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OPINIÃO

Sônia Puxian: "Você é o seu próprio dono"

Sônia Puxian: "Você é o seu próprio dono"

Redação

13/05/2017 - 01h00
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Perguntou, certa vez, o discípulo ao sábio de que maneira ele vivia, e de pronto ele respondeu: “Trabalho pesado, me alimento com uma dieta saudável e cuido dos meus pensamentos para que sejam felizes e sempre prontos para buscar soluções. Problemas, só para resolver, ou então esquecer”.  “E o senhor é feliz?”. “Não tenho queixas. Aprendi que nessa vida é a gente que faz a própria felicidade”. 

E o discípulo insistiu: “Mas se alguém te incomoda ou te ofende?”. E o sábio respondeu: “Proteja-se, você é o seu próprio dono. Se você se ofender é porque aceitou a ofensa, portanto, ignore-a!”. 

“Veja o que diz a frase de Diógenes”, completou o sábio: “‘Nenhum homem é ferido, a não ser por si só’. Entendeu agora?”.  

O discípulo ficou pensativo e acatou a lição do sábio. Por muitas vezes, ele se pegou pensativo e preocupado com coisas que lhe disseram e situações que lhe foram impostas contra sua vontade. Isso gerou preocupação e mal-estar... Diante do que o sábio lhe disse, ficou fácil entender o porquê de deletar alguma situação desagradável vivida e evitar palavras ditas impensadamente.

O sábio completou, dizendo: “Saiba que você é livre para deixar entrar ou não qualquer palavra ou ação indevida que acontece. Faça barreira ao mal e ele se desviará de você. É muito importante esse conhecimento, porque, através dele, entendemos que tudo depende de nossa aceitação”. “Uau! Isso foi demais”, pensou o discípulo.

Como que fazendo uma análise profunda de suas atitudes e comportamento, o discípulo mergulhou fundo nesse ensinamento e entendeu que realmente ele era o único responsável por qualquer ato externo que lhe chegava. 

E o sábio prosseguiu: “O homem é aquilo que pensa, aquilo que fala e aquilo que faz. Fique atento: cuide dos seus pensamentos para não falar bobagem, não fazer besteira e não agir impensadamente”.  Mais uma vez, o discípulo se perdeu em seus pensamentos como que tentando fisgar situações que outrora o incomodaram e poderiam ter sido evitadas.

Muitas vezes, o ser humano se pune por situações que o fazem sofrer e não consegue se desvencilhar delas. E quase sempre o culpado é o outro. Até que ele tem um pouco de razão, mas, mesmo diante dessa razão, é importante encontrar uma porta para sair e transformar o sofrimento em solução.

Veja o que diz Léa Waider: “Se eu me magoo e passo a odiar quem foi insensível comigo, esse problema é meu, não do outro. O outro apenas não correspondeu às minhas expectativas, não deu o colo que eu achava que merecia, não foi o amigo que eu queria que tivesse sido. Ele foi ele. Eu é que queria que ele tivesse agido diferente. Então, eu sou o responsável pelo que sinto”. 

Quase sempre uma situação de conflito gera muito mal-estar, porque chega de surpresa e pega despreparado quem a recebeu. A primeira sensação é de impotência e a segunda, é claro, preocupação. Pronto, o mal já se instalou, porque a preocupação nada mais é do que ficar remoendo uma situação.  

Como o próprio nome diz, a preocupação é “pré ocupar-se”, ou seja, ocupar-se daquilo antes mesmo de saber se vai ou não resolver. Que tal analisar primeiro e tentar buscar uma solução viável?   

Nem tudo o que é difícil dura para sempre, pelo menos este é um ponto favorável. Muitas vezes, as pessoas começam pelo final, aí o trabalho é redobrado. Inicie do lado certo.

E para finalizar, a frase de Shakti Gawain para você pensar: “Muitas vezes, as pessoas tentam viver a vida às avessas: eles procuram ter mais coisas ou mais dinheiro, para poderem fazer o que querem, de modo que possam ser felizes. A coisa deve funcionar ao contrário: você primeiramente precisa ser quem você realmente é, para então fazer o que precisa ser feito, a fim de ter o que você deseja”.

Tenham ótimos dias e muitas alegrias. Lembre-se: “A escolha é só sua! Você é o seu próprio dono”.

Editorial

A força invisível da economia

O desempenho estadual acompanha uma tendência nacional robusta: em 2023, o setor supermercadista brasileiro ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão em faturamento bruto

17/04/2025 07h15

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Os números não deixam dúvidas: o setor supermercadista é um dos pilares da economia sul-mato-grossense. Com receita bruta que ultrapassa os R$ 5 bilhões apenas entre as redes com sede no Estado, o segmento confirma seu papel central não apenas no abastecimento da população, mas também como agente importante na geração de empregos, na arrecadação de tributos e no controle indireto da inflação.

É importante destacar que esses dados expressivos sequer consideram o faturamento de grandes players nacionais como Carrefour/Atacadão, Assaí e o Grupo Pereira – esse último com raízes sólidas em Mato Grosso do Sul. Se somarmos os números dessas gigantes, o montante movimentado no Estado seria ainda mais impressionante, o que mostra o quão estratégico é esse mercado no cenário econômico regional.

O desempenho estadual acompanha uma tendência nacional robusta: em 2023, o setor supermercadista brasileiro ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão em faturamento bruto. Isso reforça a importância econômica dessa atividade que, embora muitas vezes discreta em seu impacto, movimenta uma parcela significativa do PIB e influencia diretamente o cotidiano das famílias.

A título de comparação, as redes com sede em Mato Grosso do Sul faturam quase 20% de todo o orçamento anual do Estado. Um dado que chama atenção para o poder de capilaridade dessas empresas e a necessidade de olhar para o setor não apenas como comércio, mas como uma engrenagem que precisa estar bem lubrificada para manter o motor da economia funcionando.

É nesse ponto que entra a responsabilidade econômica e social dos supermercados. Em tempos de inflação elevada, sobretudo no setor de alimentos, é fundamental que os consumidores adotem estratégias mais conscientes, optando por produtos com melhor custo-benefício. Esse comportamento, ao contrário do que muitos pensam, tem potencial para influenciar fornecedores e provocar ajustes na cadeia de preços – uma pressão de baixo para cima que pode ajudar a conter aumentos abusivos.

Vale lembrar também que, ao contrário da percepção comum, os maiores clientes dos supermercados não são os consumidores finais, e sim os fornecedores. Em um setor marcado por margens de lucro estreitas, é a habilidade em negociar, comprar bem e manter bons relacionamentos comerciais que define o sucesso de uma rede. Nesse jogo, ganha quem entende de gestão, logística e, sobretudo, parceria.

Portanto, quando falamos da força do setor supermercadista, estamos nos referindo a muito mais do que prateleiras cheias. Estamos falando de uma engrenagem poderosa que, se bem conduzida, pode contribuir para uma economia mais equilibrada, competitiva e sustentável. Que os números impressionem, sim, mas que também inspirem um olhar mais atento para a relevância de um setor que, embora cotidiano, é essencial.

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ARTIGOS

O golpe das falsas corretoras e o uso de inteligência artificial para enganar investidores

12/04/2025 07h45

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Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de uma série de golpes financeiros de proporções bilionárias, muitos dos quais envolvendo esquemas sofisticados de falsas corretoras que simulam operações com criptoativos, Forex e investimentos em bolsa. O que chama atenção é que, em uma nova geração desses esquemas, a tecnologia de inteligência artificial (IA) passou a ser uma aliada dos criminosos, permitindo fraudes em larga escala com altíssima taxa de conversão.

Esse foi o caso de plataformas como EBDOX, TDASX, IXXEN e CRXXE, que se apresentavam como corretoras internacionais, oferecendo rentabilidades atrativas e acesso a mercados financeiros globais. Entretanto, tudo não passava de uma estrutura fraudulenta baseada em simulação de operações e falsificação de identidade institucional.

A primeira fase do golpe é a mais sutil: a captação inicial de investidores por meio de IA aplicada em vídeos falsos. Circulam nas redes sociais (Instagram, YouTube, Facebook e TikTok) vídeos onde figuras conhecidas do mercado financeiro, como Luiz Barsi, sua filha Louise Barsi e o ex-ministro da Economia Paulo Guedes aparecem falando diretamente com o público.

Nessas gravações, com uso de IA generativa de imagem e voz, essas personalidades convidam o investidor a ingressar em um suposto “grupo seleto de oportunidades” no WhatsApp, alegando que compartilham ali as melhores oportunidades de investimento. Trata-se, obviamente, de uso fraudulento e não autorizado de imagem e voz, com alto grau de realismo, capaz de induzir ao erro até mesmo pessoas com algum grau de instrução financeira.

Uma vez dentro do grupo de WhatsApp, o próximo passo é o contato com um suposto “professor” ou “especialista”. Aqui, também entra em cena a inteligência artificial. A identidade do “professor” é completamente fictícia, com imagem gerada por IA e interações exclusivamente por mensagens de texto. As mensagens enviadas nos grupos são geradas por ferramentas de IA que imitam uma linguagem coloquial, persuasiva e técnica.

Esse “mentor” oferece dicas de investimentos, análises gráficas, previsões de mercado e supostas “aulas gratuitas”, tudo com um único objetivo: construir uma relação de confiança para conduzir o investidor a abrir conta na plataforma falsa, realizar o primeiro aporte e iniciar o ciclo de fraude.

As respostas automatizadas aos questionamentos também revelam uso de IA conversacional, que simula atendimentos em tempo real e gera uma ilusão de suporte constante e personalizado. Os criminosos automatizam todo o funil de venda e criação de autoridade usando tecnologia de ponta.

Esse modus operandi marca uma nova era de golpes financeiros: a era das fraudes com IA. As ferramentas de deepfake, voice clone e chatbots de suporte vêm sendo utilizadas para aplicar estelionatos com uma precisão e escala sem precedentes. Por isso, é urgente que o sistema financeiro, os órgãos de investigação e a própria sociedade compreendam que a tecnologia, se não regulada e fiscalizada, pode se transformar em arma contra os cidadãos.

A investigação em curso contra as falsas corretoras mencionadas precisa incluir, de forma prioritária, a análise técnica dos conteúdos veiculados nas redes e nos grupos de WhatsApp, com rastreio de origem dos materiais de IA, identificação de ferramentas utilizadas e os dispositivos responsáveis pelos disparos automatizados.

Mais do que investigar os operadores visíveis, é fundamental mapear quem forneceu infraestrutura, hospedagem, domínios, serviços de IA e pagamentos. O combate a esse novo modelo de fraude demanda uma atuação integrada, transnacional e especializada. Este é apenas o começo de uma nova geração de crimes digitais. E o Brasil precisa se preparar.

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