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Aumento de 89% no número de médicos no Brasil revela desigualdade na distribuição

Dados do CFM mostram que estados mais ricos mais que dobraram média de médicos por mil habitantes; Norte e Nordeste seguem com menos profissionais

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O número de médicos no Brasil quase dobrou entre 2010 e 2024, saindo de 304.406 para 575.930 profissionais ativos, um aumento de 89% na média nacional, segundo dados do CFM (Conselho Federal de Medicina).

Para Estevam Rivello Alves, 2º secretário do CFM (Conselho Federal de Medicina), o aumento de cursos de medicina é um dos fatores responsáveis por esse crescimento.

Atualmente, são cerca de 35 mil novos médicos formados por ano, segundo ele. "O aumento do número [de médicos] não quer dizer que há um aumento de qualidade na assistência", afirma. "A grande maioria das faculdades de medicina não respeitam os critérios mínimos do Ministério da Educação", diz. Para ele, o fato de muitas dessas faculdades não terem um hospital escola prejudica o ensino.

Todas as Unidades da Federação (UFs) tiveram crescimento na demografia médica, mas a desigualdade entre estados ricos e pobres persiste. Enquanto 13 estados mais que dobraram o número de médicos, alguns estados do Norte e Nordeste apresentam média de médicos por mil habitantes muito abaixo da média nacional.

A densidade de médicos no Brasil é de 3,07 por mil habitantes, acima de países como Estados Unidos (2,7), Japão e Coreia do Sul (2,6). Em alguns estados como Distrito Federal (6,3), Rio de Janeiro (4,3), São Paulo (3,7), Espírito Santo (3,6), Minas Gerais (3,5) e Rio Grande do Sul (3,4), essa média é ainda maior, ultrapassando o Reino Unido (3,2). Por outro lado, estados como Amazonas (1,6), Amapá (1,5), Pará (1,4) e Maranhão (1,3) têm menos médicos que o nível nacional.

O maior contraste se dá entre Distrito Federal, que possui 2,8 milhões de habitantes e 18.045 médicos (média de 6,3), e Maranhão, com 6,77 milhões de habitantes e apenas 8.547 médicos com registro ativo (média de 1,3).
Em relação às regiões brasileiras, a distribuição de médicos é maior no Sudeste, que concentra 51% dos profissionais ativos do País. A região abriga 41% da população brasileira, e tem a maior média de médicos por habitantes, 3,76.

A segunda região com mais médicos do Brasil é o Centro-Oeste (3,39), com 8% dos profissionais do País, seguida pelo Sul (3,27), que possui 16% dos médicos brasileiros.
A maior discrepância se dá no Nordeste, região que abriga 27% da população brasileira, com uma das menores taxas de médicos por mil habitantes, de 2,22, e 19% dos profissionais.

Já o Norte, região mais remota, conta com apenas 4,8% do contingente nacional de médicos, e tem a menor taxa do País, de 1,73%.

O Governo Federal criou, em 2013, o Programa Mais Médicos, para levar profissionais brasileiros e estrangeiros para regiões mais remotas do Brasil, periferias e interiores. De acordo com o Ministério da Saúde, até junho de 2024 o programa já havia levado 24.894 médicos para localidades com menor demografia médica.
Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o levantamento revela a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas focadas na distribuição de médicos onde há necessidade. Segundo ele, é preciso criar condições de trabalho, projeção de carreira e atrativos para os profissionais formados em regiões remotas.

Além da discrepância entre estados ricos e pobres, há também maior presença de médicos nos locais com maior densidade populacional no Brasil, em especial as capitais e regiões metropolitanas. Enquanto as capitais abrigam 23% da população brasileira, elas possuem 52% dos médicos. Os interiores, por sua vez, têm a maior parte da população (77%), mas 48% dos profissionais ativos.

A única capital brasileira que inverte essa lógica é Palmas (TO), que possui 46% dos médicos, enquanto o restante do estado conta com 54%. Vitória, no Espírito Santo, é a capital com maior densidade médica do Brasil, de 18,7; porém, no interior do estado essa média é de 2,25 médicos por mil habitantes.

Roraima é o estado com a maior concentração de médicos na capital, com 97% dos profissionais ativos, enquanto o restante do estado possui apenas 3%.

Com o aumento do número de médicos no Brasil, a presença de profissionais no SUS (Sistema Único de Saúde) também deve aumentar. Mas não há dados recentes sobre demografia médica nos sistemas de saúde pública e privada no país.

De acordo com Alves, boa parte dos médicos formados são absorvidos pelo SUS. "A grande possibilidade hoje daquele que se forma em medicina é se disponibilizar em pronto-socorros, hospitais terciários, em unidades de pronto atendimento ou Samu e Medicina da Família, especialmente antes de entrar numa residência."

O último dado disponível é de 2015, quando era três vezes mais fácil encontrar um médico no setor privado que no SUS. Na época, 21,6% dos médicos trabalhavam apenas no setor público, enquanto 26,9% estavam exclusivamente no setor privado. A maior parte dos médicos, porém, trabalhava nos dois setores concomitantemente.
 

*Informações da Folhapress 

vale da celulose

Estudo da Bracell prevê investimento menor que o esperado em MS

EIA Rima prevê R$ 16 bilhões para fábrica em Bataguassu, ante R$ 23 bilhões anunciados no ano passado na fábrica prometida para Água Clara

14/04/2025 12h30

Atualmente, eucaliptos cultivados pela Bracell em Mato Grosso do Sul é levado para Lençóis Paulista (SP)

Atualmente, eucaliptos cultivados pela Bracell em Mato Grosso do Sul é levado para Lençóis Paulista (SP)

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Dados do estudo de impacto ambiental divulgados pela Bracell revelam que os investimentos previstos para uma fábrica de celulose em Bataguassu, de R$ 16 bilhões, serão 30% menores que os inicialmente anunciados para a fábrica que chegou a ser prometida para Água Clara, que seriam da ordem de R$ 23 bilhões. 

De acordo com este estudo, que foi entregue ao Governo do Estado e disponibilizado para consulta pela administração estadual, a fábrica ficará às margens da BR-2,67, a nove quilômetros da área urbana de Bataguassu, entre a cidade e o lago da hidrelétrica de Porto Primavera,  a quase quatro quilômetros do lago.

E é deste lago, resultado do represamento do Rio Paraná, que a indústria vai coletar os 11 milhões de litros de água por hora que serão necessários para viabilizar o funcionamento da indústria. Cerca e 9 milhões de litros serão devolvidos ao lago depois da utilização. Segundo a Bracell, todos os efluentes serão tratados e trarão impacto mínimo na qualidade da água

Conforme o estudo, as obras, cuja data de início ainda não foram anunciadas, devem se estender ao longo de 38 meses, sendo quatro para os trabalhos de terraplanagem e 34 para a construção da fábrica propriamente dita. 

Atualmente, eucaliptos cultivados pela Bracell em Mato Grosso do Sul é levado para Lençóis Paulista (SP)Previsão é de que a fábrica seja instalada às margens da BR-267, entre a cidade de Bataguassu e o lago da Porto Primavera

No pico dos trabalhos devem ser gerados 12 mil empregos e em torno de dois mil depois que o empreendimento entrar em operação. A previsão é de que sejam construídos alojamentos para abrigar até cinco mil trabalhadores ao mesmo tempo. 

Por ano, a indústria deve processar 12 milhões de metros cúbicos de eucaliptos, que sairão de cerca de 300 mil hectares de reflorestamento. Em torno de um terço deste montante já estão em fase de crescimento em municípios como Santa Rita do Pardo, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu. 

Mas apesar da redução no valor do investimento, o volume de celulose equivale ao anunciado em novembro do ano passado. Em anos sem interrupção para manutenção dos equipamentos serão produzidos, conforme o estudo de impacto ambiental, 2,9 milhões de toneladas de celulose usada para fabricação de papel.

Porém, dependendo da demanda, a unidade terá condições de produzir também celulose líquida, como já ocorre com a fábrica do grupo asiático em Lencóis Paulista (SP). 

Para efeito de comparação, a Suzano investiu R$ 22,3 bilhões em Ribas do Rio Pardo e produz 2,55 milhões de toneladas por ano. A Arauco promete investir 25 bilhões e produzir 3,5 milhões de toneladas.

Além da produção de celulose, o estudo informa que será gerada energia suficiente para abastecer a indústria e um excedente que será injetado na rede de energia da região. A quantidade desta energia, porém, não foi informado.

Na unidade da Arauco, em Inocência, onde serão produzidas 3,5 milhões de toneladas por ano, serão gerados 400 megawatts de energia, sendo que somente a metade será consumida na própria indústria. 

Conforme a previsão, a celulose deve ser escoada por caminhões, pela MS-395 e a BR-158, margeando o Rio Paraná, até a ferrovia que passa em Aparecida do Taboado. De lá, seguirá por ferrovia até o porto de Santos.

É uma distância de cerca de 270 quilômetros de rodovias que terão de receber uma série de melhorias, já que serão em torno de 80 mil carretas a mais por ano nestas estradas. 

Embora ainda não exista data para início das obras, a previsão do Governo do Estado é de que as atividades comecem ainda em 2026. Existe a previsão de que no começo de maio a multinacional faça o anúncio oficial sobre o investimento. 

“A empresa vai fazer uma nota oficial de prioridade no dia 6 de maio, quando estará com o Governo do Estado fazendo o anúncio efetivo de qual o projeto que irá iniciar. Pode ser uma, podem ser duas unidades, mas a prioridade será definida nessa data”, segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck. 

É que em novembro do ano passado o Estado havia informado que a fábrica seria erguida em Água Clara, com previsão de investimentos da ordem de 4 bilhões de dólares (R$ 23 bilhões) e capacidade para 2,8 milhões de toneladas por ano. 

Mas, apesar do suspense oficial sobre a localização, o fato é que o projeto de Água Clara está descartado. Prova disso é que até agora a Energisa não fez qualquer tipo de planejamento para levar energia a um possível canteiro de obras naquela região. Enquanto isso, faz 18 meses que se prepara para o empeendimento em Bataguassu. 
 

ANASTÁCIO (MS)

Idosa cai da cama, bate a cabeça e morre em MS

Mulher caiu da cama às 5h, teve hemorragia interna, vomitou e morreu 10 horas depois, às 15h

14/04/2025 11h00

Hospital Santa Casa de Campo Grande, para onde a idosa foi transferida

Hospital Santa Casa de Campo Grande, para onde a idosa foi transferida MARCELO VICTOR

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Idosa, de 71 anos, que não teve o nome divulgado, morreu horas após cair da cama, na tarde deste domingo (13), em Anastácio, município localizado a 137 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, idosa estava dormindo na cama e, por volta das 5h30min de ontem (13), se movimentou, caiu da cama e bateu a cabeça em um criado-mudo que estava ao lado.

De acordo com o boletim de ocorrência, não houve lesões ou sangramentos externos, mas, após alguns instantes, a idosa vomitou.

O esposo e a filha levaram a vítima até o hospital de Aquidauana, onde fez exames e ficou em observação. Os exames indicaram traumatismo craniano com sangramento interno e, com isso, foi encaminhada ao Hospital Santa Casa de Campo Grande.

Mas, no caminho, teve uma parada cardiorrespiratória, não resistiu e faleceu. Médicos tentaram reanimar a vítima, mas, não obtiveram êxito. O óbito foi confirmado às 15h13min de ontem (13).

O caso foi registrado como Morte Decorrente de Fato Atípico na na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL).

A morte da idosa acende alerta para bebês, crianças, idosos e até mesmo adultos encostarem a cama na parede na hora de dormir, para evitar possíveis quedas e tragédias familiares.

Outro caso parecido foi noticiado pelo Correio do Estado em 2019, quando um homem de 41 anos morreu após ter hemorragia e entrar em coma após cair da cama.

Uma pessoa que cai da cama e bate a cabeça pode sofrer lesões internas que podem levar à morte, como hemorragia e coma. Veja quais são os sinais de lesões internas:

  • Dor de cabeça intensa
  • Fraqueza ou tontura
  • Vômitos
  • Sangramento, principalmente pelo nariz, boca, ouvido ou olhos
  • Confusão mental
  • “Galo” atrás da orelha ou hematomas ao redor dos olhos
  • Desmaio ou perda de consciência, mesmo que por poucos segundos
  • Convulsões

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