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fundo do poço

"Calote" de Petrallas afunda ainda mais o futebol de MS

Ministério Público exige a suspensão de repasses públicos à Federação de Futebol. Com isso, o Opeário, que neste sábado foi eliminado da Série D, fica sem patrocínio da Sanesul

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Uma prestação de contas fajuta apresentada pelo presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Estevão Antônio Petrallas, ainda em 2016, está deixando o já combalido futebol local ainda mais debilitado. Isso por que o presidente da federação é considerado “caloteiro” e por conta disso a entidade não pode mais receber patrocínio público. 

 Até mesmo os repasses da Sanesul para ajudar a bancar a participação do Operário na Série D tiveram de ser suspensos. As informações constam de um Procedimento Preparatório publicado pelo Ministério Público na edição desta segunda-feira (21) do diário oficial da instituição. 

Conforme esta investigação, aberta depois de uma denúncia do advogado Kleber Rogério Furtado Coêlho, a ação judicial que condenou Petrallas a devolver R$ 117,7 mil aos cofres estaduais transitou em julgado (não cabe mais recurso). Porém, ele não pagou a dívida e por conta disso seu nome foi parar em uma espécie de lista suja. 

E, conforme a legislação, organizações sociais que tenham entre seus diretores algum integrante da lista de caloteiros estão impedidas de receber repasses públicos. Por conta disso, o MPMS distribui documento em uma série de instituições orientando para que os repasses fossem suspensos e que possíveis novos convênios fossem barrados.

O mais significativo deles é uma parceria assinada no dia 18 de maio entre a Federação de Futebol e a Sanesul para o repasse de R$ 200 mil para ajudar nas despesas do Operário na Série D. Quem assinou, pela Federação de Futebol, foi Estevão Petrallas.

Neste sábado, o Operário venceu sua partida por 2 a 1 contra o Monte Azul, em São Paulo, mas mesmo assim está eliminado da competição. Resta somente uma partida e ele está quatro pontos atrás do quarto colocado.

CORTE

A Fundesporte já garantiu ao MP que suspendeu imediatamento os repasses que foram intermediados por Petrallas e se apressou em garantir que não tinha conhecimento de que o nome dele estava na lista dos inadimplentes. 

Petrallas foi eleito presidente da Federação no dia 8 de abril, depois de ocupar o cargo como interventor, já que o até então “xerifão”, Francisco Cesário, fora destituído durante operação do Gaeco e da Polícia.  Ele disputou com seis candidatos e foi eleito com 48 votos. A previsão é de que fique no cargo até 2027. 

O convênio dos R$ 200 mil foi um dos primeiros que ele assinou, mas por estar na chamada “lista suja”, o Governo do Estado, que no último campeonato estadual liberou em torno de R$ 1,2 milhão, não poderá fazer nenhum repasse. 

CARNÍVORO

 A dívida é relativa a um repasse da Fundesporte de R$ 51,6 mil no começo de R$ 2016 para que o Operário participasse do Estadual de Futebol. O convênio foi assinado pela Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul, presidida por Petrallas. Ele também já foi presidente do Operário.

Porém, quando ele foi prestar contas dos gastos, seus documentos não foram aceitos por conta de uma série de fraudes explícitas, conforme entenderam os técnicos à época.. Uma delas, segundo o Ministério Público, é que ele apresentou uma série de orçamentos suspeitos relativas a despesas com alimentos, hospedagem e confecção de uniformes. 

Ocorre que em todos os orçamentos apresentados como se fossem de empresas ou fornecedores diferentes, estava escrito erroneamente a palavra MAÇO,  sendo que o correto seria maRço. Esta coincidência indicou que os orçamentos eram forjados e por conta disso, recusados. 

Mas, o mais grave, segundo o MP, é que ele gastou R$ 27,13 mil em diferentes tipos de carne. Comprou, conforme as notas apresentadas por Petrallas, 1,050 quilos. A quantidade, segundo ele alegou, teria sido consumida por 30 pessoas durante 23 dias. Isso equivale a 1,52 quilo por pessoa a cada dia. Isso, segundo o MP, é praticamente impossível. Seria com o se uma família com cinco pessoas consumisse 7,5 quilos de carne por dia. 

O QUE DIZ PETRALLAS

Em sua defesa, Petrallas alegou ao MP que no dia 6 de junho fez um acordo judicial assumindo e parcelando a dívida. Informou, ainda, que já quitou a primeira parcela, de R$ 12,8 mil. Além disso, informou que está disposto a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a pagar as parcelas em em dia e assim retomar os repasses de dinheiro público ao futebol de Mato Grosso do Sul. 

Dinheiro para isso possivelmente ele tenha, pois, segundo reportagem da Revista Piauí publicada em abril, a Confederação Brasileira de Futebol (SBF) paga em torno de R$ 215 mil mensais a cada um dos presidentes estaduais de federação. Ou seja, a dívida corresponte a pouco mais da metada do vencimento mensal do novo "dono da bola" de MS. 

A promotoria, contudo, entende que o simples parcelamento da dívida e a quitação da primeira parcela não dá à Federação de Futebol o direito legal de voltar a receber patrocínio público e por conta disso está preparando os termos de um acordo para  colocar fim à pendência. 

EM CRISE

Fundo para financiar transporte coletivo da Capital pode nem sair do papel

Idealizado em outubro pela Câmara Municipal, projeto está em análise e corre risco de ser inconstitucional, diz especialista

10/12/2025 09h00

Usuários do transporte coletivo podem não ter ônibus a partir de segunda-feira, caso ameaça de greve se concretize

Usuários do transporte coletivo podem não ter ônibus a partir de segunda-feira, caso ameaça de greve se concretize Gerson Oliveira

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Idealizado pela Câmara Municipal de Campo Grande visando levar segurança financeira ao transporte público da Capital, o Fundo Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (FMMUT) pode nem sair do papel por correr risco de ser inconstitucional, segundo especialista em Direito entrevistado pelo Correio do Estado.

Em 23 de outubro, um dia depois dos motoristas pararem por 1 hora e 30 minutos a circulação dos ônibus em Campo Grande, a Casa de Leis criou o Projeto de Lei nº. 12.127/2025. Conforme consta no texto que define detalhes sobre o fundo, o objetivo dele é “assegurar a captação, gestão e aplicação de recursos destinados à execução de políticas públicas voltadas à mobilidade urbana, ao transporte coletivo e à infraestrutura viária”.

Contudo, segundo o professor de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Sandro Rogério Monteiro de Oliveira, o projeto tem um teor do chamado vício de iniciativa, que é quando um projeto de lei é criado por quem não tem a prerrogativa constitucional para tal, sendo reservada essa prerrogativa a um dos Poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário).

“Em tese tem vício de iniciativa, deveria ser de iniciativa do Executivo Municipal”, afirma.

O especialista também chama a atenção para a ausência de justificativa legal para o projeto virar lei. Nas justificativas presentes no projeto, o presidente da Câmara Municipal, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), cita a importância do Fundo para o transporte público de Campo Grande e o contexto atual de necessidade urgente do projeto ser aprovado, mas não cita leis ou outras normas.

“Com o Fundo, o Município passa a dispor de um instrumento permanente de financiamento e de planejamento estratégico, capaz de garantir maior estabilidade e autonomia à gestão pública da mobilidade”, diz Papy em uma das justificativas, além de acrescentar que o transporte coletivo enfrenta dificuldades financeiras e operacionais.

Caso seja comprovado o vício de iniciativa por parte da Casa de Leis, Sandro afirma que “haveria necessidade de intervenção judicial provocado pelo Executivo Municipal”.

À reportagem, a Câmara Municipal disse que o projeto segue em tramitação para “conhecimento das Comissões Permanentes”, para que depois seja levado à votação no plenário. Porém, segundo informações obtidas pela reportagem, o projeto não foi à votação porque a Procuradoria Jurídica da Casa analisa a legalidade da iniciativa. Caso seja deliberada sua aprovação, o Fundo vai entrar em vigor dentro de 90 dias a partir de sua publicação.

DETALHES

Segundo o texto do projeto em tramitação na Câmara, a ideia é que o Fundo seja gerido por um Comitê Gestor, que será formado por representantes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), além de pessoas da sociedade civil ligadas ao tema.

Ao todo, as receitas do Fundo poderão ser provenientes de nove espaços diferentes, a maioria ligados a atividades e projetos públicos relacionados à mobilidade urbana e ao transporte público. Ademais, recursos oriundos dos executivos Municipal, estadual e federal também poderão compor a ferramenta.

O projeto prevê também que no final de cada trimestre, o comitê gestor seja responsável por emitir um relatório de gestão e aplicação de recursos, que deverá conter: a origem e destinação dos recursos; os projetos e ações financiados; os resultados obtidos e indicadores de desempenho; e o saldo financeiro e a execução orçamentária do Fundo.

Além disso, a movimentação financeira e as aplicações do Fundo deverão ser publicadas mensalmente no Portal da Transparência do Município.

A Casa de Leis ainda deixa claro que, caso o Fundo seja extinto, o “saldo remanescente será transferido ao Tesouro Municipal, após a quitação de todas as obrigações e compromissos assumidos”.

CRISE

Na sexta-feira, o Consórcio Guaicurus, responsável pela administração do transporte público de Campo Grande desde 2012, anunciou que está em crise financeira, sob alegação de inadimplência do poder público acerca dos repasses, que beiram os R$ 35,8 milhões anuais (R$ 22,8 milhões do Município e R$ 13 milhões do Estado).

Segundo o comunicado da empresa, as consequências da suposta dívida serão o não pagamento dos direitos dos motoristas dos ônibus, já que os vencimentos de dezembro (salário, vale e 13º) devem atrasar.

Como informado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrios Freitas, ao Correio do Estado, essa situação do Consórcio pode colocar em risco a circulação do transporte público, já que uma paralisação está em debate pela categoria.

Na semana passada, o governo do Estado já havia dito que estava em dia com o acordado no convênio. Ontem, a Prefeitura retornou os contatos feitos pela reportagem e também disse que está adimplente com suas obrigações financeiras previstas no contrato, ou seja, contrariando a versão dada inicialmente pelo Consórcio. Além disso, prestou esclarecimentos sobre uma possível greve dos motoristas perante a situação.

“Em relação à possibilidade de interrupção dos serviços de transporte público, o Município não foi informado previamente sobre possível paralisação ou greve geral, estando tal movimento suscetível a sanções contratuais previstas”, afirma o Executivo Municipal em resposta enviada ao Correio do Estado.

Porém, em mais uma guerra de narrativas, o Consórcio Guaicurus informou que o valor da dívida a curto prazo do poder público é de R$ 13,2 milhões, o que corresponde a pouco mais de um terço do repasse total. Também, a empresa disse que R$ 7.215.313,96 desse montante “representam apenas a quantia mais recente e urgente da dívida pendente”.

*SAIBA

Os motoristas de ônibus fazem amanhã assembleia para decidirem detalhes sobre a greve, incluindo a data. Conforme dito pelo presidente do sindicato, há risco de os ônibus não circularem na segunda-feira.

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TRAGÉDIA

Homem morre após bater em traseira de carreta e ter carro esmagado

Acidente aconteceu na noite desta terça-feira (9), vítima estava em um Ford Fiesta

10/12/2025 08h45

Acidente aconteceu na noite desta terça-feira (9), vítima tinha 54 anos

Acidente aconteceu na noite desta terça-feira (9), vítima tinha 54 anos Reprodução: Jornal da Nova

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Um acidente fatal registrado na noite de terça-feira (9) na rodovia MS-267, em Nova Andradina, resultou na morte de Marcos Alves de Souza, 54 anos, morador de Garça (SP). Ele conduzia um Ford Fiesta quando colidiu violentamente contra a traseira de uma carreta bitrem que seguia no mesmo sentido da via.

A Polícia Civil foi acionada após comunicação da PRF de Nova Casa Verde sobre a ocorrência. No trecho indicado, os investigadores constataram que ambos os veículos trafegavam na mesma direção no momento da colisão. Com o impacto extremamente forte, o Fiesta ficou totalmente destruído. Marcos não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local, antes da chegada da equipe de resgate.

De acordo com informações do portal Dourados Agora, o motorista da carreta relatou que, inicialmente, sentiu apenas uma leve oscilação na carroceria e não percebeu que havia sido atingido. Ele só parou o caminhão cerca de 500 metros à frente, ao notar que algo estava errado.

Segundo o boletim de ocorrência, os elementos apurados até agora indicam que o acidente pode ter sido provocado pelo próprio condutor do Fiesta. A Polícia Civil segue investigando o caso, e o laudo pericial deverá apontar as circunstâncias finais da batida.

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