O trajeto de casa para o trabalho percorrido à pé, quase que rotineiramente, pela cabeleireira Joseane Aparecida da Silva, 31 anos, passou de lembrança agradável para trágica no final da tarde do último dia 8 de agosto. Na cabeça, as últimas memórias são os primeiros passos por uma das calçadas da avenida Duque de Caxias. O restante, desapareceu por volta das 18h30, depois que Paulo Henrique Mendes da Silva, 23 anos, perdeu o controle da direção do veículo e a atropelou. A chance de chegar mais cedo em casa ficou prensada junto com ela, entre o carro e um muro. A gravidade dos ferimentos fez com que ela tivesse a perna esquerda amputada.
A ideia de que o caminho para o aconchego do lar dificilmente não será percorrido da mesma forma parece ainda não ter ganhado atenção especial, nem dela e nem da família.
A preocupação imediata é a logística necessária para o transporte de Josiane para a realização de exames necessários para que possa entrar com Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).
O benefício garante a indenização por morte, invalidez permanente e despesas médicas a todos os envolvidos em um acidente de trânsito, sejam pedestres, pessoas transportadas em outros veículos, passageiros do veículo causador do sinistro, condutores, mesmo que proprietários e dependentes.
Sem plano de saúde, os custos do tratamento consumiram as economias e ainda estão apenas no começo. “O gasto maior agora está sendo o transporte dela, que tem que ser feito com ambulância”, explica o pai da cabeleireira, o militar aposentado, Benedito Aparecido da Silva, 52 anos.
Além de ter a perna amputada, Joseane fraturou a bacia e está com a outra perna quebrada. “Os médicos disseram que por pouco não perdi essa também”, relembra. Apesar da garantia dos movimentos, o repouso é indispensável.
(*) A reportagem de Tainá Jara está na edição de hoje do Correio do Estado.