Cidades

Violência em ascensão

Assassinatos cometidos este
ano passam dos 28 mil casos

O número é 6,79% maior do que no mesmo período do ano passado

Correio Braziliense

21/08/2017 - 11h39
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O Brasil já ultrapassou a marca dos 28 mil assassinatos cometidos neste ano. De acordo com dados fornecidos pelas secretarias estaduais de segurança pública, no 1º semestre o País chegou a 28,2 mil homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios (roubos seguidos de morte). São 155 assassinatos por dia, cerca de seis por hora nos Estados brasileiros, onde as características das mortes se repetem: ligada ao tráfico de drogas e tendo como vítimas jovens negros pobres da periferia executados com armas de fogo. O número é 6,79% maior do que no mesmo período do ano passado e indica que o País pode retornar à casa dos 60 mil casos anuais.

O aumento acontece em um ano marcado pelos massacres em presídios, pelo acirramento de uma briga de duas facções do crime organizado (Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho), dificuldades de investimento dos Estados na área e um plano federal de apoio que avança menos que o prometido. 

Em âmbito local, o aumento é puxado pelas elevações registradas em Estados nordestinos, como Pernambuco. Se o País teve 1,7 mil homicídios a mais neste semestre, boa parte, 913, se deve à derrocada do Pacto Pela Vida, programa pernambucano que vinha conseguindo reduzir os assassinatos na última década, enquanto a região mantinha a tendência de alta.

A onda de violência tomou as cidades pernambucanas, assim como foi intensificada no Ceará e no Rio Grande do Norte. Quatro dos 11 Estados que tiveram aumento no ano estão no Nordeste. 

Se as disputas relacionadas ao tráfico de drogas explicam parte da alta, é necessário, em outra medida, alertam especialistas, entender como essa dinâmica funciona. O professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas), e ex-secretário adjunto de Defesa Social do Estado, Luis Flávio Sapori se debruçou sobre inquéritos de homicídios de Belo Horizonte e Maceió para testar essa máxima. 

Em estudo divulgado neste mês, chegou a conclusões importantes. "Os dados empíricos apresentados até o momento confirmam que a principal motivação dos homicídios nas capitais estudadas deriva de conflitos no mercado das drogas ilícitas. Entretanto, os patamares do fenômeno são bastante inferiores ao que é geralmente propagado por autoridades políticas e de segurança pública."

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Ele explica que o tráfico e os traficantes acabam por gerar uma "difusão da violência". "Nas relações afetivas, nas relações familiares, nas relações de vizinhança e na sociabilidade cotidiana, os comerciantes das drogas ilícitas tendem a utilizar o mesmo padrão violento de resolução de conflitos vivenciado nas relações estritamente econômicas com parceiros, com concorrentes, com fornecedores e com clientes", diz. "E a posse da arma de fogo é elemento decisivo nesse fenômeno", completa.

O professor destaca que as conclusões, com base nessas duas cidades, podem ser usadas na análise da realidade do País. "Isso explica boa parte do que está acontecendo nas cidades brasileiras, onde o tráfico se consolidou como matriz dos homicídios. Mas é necessário fomentar estudos locais para entender as singularidades e levá-las em consideração na elaboração de políticas públicas", diz.

A antropóloga e professora da Universidade do Estado do Rio (Uerj) Alba Zaluar atribui o aumento da violência ao "fim do investimento nos projetos e nas polícias estaduais comprometidas" com a prevenção. Ela lembra os exemplos do Pacto pela Vida, em Pernambuco, o Fica Vivo, em Minas, o Estado Presente, no Espírito Santo, e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio. "Os efeitos benéficos começaram a ser revertidos, agora ainda mais evidentes pela ausência de investimento público neles. Em diferentes porcentuais, as taxas de homicídio voltaram ao padrão observado em 2009, antes da implementação desses projetos", escreveu ao Estado. 

"Se os projetos queriam ganhar os jovens atraídos pelos comandos de crime organizado que atuam hoje em todo o território nacional, seria também crucial fazer com que a atração exercida por este importante ator nas trevas das atividades empresariais diminuísse. Infelizmente não diminuiu", diz. "Nada foi feito para mudar essa atração pelo negócio ilegal altamente lucrativo. Enquanto nada for feito, vamos ficar investindo muito para ver todo o gasto ir embora pelo ralo."

O Ministério da Justiça foi questionado pela reportagem sobre a elevação do semestre no País, mas não comentou. Sobre o Plano Nacional de Segurança, destaca que "os investimentos inicialmente previstos foram revisados e adequados com a realidade financeira da União e perfeitamente absorvidos pelos Estados, que adaptaram as ações propostas de modo a atingir os resultados. Paralelo a isso, ações de capacitação e doação de equipamentos estão sendo realizadas."

Pesquisa científica

Hospital procura voluntários para estudo de prevenção a AVC em Campo Grande

Voluntários que desejam contribuir com a pesquisa precisam ter mais de 18 anos e ter sido diagnosticados com fibrilação atrial e doença renal crônica avançada, estejam em hemodiálise ou não

26/12/2024 17h55

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS) está à procura de voluntários com predisposição a sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) com intuito de prevenção em Campo Grande.

Um dos objetivos do estudo é justamente encontrar o equilíbrio para a redução dos riscos de o paciente sofrer um AVC isquêmico e, com isso, garantir a segurança de outros tratamentos.

Para se ter noção, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) figura entre as principais causas de morte no mundo. O dado é ainda mais agravante em pacientes com doença renal crônica avançada que apresentam fibrilação atrial.

Como participar

Estão aptos a participar do estudo pessoas maiores de 18 anos, que possuam diagnóstico de fibrilação atrial e doença renal crônica avançada, fazendo ou não hemodiálise.

Os interessados devem entrar em contato pelo telefone (67) 3345-3352. Cabe ressaltar que a participação contribui para o avanço da ciência que procura novas formas de prevenção.

Estudo no país

Segundo a médica Adriana Lugo Ferrachini, uma das subinvestigadoras do estudo, a pesquisa pretende incluir 1.500 pacientes em todo o país. Com isso, 50 centros de pesquisa estão envolvidos, entre eles o Humap-UFMS.

O tempo de acompanhamento dos voluntários será de 24 meses, em que receberão visitas trimestrais. Um dos objetivos do estudo é encontrar a melhor estratégia de anticoagulação para pacientes com doença renal avançada, reduzindo o risco de AVC com um baixo índice de sangramentos.

“Este estudo é de extrema importância, pois é o primeiro no mundo a avaliar a melhor estratégia de anticoagulação nos pacientes com doença renal crônica avançada, inclusive naqueles que estão em hemodiálise”, explicou Ferrachini.

Ela atuará ao lado de outros quatro pesquisadores, sendo Dr. Delcio Gonçalves Da Silva Junior, Dra. Roberta Cristine Miranda Lorandi e os coordenadores de pesquisa Filipe Stadler e Guilherme Fermiano Bertolli.

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Meteorologia

Reveillon deverá ser de tempestades e rajadas de vento em MS

Conforme boletim meteorológico do Cemtec, chuvas devem atingir todas as regiões do estado com ventos de até 60 km/h

26/12/2024 17h30

Previsão do tempo indica chuvas em todas as regiões do estado

Previsão do tempo indica chuvas em todas as regiões do estado Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A virada do ano de 2024 para 2025 deverá ser de tempestades e fortes rajadas de vento em Mato Grosso do Sul. A informação foi divulgada pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima no Estado (Cemtec), em boletim de tendência meteorológica.

Conforme a publicação, esse cenário está previsto em razão de uma baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai e Argentina. Este cenário aliado ao transporte de calor e umidade, favorece a formação das chuvas no estado.

Ainda conforme o Cemtec, entre os dias 31 de dezembro e 2 de janeiro, a previsão indica ocorrência de chuvas em todas as regiões de Mato Grosso do Sul. Neste recorte, a publicação indica acumulados entre 30 e 90 milímetros de água, com ventos de até 60 km/h.

Para depois desta data, a tendência é que o estado receba um volume de chuvas ainda maior. Do dia 3 ao dia 11 de janeiro, os mapas do Cemtec indicam acumulados entre 50 e 175 milímetros de água.

Semana termina sob alerta de chuvas

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também emitiu alerta de risco de chuvas. Conforme a publicação - no recorte entre quarta-feira (25) e sexta-feira, dia 27 de dezembro - a semana terminará chuvosa em todo o estado de Mato Grosso do Sul.

Segundo o instituto, estão previstas chuvas entre 30 e 60 milímetros; ou 50 e 100 milímetros por dia, com ventos de até 100 km/h neste período.

Diante deste cenário, o Inmet também alertou para o risco de cortes de energia elétrica no estado, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Em caso de emergência, o instituto recomenda o contato imediato com a Defesa Civil, pelo telefone 199.

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