João Victor de Souza Mendes, o quarto envolvido no crime que matou, por bala perdida, os adolescentes Aysla Carolina e Silas Ortiz, ambos de 13 anos, segue foragido três dias depois do acontecido, em Campo Grande. O alvo era Pedro Henrique da Silva Rodrigues, de 19 anos, que sobreviveu.
Em coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (6), o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Roberto Rocha, afirmou que este quarto envolvido está sendo procurado.
“A gente tem a qualificação completa, seguimos na diligência sem passar maiores detalhes, até para não atrapalhar o trabalho policial, mas o Batalhão de Choque segue no encalço desse quarto envolvido”, reforçou.
Roberto Rocha conta que a primeira apreensão foi do organizador do crime, aquele que passava as informações aos demais, no Jardim das Hortências, identificado como Rafael Mendes de Souza. De primeira, o indivíduo negou participação direta, mas começou a delatar quem estaria envolvido.
Diante desse relato, o segundo envolvido, Nicollas Inácio Souza da Silva, foi preso na Vila Jacy, em uma casa de massagem. Junto com o indivíduo, um revólver 357 foi encontrado, mas novamente houve uma negação na participação direta do crime, do qual ele disse que só pilotava a motocicleta no momento.
Após essa nova fala, os policiais encontraram a motocicleta abandonada no Aero Rancho, onde os suspeitos foram ajudados a fugir por um motorista de aplicativo. Esse motorista foi localizado e relatou que tinha conhecimento dos fatos.
Na delegacia, o suspeito afirmou que havia um quarto envolvido, que seria o dono do revólver 357 e que está preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, e teria conhecimento da intenção inicial de matar Pedro Henrique.
Também foi delatado a participação do outro envolvido, João Victor e atirador no caso, que segue foragido.
Além disso, segundo o comandante, a motivação do crime seria uma dívida envolvendo tráficos de drogas e os três presos somam passagens pela Polícia.
Sobre o comportamento de Pedro Henrique da Silva Rodrigues, de 19 anos, que sobreviveu e era o verdadeiro alvo dos disparos, o comandante afirma que, por enquanto, ele não é suspeito neste caso.
“Ele nega qualquer participação, se encaixa ali como se fosse um inocente que não sabe o porquê da razão Mas a polícia já sabe que realmente é cobrança de droga. Não tem nada contra ele agora, não tem mandado de prisão em aberto, ele foi vítima nessa situação, até então não tem nada contra ele”, afirmou.
O CRIME
Aysla Carolina de Oliveira Neitzke e Silas Ortiz Grizakay foram mortos por engano, na noite de sábado, ao serem baleados em frente de uma casa onde estavam com amigos, na Rua Flor de Maio, Jardim das Hortênsias.
Conforme informações da Polícia Civil, Aysla e Silas estavam na calçada quando, por volta das 22h30, Pedro Henrique passou correndo e logo atrás, dois suspeitos em uma motocicleta, atirando.
Os adolescentes e o homem correram para dentro de uma residência. A menina levou um tiro na face, nas costas e no braço, enquanto o menino foi atingido no tórax.
O homem, que era o alvo dos motociclistas, foi atingido no joelho e uma outra menina que estava junto com os adolescentes foi atingida de raspão.
Testemunhas acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros, para socorrer os adolescentes, que foram encaminhados a unidades de saúde, mas não resistiram aos ferimentos.
Aysla morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Aero Rancho e Silas na Santa Casa de Campo Grande.
Conforme informações de testemunhas, Pedro Henrique, estaria vendendo drogas na região, quando foi surpreendido pelos atiradores.