Na tarde da última quinta-feira (17), uma leitora do Correio do Estado entrou em contato para notificar a longa fila de espera no Pronto Atendimento do Hospital Unimed Campo Grande.
Procurada pelo Correio do Estado, a equipe do Hospital informou que “nas últimas duas semanas, houve um aumento significativo na demanda dos Pronto Atendimentos Pediátrico e Adulto, sendo a maioria dos casos relacionada a sintomas respiratórios e 80% de classificação verde”.
O Hospital ainda relatou que providências foram tomadas para diminuir o tempo de espera e para que todos os pacientes tivessem atendimento seguro e adequado.
Em entrevista ao Correio do Estado, o Dr. Henrique Ferreira de Britto, pneumologista da Unimed Campo Grande, explicou que o aumento de pacientes com os sintomas respiratórios se deve, principalmente, por contaminações virais.
“A gente está em uma crescente de casos de vírus sincicial respiratório, H1N1 e o vírus SARS-CoV-2, que é o que causa a Covid-19. Felizmente, a gente não tem tido casos de maior gravidade aqui em Campo Grande”, relatou.
Segundo o médico, os sintomas mais comuns apresentados são: tosse, que inicialmente tende a ser mais seca; congestão nasal; coriza; dor de garganta; febre; cansaço; fraqueza; e perda de apetite.
“Eventualmente, outros sintomas, como diarréia, podem aparecer. No caso da Covid, o paciente pode (não é obrigatório) apresentar perda de olfato e do paladar”, acrescentou.
Além do aumento das doenças virais, fatores climáticos também podem causar problemas de saúde. Segundo o médico, nesses casos, os sintomas se manifestam de forma mais leve.
“São sintomas mais leves, mais irritativos. O ar seco realmente dificulta a entrada do ar no nosso sistema respiratório, a garganta arranha, o olho fica mais seco, dá uma tosse, o nariz pode sangrar… Mas são sintomas que respondem bem a hidratação, não dão fraqueza, não dão febre, são sintomas que apenas incomodam. Os sintomas de infecções virais são mais complexos e intensos”.
Para amenizar esses sintomas, o pneumologista recomenda uma boa hidratação, e sugere que as pessoas invistam em água de coco, sucos naturais e frutas ricas em água.
“Estamos chegando no verão, que tem temperaturas altas, então tem que lembrar de beber bastante água. Pode investir em sucos naturais, evitar refrigerante e bebida alcoólica, que, apesar de ser refrescante, desidrata; frutas ricas em água, como melão e melancia, por exemplo, e água de coco, que também é importante”.
Também é essencial garantir que os ambientes estejam umidificados.
“O meu quarto, a minha sala, o local que eu trabalho, o meu escritório, devem estar umidificados. Eu posso fazer isso com um umidificador portátil, por exemplo, ou com uma bacia de água, uma toalha umidificada, que já ajuda a melhorar o ar”.
Além disso, o Dr. Henrique Ferreira de Britto lembra que o uso de ar-condicionado pode ser prejudicial, e que o melhor é deixar os ambientes com boa ventilação.
“O ar-condicionado que a gente usa resfria ressecando o ar, então, cuidado. Ainda mais com a questão dos vírus, a gente tem que deixar o ar ventilar. Então, se possível, abra a janela, deixe o ar renovar, porque, quando o ar renova, reduz a chance de doenças alérgicas e doenças virais”, completou.
Quando procurar por um médico?
A recomendação é de que o paciente procure por atendimento médico assim que os sintomas começarem a se intensificar, ou quando há a preexistência de alguma outra doença.
“Quando os sintomas começam a ficar mais intensos, como a febre, o cansaço, uma tosse mais carregada, ou se você já tem uma doença preexistente e ela descompensou, é a hora de você procurar um médico e receber um diagnóstico mais preciso”, explicou o pneumologista.
Quando procurar pelo Pronto Atendimento?
O Pronto Atendimento deve ser procurado caso a febre - 37.8ºC para cima - resista aos medicamentos, ou caso o paciente apresente falta de ar.
“A falta de ar é algo mais ofegante, não é cansaço, porque cansaço é algo mais físico, mais muscular. A falta de ar vem da dificuldade de respirar para fazer coisas do dia a dia”, acentuou o médico.
Para aqueles que possuem o aparelho que mede oxigenação, o recomendado é procurar por atendimento caso a saturação seja menor ou igual a 92.