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CASA DE LEIS

Câmara modifica Proinc e tenta pôr fim à "farra" no programa

Criado para favorecer desempregados e carentes, Proinc amparava até os mais "abonados"

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A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou ontem a terceira reforma, desde a sua criação em 2010, do Programa de Inclusão Profissional (Proinc), proposta da prefeitura da cidade que, na prática, deveria amparar trabalhadores desempregados, de renda mínima e baixa qualificação ocupacional. O objetivo é acabar com a “farra” no programa, que mantinha entre os favorecidos – algo em torno de 3,8 mil pessoas – microempresários, influencer digital, pessoas acostumadas a curtir praias nas férias, donos de clínica de fisioterapia e até integrante do PCC.

A proposta aprovada foi produzida pela comissão de vereadores em conjunto com a Fundação Social do Trabalho (Funsat), que chefia o programa.

O número exato de empregados no Proinc não é de conhecimento de todos. Por regra, a soma dos favorecidos não poderia superar 9% dos servidores municipais, no entanto, relações que circularam pela Câmara somavam montantes desiguais.

Pela repaginação do projeto, de agora em diante, as vagas ofertadas pelo programa devem ser restritas a 15% do quadro de servidores ativos da prefeitura, algo em torno de 2,5 mil pessoas.

Cada beneficiário do Proinc recebe bolsa-auxílio no valor um salário mínimo (R$ 1,2 mil), alimentação, cesta básica, vale-transporte e seguro de vida.

Alguns vereadores tentaram, em vão, nos últimos meses, criar uma CPI para investigar a questão, mas, por imposição do presidente do Legislativo municipal, Carlos Alberto, o Carlão (PSB), a ideia foi barrada por ele interpretar que o período eleitoral embaçaria a apuração, isto é, os parlamentares poderiam “tirar proveito” da situação. Dezessete dos 29 vereadores da cidade disputam cargos eletivos em outubro.

Depois da aprovação do Proinc, a prefeita da cidade, Adriane Barbosa Nogueira Lopes, do Patriota, segundo seus interlocutores, deve sancionar o projeto nos próximos 15 dias. Fora as críticas de alguns vereadores, o Proinc, embora cercado de supostos casos suspeitos, ainda não é investigado.

O Correio do Estado tentou, oficialmente, saber ao certo qual é o gasto mensal com o programa, mas até o fechamento desta página não tinha conseguido. Extraoficialmente, por meio de vereadores ouvidos pela reportagem, o Proinc consome, em média, R$ 7 milhões por mês ou em torno de R$ 84 milhões anuais.

AS MUDANÇAS

Uma das modificações no Proinc tem a ver com o período de permanência do trabalhador ou trabalhadora no programa: por regra, não poderia superar uma temporada de até três anos. Agora, com a repaginação, o tempo máximo não pode extrapolar dois anos.

“A vinculação ao Proinc será pelo período de seis meses, renováveis por igual período, até o limite máximo de 24 meses, improrrogáveis”, diz trecho da emenda aprovada, proposta pelo vereador André Luis, do Rede.

O projeto atual repete normas exigidas antes, como a de que os favorecidos pelo Proinc não poderiam ter renda superior a meio salário mínimo, em torno de R$ 600. O beneficiado deve “estar em situação de desemprego por período igual ou superior a um ano”, reforça a lei nova.

Novidade na reforma do Proinc e um dos itens no regulamento que deve espantar as eventuais fraudes na hora da contratação dos favorecidos: o nome dos beneficiados deve constar no Cadastro Único

(CadÚnico), programa federal.

​O CadÚnico é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Só entram nesta relação integrantes de famílias que ganham até meio salário mínimo por pessoa ou que recebem até três salários mínimos de renda mensal ​tota​l.

Outra emenda aprovada, proposta pelo vereador Beto Avelar, do PSD, prevê a publicação de uma fila de espera dos próximos favorecidos do Proinc.  

TAREFAS

De acordo com o projeto, o programa assistencial existe em “caráter emergencial” e os beneficiados devem cumprir, entre outras tarefas: limpeza, conservação e consertos diversos em praças, escolas, centros infantis e unidades de saúde, além de roçada, capina, podas e varrição.

Os inscritos no Proinc devem cumprir expedientes em pavimentação e tapa buracos em logradouros, fabricação e pintura de meio-fio e sarjetas. Também podem agir em campanhas e ações de saúde ou para combater surtos endêmicos.

DENÚNCIAS

Até cerca de 15 dias atrás, rodaram pela Câmara Municipal informações indicando que havia entre os matriculados no Proinc microempresários que tinham investido em seus empreendimentos R$ 50 mil, pessoas que ganham a vida explorando a internet, professora concursada e, ainda, pessoas que nem sequer morariam em Campo Grande.

QUEM FICA COM A VAGA

A lei nova diz que o programa deve reservar até 5% das vagas para mulheres vítimas de violência doméstica encaminhadas pela Casa da Mulher Brasileira.

Pessoas com Deficiência (PCDs) que não recebam benefício de prestação continuada (BPC) têm cota de 3%. Outros 3% das vagas do Proinc são para pessoas com transtorno do espectro autista, e até 3% das vagas vão para egressos do sistema penitenciário.

Em caso de mutirão e diante de necessidade pública, por prazo não superior a 180 dias, poderão ser inseridos novos beneficiários, até o limite excedente de 20% da referência prevista.

24 meses tempo máximo de permanência

Emenda do vereador André Luis (Rede), aprovada ontem, estabelece um prazo máximo de 24 meses para que uma pessoa permaneça no Proinc. 

Influenza

Mais uma morte confirmada por gripe em MS

O boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (19) registrou o óbito de um homem, natural de Corumbá

19/09/2024 18h48

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Conforme o Boletim Epidemiológico desta quinta-feira (19), um idoso de 71 anos é a nova vítima de influenza em Mato Grosso do Sul. Em 2024, o Estado acumula 78 óbitos por gripe.

Entre as causas de morte, estão:

  • 18 - Influenza A H1N1
  • 50 - Influenza A H3N2
  • 9 - Influenza A não subtipado
  • 1 - Influenza B


Neste boletim, destaca-se que apenas o idoso de 71 anos, natural de Corumbá, faleceu em 11 de setembro por Influenza A não subtipado. A vítima possuía comorbidades de doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus.

Imunização

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta que a única forma de prevenção é manter o esquema vacinal atualizado.

“A vacinação contra a influenza é uma das medidas de prevenção mais eficazes para proteger contra essa doença e, principalmente, contra a evolução para complicações e óbitos. A vacinação também contribui para a redução da circulação viral na população, protegendo especialmente os indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco.”

O perfil dos casos de influenza hospitalizados é composto por crianças de 1 a 9 anos, que correspondem a 20,9%; seguido por idosos com idade entre 80 e 98 anos, com 15,0%; e, em seguida, por aqueles com 60 a 69 anos, com 13,4%.

A faixa etária de 70 a 79 anos corresponde ao menor índice de internação entre os idosos, com 11,6%.

Divulgação SES

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Poluição

Fumaça tóxica de queimadas pode tomar céu de Campo Grande

Conforme a medição feita pela QualiAr, a condição do ar em Campo Grande caiu para moderada, e deve piorar com a chegada da fumaça das queimadas de outros estados

19/09/2024 18h00

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Depois de dias de refresco devido à frente fria que trouxe chuva a diversas regiões do Estado, o céu será, mais uma vez, encoberto por fumaça com poluentes nocivos à saúde incluindo a Capital.

No dia 1º de setembro a fumaça tomou o céu de Campo Grande, foram treze dias em que a poluição intensificou a ponto de a qualidade do ar ser apontada como a pior do ano.

Com o avanço da frente fria e a chuva no final da noite de domingo (15), o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Vinícius Sterling, explicou que os ventos vindos do sul empurraram a fumaça para a região mais ao norte, especificamente para os estados de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO).

Divulgação Cemtec

É preciso ressaltar que, como não houve chuva na Amazônia (brasileira e boliviana) e em Mato Grosso - o estado que mais queima no país -, com a mudança de direção do vento, a fumaça tóxica das queimadas retorna para Mato Grosso do Sul.

No entanto, conforme o meteorologista ressaltou, é difícil cravar um cenário; as condições podem variar. Em uma estimativa favorável parte do Estado volta a receber chuva a partir de amanhã.

Poluição

Em conversa com o Correio do Estado, o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas, Widinei Alves Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, alertou que a qualidade do ar nesta quinta-feira (19) está moderada, e a tendência para os próximos dias é de piora.

“A qualidade do ar hoje está moderada, mas possivelmente ela vai piorar”, pontuou o professor.

Durante a semana, a condição do ar chegou a ficar boa. A mudança ocorre devido a várias regiões do país estarem em chamas e, é claro, ao Pantanal e à Amazônia.

Segundo o professor, ventos vindos do leste do estado de São Paulo, que registrou focos de incêndio em diversos municípios, também contribuem para a situação. “Vamos ter uma fumaça proveniente da Bolívia e da região noroeste do estado, está vindo da Amazônia. Então, haverá uma piora da qualidade do ar entre hoje e amanhã cedo.”

Índice

A qualidade do ar moderada está na medida 43, enquanto, para ser considerada como “boa”, precisa estar em 40. “Nesses próximos dias, possivelmente, vai ficar nessa condição moderada que estamos tendo, que estamos vendo hoje.”

O alerta para o perigo da poluição das queimadas está na presença do material particulado, que em altos índices pode causar diversas doenças, como câncer de pulmão.

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