Cidades

Saúde

Brasil gasta com saúde menos que a África

Brasil gasta com saúde menos que a África

DA REDAÇÃO

14/05/2011 - 15h29
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Os 6% gastos pelo governo brasileiro com saúde é inferior à média africana (de 9,6%) e o setor no País ainda é pago em maior parte pelo cidadão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que divulgou ontem seu relatório anual.

Os dados apontam ainda que 56% dos gastos com a saúde no Brasil vêm de poupanças e das rendas de pessoas. O número representa uma queda em relação a 2000 – naquele ano, 59% de tudo que se gastava com saúde no Brasil vinha do bolso de famílias de pacientes e de planos pagos por indivíduos.

Das 192 nações avaliadas pela OMS, o Brasil ocupa 151º posição.

Saúde

Cirurgias seguem sem data para voltarem na Santa Casa

O hospital confirmou que recebeu repasse do governo de MS, mas que negocia com funcionários que tinham salários atrasados para retomar o funcionamento

18/04/2025 09h00

Na Santa Casa, as cirurgias eletivas foram paralisadas em fevereiro e seguem assim até o momento

Na Santa Casa, as cirurgias eletivas foram paralisadas em fevereiro e seguem assim até o momento GERSON OLIVEIRA

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A Santa Casa de Campo Grande ainda não tem previsão de quando deverá retomar as cirurgias eletivas no hospital, que estão paralisadas desde fevereiro. O centro médico confirmou que recebeu o repasse feito pelo governo do Estado, entretanto, a unidade espera resolver problemas internos antes de voltar plenamente em atividade.

Nesta segunda-feira, o governo de MS fez o pagamento da primeira parcela dos R$ 25 milhões prometidos ao hospital, provenientes de emendas parlamentares. Segundo o Estado, no depósito feito, foram repassados R$ 8.333.333,00 para o Fundo Municipal de Saúde.
A Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, nesta terça-feira, publicou um extrato de aditivo no contrato com a Santa Casa para o envio pontual dos R$ 8,3 milhões do Estado, além de R$ 2 milhões do Executivo municipal.

De acordo com a publicação, esse valor seria referente a “efeitos retroativos à competência de fevereiro e abril”. 

Ainda, no mês que vem, serão destinados mais R$ 2 milhões, valor referente a março e maio, além de outra parcela de R$ 8,3 milhões do governo de MS.

O hospital confirmou o recebimento desse valor, o qual resolveria o problema da falta de recursos e medicamentos na unidade, o que fez com que a Santa Casa suspendesse as cirurgias eletivas e restringisse o atendimento no pronto-socorro.

Entretanto, ainda não há uma previsão para que tudo seja retomado ao normal, pois, segundo o hospital, há uma série de negociações em curso com as categorias que tiveram seus salários atrasados durante o período de crise.

“A equipe da Santa Casa reconhece as dificuldades enfrentadas pelos pacientes e também pela instituição. 
A suspensão de atendimentos eletivos e ambulatoriais continua em função dos atrasos salariais das equipes médicas, entre elas a de urologia, transplante de rins, ortopedia e cirurgia cardíaca”, diz trecho de nota enviada ao Correio do Estado.

“A diretoria técnica reconhece que houve um depósito de valores no Fundo Municipal [de Saúde] destinados à Santa Casa e que as equipes médicas já foram comunicadas. Compete à diretoria financeira o alinhamento para a distribuição dos valores aos médicos, mas isso já está sendo executado”, complementou o hospital.
Ainda de acordo com a Santa Casa, apenas após a “resolução do atraso com os prestadores” é que as equipes retornarão completamente.

CRISE

Na primeira quinzena de fevereiro, a Santa Casa de Campo Grande suspendeu a realização de cirurgias eletivas porque, segundo ela, havia um desabastecimento de insumos hospitalares, com diversos equipamentos e medicamentos usados no dia a dia para o atendimento aos pacientes e no trabalho dos servidores do hospital em falta.

No mês seguinte, em 24/3, o hospital enviou um ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informando que estava com o seu pronto-socorro superlotado e que não teria mais condições de receber mais pacientes que não fossem de emergência.

No fim daquela tarde, havia 87 pacientes em um espaço onde deveria receber apenas 13 pessoas. No dia seguinte, essa quantia caiu para 76, mas as restrições continuam até hoje.

Ao Correio do Estado, no início deste mês, a Santa Casa afirmou que aguardava o recurso para o dia 20, porém, ele foi pago com antecedência.

REPASSES

De acordo com o governo de MS, somando o montante de R$ 25 milhões que está sendo repassado aos R$ 15 milhões que a administração estadual autorizou em outubro de 2024, a partir de um convênio com 
o pagamento em três parcelas, e aos R$ 9 milhões destinados ao pagamento do 13º salário dos profissionais, o apoio ofertado à Santa Casa já chega a quase R$ 50 milhões.

“Essa mobilização reflete o compromisso do governador Eduardo Riedel com a saúde pública, priorizando ações que garantam o atendimento digno e contínuo à população”, declarou o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Maurício Simões Corrêa.

SAIBA

O repasse de R$ 25 milhões contou com o esforço de parlamentares da bancada federal. O maior valor foi repassado pelo senador Nelsinho Trad, que destinou R$ 12.571.000, seguido pela senadora Tereza Cristina 
(R$ 6.609.000), pelo deputado federal Geraldo Resende (R$ 2.820.000), pela senadora Soraya Thronicke (R$ 1,8 milhão) e pelo deputado Luiz Ovando (R$ 1,2 milhão).

Espaço

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Eles detectaram impressões digitais químicas de gases.

17/04/2025 23h00

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena Divulgação

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Em uma descoberta potencialmente marcante, cientistas que utilizam o Telescópio Espacial James Webb obtiveram o que consideram os mais fortes sinais de possível existência de vida além do sistema solar, detectando na atmosfera de um planeta alienígena as impressões digitais químicas de gases que na Terra são produzidos apenas por processos biológicos.Cientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígenaCientistas encontram mais fortes sinais de vida em planeta alienígena

Os dois gases -- sulfeto de dimetila e dissulfeto de dimetila -- envolvidos nas observações do planeta denominado K2-18 b pelo Webb são gerados na Terra por organismos vivos, principalmente vida microbiana, como o fitoplâncton marinho.

Isso sugere que o planeta pode estar repleto de vida microbiana, disseram os pesquisadores. Eles enfatizam, no entanto, que não estão anunciando a descoberta de organismos vivos, mas sim de uma possível bioassinatura - indicador de um processo biológico -- e que os resultados devem ser vistos com cautela, sendo necessárias mais observações.

Os cientistas manifestaram entusiasmo, no entanto. Esses são os primeiros indícios de um mundo alienígena que pode ser habitado, disse o astrofísico Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, principal autor do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.

""Este é um momento transformador na busca por vida além do sistema solar, em que demonstramos que é possível detectar bioassinaturas em planetas potencialmente habitáveis com as instalações atuais. Entramos na era da astrobiologia observacional", afirmou Madhusudhan.

Ele observou que há vários esforços em andamento na busca de sinais de vida no sistema solar, incluindo suposições de ambientes que podem ser propícios à vida em lugares como Marte, Vênus e diversas luas geladas.

K2-18 b é 8,6 vezes mais maciço que a Terra e tem diâmetro cerca de 2,6 vezes maior que o do nosso planeta.

Ele orbita na "zona habitável" -- distância em que a água líquida, um ingrediente fundamental para a vida, pode existir em uma superfície planetária -- em torno de uma estrela anã vermelha menor e menos luminosa que o nosso Sol, localizada a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros. Outro planeta também foi identificado orbitando essa estrela.

Mundo oceânico

Cerca de 5.800 planetas além do nosso sistema solar, chamados exoplanetas, foram descobertos desde a década de 1990. Os cientistas levantaram a hipótese da existência de exoplanetas cobertos por um oceano de água líquida habitável por microorganismos e com atmosfera rica em hidrogênio -- os chamados mundos oceânicos.

Observações anteriores do Webb, que foi lançado em 2021 e entrou em operação em 2022, identificaram metano e dióxido de carbono na atmosfera do K2-18 b, primeira vez que moléculas à base de carbono foram descobertas na atmosfera de um exoplaneta na zona habitável de uma estrela.

"O único cenário que atualmente explica todos os dados obtidos até agora pelo JWST (James Webb Space Telescope), incluindo as observações passadas e presentes, é aquele em que o K2-18 b é um mundo oceânico repleto de vida", disse Madhusudhan. "No entanto, precisamos estar abertos e continuar explorando outros cenários."

Madhusudhan disse que com os mundos oceânicos, se existirem, "estamos falando de vida microbiana, possivelmente como a que vemos nos oceanos da Terra".

A hipótese é que seus oceanos sejam mais quentes do que os da Terra. Questionado sobre possíveis organismos multicelulares ou até mesmo vida inteligente, Madhusudhan disse: "Não poderemos responder a essa pergunta neste estágio. A suposição básica é de vida microbiana simples".

O DMS e o DMDS, ambos da mesma família química, são considerados como importantes bioassinaturas de exoplanetas. O Webb descobriu que um ou outro, ou possivelmente ambos, estavam presentes na atmosfera do planeta com um nível de confiança de 99,7%, o que significa que ainda há chance de 0,3% de a observação ser um acaso estatístico.

Os gases foram detectados em concentrações atmosféricas de mais de 10 partes por milhão por volume.

"Para referência, isso é milhares de vezes mais do que suas concentrações na atmosfera da Terra e não pode ser explicado sem atividade biológica com base no conhecimento existente", afirmou Madhusudhan.

Cientistas que não participaram do estudo aconselham cautela.

"Os dados ricos do K2-18 b o tornam um mundo tentador", disse Christopher Glein, cientista principal da Divisão de Ciências Espaciais do Southwest Research Institute, no Texas.

"Esses dados mais recentes são uma contribuição valiosa para nossa compreensão. Entretanto, devemos ter muito cuidado para testar os dados da forma mais completa possível. Estou ansioso para ver trabalhos adicionais e independentes sobre a análise de dados, que começarão já na próxima semana."

*(Reportagem adicional de Stuart McDill)

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