Já tem algum tempo que as nações do mundo todo debatem a mudança do clima e buscam novas soluções regulatórias e tecnológicas que reduzam as emissões dos gases de efeito estufa e garantam o crescimento econômico de forma sustentável. A verdade, no entanto, é que estamos atrasados. A pauta ambiental bate às nossas portas.
Neste ano, em especial, o Brasil tem sido impactado de forma mais relevante por fenômenos climáticos preocupantes.
A população tem sentido os efeitos da mudança no clima, e o assunto saiu das agendas política e institucional para ganhar espaço nas conversas e no dia a dia dos brasileiros.
Foi isso o que ocorreu, entre abril e maio, quando o País todo se comoveu com a tragédia provocada pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, deixando mais de 140 mortos e afetando as vidas de cerca de 2 milhões de pessoas.
Agora, os brasileiros acompanham com perplexidade a onda de incêndios e queimadas sem precedentes registrada em várias regiões do País, incluindo a Amazônia, o Pantanal, áreas de Cerrado e as lavouras no interior de São Paulo.
A situação motivou o Senado a convidar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a participar de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente para tratar da temática dos fenômenos climáticos.
Ela ganhou as manchetes dos jornais de todo País ao fazer o alerta de que poderemos perder o Pantanal até o fim deste século, caso o mundo não consiga frear o aquecimento global. Mas o fato é que, pelo menos até agora, o planeta tem falhado nesse sentido.
O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus acaba de divulgar que agosto foi o mais quente da história, empatado o mesmo mês de 2023. Além disso, este ano tem potencial para alcançar a marca do ano mais quente de toda a série histórica de aferições. E este mês deve contribuir nesse sentido.
Estamos no meio de uma onda excepcional de calor que pode elevar as temperaturas para além dos 40°C em diversos estados do Brasil.
Os serviços meteorológicos preveem que algumas cidades terão temperaturas próximas aos 45°C. Condições tão severas são perigosas para a vida e exigirão que as autoridades lancem especial atenção à assistência da saúde de pessoas mais vulneráveis, incluindo-se idosos e crianças.
No entanto, apenas as medidas paliativas, de enfrentamento dos efeitos da crise climática, são insuficientes. A reversão desse cenário exige ações drásticas, com a criação de legislação forte e de regulações rígidas não apenas no Brasil, mas em todo o globo. Não há mais tempo a perder. O mundo precisa agir agora.