonha.
Para piorar, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou a perda do grau de investimento do Brasil. É o selo de mau pagador, que repercute na saída de recursos de investidores estrangeiros aplicados no Brasil e na consequente valorização do dólar ante o real, o que, sem dúvida, pressionará a taxa básica de juros, no momento, em 14,2%.
E as condições de governar, o PT perdeu ou não perdeu esse tempo? Quem responde é o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO): “Dilma não termina o mandato porque não tem condições de sobreviver politicamente. Não tem base política. Não tem apoio popular. Não tem legitimidade, porque o que ela disse em campanha virou estelionato eleitoral”.