Os bens apreendidos pela Polícia Federal e Receita Federal na Operação Contra-Ataque III foram avaliados em cerca de R$ 10 milhões. A operação foi deflagrada nessa quinta-feira (14) e o balanço divulgado nesta sexta-feira (15).
A operação resultou na prisão de quatro pessoas, além das apreensões feitas em mais 13 endereços, sendo doze em Campo Grande e um em Jaraguari.
Dentre os alvos está William Alves Ribeiro, apontado como chefe de uma quadrilha de narcotraficantes que atuava em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.
Conforme a Receita Federal, no total foram apreendidos:
- 24 veículos, entre caminhões, reboques, jet-ski e outros;
- R$ 9.150,00 em espécie;
- 6 celulares;
- 4 computadores;
- 1 colar;
- 6 relógios de pulso;
- 10 armas de fogo e munições;
- 4 cavalos;
- 3 imóveis sequestrados.
Operação Contra-Ataque III
A operação teve como objetivo combater os crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A ação decorreu da análise de materiais apreendidos em investigação realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/MG), relacionada a uma organização criminosa dedicada a comercialização de armas e drogas na região do Triângulo Mineiro.
Em Mato Grosso do Sul, além de William Alves Ribeiro, também foram alvos: Nadja Tybusch Ribeiro (esposa), Welder Alves Ribeiro (irmão) e Rosany Larissa Aranda da Silva (cunhada).
Um dos mandados de busca ocorreu no condomínio Dahma II, onde morava William. No local, os policiais encontraram o celular e documentos pessoais dele no telhado da casa, localizados através de um drone da PF.
No endereço foram apreendidos também dois carros de passeio (um modelo da Volvo e um Up) e um mini-bug.
No Jardim Tijuca, na casa de outro dos envolvidos, houve a apreensão de cinco veículos de luxo, sete armas de cano curto e uma de cano longo.
O proprietário alegou ser colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), mas a investigação apontou que, além de drogas, a quadrilha também traficava armas e, por isso, todo o material foi apreendido.
Entre as empresas que foram alvo estão a Aliança Transporte de Veículos (W.A.R Transportes), Play Motors, WR Martelinho, Conect Peças, Subprodutos Bovinos, Ateliê da Nana, Duas Nações Materiais para Construção, Stilo Diva, Embaplast e Lolya Moda Feminina.
Boa parte destas empresas estavam em nome de familiares de William ou de supostos laranjas.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no Rancho JC Treinamento, onde foram confiscados os cavalos de raça de William, avaliados em R$ 250 mil cada, e um reboque usado para o transporte dos equinos.
Conforme reportagem do Correio do Estado, em nota, a Receita Federal esclareceu que análises bancárias e fiscais dos envolvidos constatou "um grande esquema utilizado na logística para entrega dos entorpecentes e no recebimento dos valores decorrentes dessa comercialização".
"Na entrega das drogas, foram empregadas empresas ligadas a familiares ou aos próprios envolvidos para emissão de documentos de transporte e notas fiscais de mercadorias agrícolas utilizadas para ocultar as drogas”, explica a nota.
As transações bancárias para o recebimento desses valores eram realizadas através de contas de empresas autorizadas pelos sócios e de contas vinculadas a parentes, sendo que estes últimos não tinham lastro fiscal para a realização de grandes movimentações financeiras.
“Ressalte-se que, para blindar a origem dos recursos ilícitos, foram realizados investimentos em outras atividades econômicas como comercialização de veículos em garagens de terceiros, bem como atividades de manutenção e reparo de veículos”, complementa a nota.
Participaram da operação de ontem 5 auditores fiscais, 9 analistas tributários da Receita Federal e 60 policiais federais.




