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Campo Grande deve enfrentar nova escassez de chuvas no mês de março

Previsão é a mesma do ano passado para o mês; Em 2024 choveu apenas 30mm no período com 21 dias de seca

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Após período de chuvas que ocorrem no início do ano, o tempo no mês de março deve voltar a quente e seco, com nova escassez de chuvas.

É o que indica as previsões climáticas do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) para decorrer do mês com temperaturas elevadas, acima da média histórica, e chuvas abaixo da média. 

“Deve seguir o mesmo cenário que aconteceu no mês, no ano passado, de chuvas irregulares, abaixo da média e temperaturas mais elevadas. Em março de 2024 a precipitação em Campo Grande foi muito irregular e abaixo da média, e neste ano deve seguir nesse cenário infelizmente”, declarou o meteorologista do Cemtec, Vinícius Sperling.

O mês de março do ano passado foi o menos chuvoso do ano, em 31 dias choveu apenas 19 mm em um período de 10 dias do mês de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Nesta primeira semana de março, segundo os dados do Inmet, a precipitação acumulada foi de 6.8 mm em Campo Grande.

A chuva acumulada ficou 87% abaixo do que era esperado para o mês de março, que de acordo com os dados do Cemtec, a média esperada de precipitação neste período é de 149 mm.

O ano de 2024 terminou com um deficit hídrico de -600mm em Campo Grande, dado preocupante já que o ano fechou com umidade do solo muito abaixo do que era esperado.

Em fevereiro segundo dados do Inmet choveu 116mm na capital, e no mês de janeiro, apenas 50,8mm.

Segundo a evolução do monitoramento das condições de secas do Cemtec, no Estado, os índices de seca em Campo Grande no início deste ano estão classificadas como graves, sendo este o 3º grau de intensidade ficando abaixo da seca extrema e excecional (que não estão presentes em Mato Grosso do Sul).

A tendência da escassez de chuvas deve seguir para os próximos meses na maioria dos municípios do Mato Grosso do Sul.

Devido as previsões meteorológicas para os próximos meses indicarem temperaturas elevadas, acima da média histórica, e chuvas abaixo da média, o Governo do Estado já antecipa as medidas preventivas e estruturação das equipes para combate no Pantanal sul-mato-grossense, já que a mudança no clima deve aumentar a possibilidade de incêndios no bioma.

O Governo deve reeditar a operação realizada no ano passado para o Pantanal. Embora tenham ocorridos incêndios tendo 17% do bioma destruído pelo fogo, não se repetiu a catástrofe verificada em 2020 quando mais de 4 milhões de hectares foram queimados.

SECA HISTÓRICA

Marcado por longos períodos sem chuvas, 2024 foi o ano com o menor acumulo de chuva da história em Campo Grande de acordo com dados anuais da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Em 12 meses, choveu apenas 780mm na capital, este quantitativo está 45% baixo do que era esperado no ano, que tem como base a média histórica anual da cidade de 1,455mm (período de referência de 1981 a 2010). 

O cenário de seca em 2024 é tratado como preocupante, já que conforme os dados pluviométricos da capital dos últimos 23 anos, o ano de 2024 é o único com precipitação abaixo dos 1.000mm anuais.

O menor quantitativo de precipitação acumulada era de 1.003mm, dado registrado em 2019, a seis anos atrás, o maior é de 2013 quando choveu no ano 1.732mm. 

A seca histórica aconteceu devido a atuação de fenômenos climáticos na região centro-oeste do país, entre eles está a atuação natural do fenômeno El Niño que foi considerada de grande intensidade globalmente nos anos de 2023 e 2024, alterando o regime das chuvas.

Além do El Niño, conforme explica o meteorologista Vinícius Sperling, outros fenômenos impactaram para escassez de chuvas em Campo Grande neste ano.

“A situação meteorológica que levou a esta seca foi a concentração de massas quentes na região central, que atuaram como bloqueio atmosférico. Essas massas quentes se intensificaram ao longo dos dias, impedindo a entrada de frentes frias, que são responsáveis pela formação de nuvens e chuvas”, explicou Vinícius.

As temperaturas acima da média registradas em Campo Grande, conforme informou o meteorologista à reportagem, também aceleram os processos de evaporação e evapotranspiração das plantas, o que amplifica o cenário de seca por conta da perda rápida de água do solo.

“Outra coisa que também acarreta este cenário sem chuvas são os incêndios, vimos que neste ano Campo Grande teve muitos focos de incêndios em terrenos, principalmente ao longo de julho, setembro e outubro. E tudo isso interliga com as fumaças de incêndios vindas do pantanal, prolongando a seca”, acrescentou o meteorologista do Cemtec.

Dados mensais do Inmet sobre o acumulado de chuvas em Campo Grande mostram que apenas o mês de abril em 2024 superou a média mensal esperada de precipitação, registrando 138.6mm sendo que a média esperada para o mês é de 100mm.

TRANSPORTE COLETIVO

Consórcio Guaicurus alega dívida de R$ 15,2 milhões e pede aumento no subsídio

Do montante, R$ 8,2 milhões são referentes aos salários dos funcionários, motivo da greve que deve começar na segunda-feira

13/12/2025 08h40

Usuários do transporte coletivo já foram alertados de que os motoristas devem entrar em greve a partir de segunda-feira

Usuários do transporte coletivo já foram alertados de que os motoristas devem entrar em greve a partir de segunda-feira Gerson Oliveira

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Documentos obtidos pelo Correio do Estado mostram que o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários.

O deficit maior é relacionado ao pagamento da folha salarial de novembro e do 13º salário dos funcionários, valores que as empresas do grupo alegam que não têm condições de pagar. Por causa disso, a concessionária pede que o valor do subsídio pago pelo poder público seja ampliado.

No dia 5, o Consórcio Guaicurus, responsável pela administração do transporte coletivo de Campo Grande, anunciou que a situação financeira estaria insustentável para continuar a operação, que seria motivada por supostos atrasos dos repasses por parte do poder público.

Além das dificuldades com questões operacionais, como combustíveis e manutenção da frota e encargos, o consórcio também está em discussão com a classe de funcionários, principalmente a dos motoristas. Até o momento, a folha salarial de novembro e o 13º salário não foram pagos e a categoria ameaça entrar em greve na segunda-feira.

Conforme último ofício enviado pela empresa à prefeitura, no dia 4, ou seja, um dia antes de anunciarem publicamente a crise financeira, as dívidas do grupo somavam R$ 15.260.509,06.

Detalhando as dívidas, a maior parte se refere às despesas com o pessoal (funcionários), somando R$ 8,2 milhões, resultado da folha salarial e do 13º inadimplente. Ainda segundo o documento, há R$ 6,5 milhões de tributos em atraso, além de débito com fornecedores, de R$ 454,1 mil.

Usuários do transporte coletivo já foram alertados de que os motoristas devem entrar em greve a partir de segunda-feira

Na quinta-feira, uma semana depois deste ofício ter sido enviado, a prefeitura disse ao Correio do Estado que 57% do repasse de novembro foi antecipado, além de afirmar que não vai aceitar “alegações de que eventual paralisação do serviço esteja relacionada a questões financeiras envolvendo a administração municipal”. 

Porém, até o fechamento desta edição, a greve deliberada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG) estava mantida.

Apesar disso, a concessionária afirma que a dívida seria de R$ 13,2 milhões, dos quais R$ 7.215.313,96 correspondem “à quantia mais recente urgente da dívida pendente”, segundo descreve a própria companhia.

SUBSÍDIO

Outra reclamação por parte do Consórcio Guaicurus é a não compensação financeira da diferença entre a tarifa pública (R$ 4,95) e a tarifa técnica (R$ 6,57). No ofício, a empresa disse que esta compensação é juridicamente obrigatória, e não facultativa.

Usuários do transporte coletivo já foram alertados de que os motoristas devem entrar em greve a partir de segunda-feira

“O exame isolado da tarifa pública ou da tarifa de remuneração não é suficiente para aferir o equilíbrio econômico-financeiro previsto na lei, justamente porque a estrutura, enquanto categoria jurídica, inclui a relação entre essas variáveis e a compensação necessária para recompor seus efeitos”, reforça o consórcio.

Por isso, o consórcio pede que a prefeitura pague a diferença de R$ 1,62 por passagem, além de solicitar que haja uma revisão tributária que corresponda aos valores expostos.

“Quanto às portarias futuras, a adoção de redação que reflita integralmente a estrutura tarifária – tarifa pública, tarifa de remuneração e deficit/subsídio tarifário –, em conformidade com o regime contratual e com as melhores práticas de regulação tarifária”, pede.

Vale lembrar que a taxa de remuneração de R$ 6,57 foi elevada no fim de outubro deste ano. Antes, a tarifa técnica, como também é chamada, era de R$ 5,17, ou seja, houve um aumento de 6,49%.

Em suma, esta taxa se refere ao valor que as empresas operadoras de transporte público recebem para cobrir seus custos e obter um retorno sobre o investimento, o custo real do serviço por passageiro.

Usuários do transporte coletivo já foram alertados de que os motoristas devem entrar em greve a partir de segunda-feiraSegundo o documento, há R$ 6,5 milhões de tributos em atraso - Foto: Gerson Oliveira

PARALISAÇÃO

A greve dos motoristas é ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórico de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

Nesta quinta-feira, por meio de assembleia geral, o sindicato dos motoristas decidiu pela greve por tempo indeterminado, com começo na segunda-feira, e com fim até que os três vencimentos (salário, 13º e “vale” – o adiantamento) sejam pagos.

Com isso, caso as garantias não caiam na conta dos funcionários, a circulação dos ônibus deve ser comprometida na semana que vem.

Em contato com a reportagem, o Ministério Público do Trabalho (MPT) disse que, até o momento, não recebeu nenhuma denúncia referente ao Consórcio Guaicurus ou à greve dos motoristas.

Porém, afirma que, “caso surjam elementos que indiquem irregularidades trabalhistas, o MPT poderá adotar as medidas cabíveis dentro de suas atribuições”.

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ENTREVISTA

"O foco é entregar boas soluções para MS e atrair investidores com credibilidade"

Secretária de Parcerias Estratégicas falou sobre o ano de concessões do governo do Estado, com leilão da Rota da Celulose e do Hospital Regional, e sobre expectativa para o próximo ano

13/12/2025 08h20

Eliane Detoni - Secretária especial de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul

Eliane Detoni - Secretária especial de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul Edemir Rodrigues / EPE

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Neste ano, o governo do Estado realizou dois grandes leilões para concessão de serviços à iniciativa privada, a Rota da Celulose: pacote de rodovias no leste de Mato Grosso do Sul e a parceria público-privada (PPP) do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

Ambos os projetos foram feitos pelo Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), que prevê novos objetivos para 2026.

Segundo a secretária especial de Parcerias Estratégicas de MS, Eliane Detoni, titular da EPE, o objetivo “continua sendo entregar boas soluções para o Estado e atrair investidores com credibilidade”.

Para o próximo ano, a lógica é a mesma: priorizar a qualidade e a maturidade dos projetos e não uma corrida por quantidade. O que define o ritmo do programa de parcerias não é a vontade do EPE isoladamente, mas do trabalho conjunto com as secretarias e órgãos do Governo, que mapeiam suas necessidades e propõem projetos para compor o Plano de Parcerias”, afirmou Eliane Detoni ao Correio do Estado.

A secretária também falou sobre os dois projetos deste ano: a concessão do pacote de rodovias na região conhecida como Vale da Celulose e do Hospital Regional de Campo Grande, que foi classificada por ela como a mais difícil da carteira de concessões da EPE. Confira a entrevista:

Este ano o governo do Estado propôs dois projetos para leilão na Bolsa de Valores, um sobre as rodovias e outro sobre o Hospital Regional. Como avalia a recepção dos dois projetos e o ano do Estado em relação às concessões públicas?

A recepção dos dois projetos foi bastante positiva e mostrou o quanto o Estado amadureceu nessa agenda. O projeto da Rota da Celulose, por exemplo, reforçou a confiança do mercado. Porque entregamos um modelo sólido e o leilão atraiu, neste ano, quatro proponentes e resultou em um desconto de 8% na tarifa.

Já a PPP do Hospital Regional teve um interesse surpreendente desde o início. Na consulta pública, tivemos um engajamento forte dos investidores, com mais de 400 contribuições.

No leilão, esse interesse se confirmou: foram cinco proponentes, o maior número já visto na história das PPPs hospitalares do País. O resultado superou nossas expectativas, com deságio de 22%, o segundo maior da história nesse modelo e o maior dos últimos 11 anos.

Isso mostra que o Estado está pronto para avançar em setores mais complexos. No geral, 2025 foi o ano em que nos consolidamos, melhoramos a governança, fortalecemos os processos e mostramos consistência na estruturação, aumentamos a previsibilidade e credibilidade do nosso programa de parcerias. Foi o ano em que consolidamos o nosso programa de parcerias nacionais.

O projeto da Rota da Celulose foi o primeiro a dar dor de cabeça para o EPE, os acontecimentos desse certame serviram de aprendizado para o governo do Estado? Que medidas foram tomadas para que situações como essa não aconteçam novamente?

O projeto da Rota da Celulose foi muito desafiador mesmo, porque envolvia ativos federais e estaduais, exigia muitos investimentos e aconteceu em um ano com grande volume de concessões disponíveis ao mercado.

O que deixou os investidores muito mais seletivos para as escolhas. Eu vejo o resultado da primeira tentativa como parte do processo, longe de ser um insucesso, pelo contrário, na verdade nos oportunizou uma revisão focada nos pontos que mais impactavam a viabilidade financeira.

Essa revisão foi crucial e resultou num leilão bastante concorrido, com quatro proponentes, o que reforçou a confiança no projeto e em nosso Estado.

Sobre os recursos durante a licitação, isso é algo natural num certame dessa escala. Faz parte do jogo. Nosso foco sempre foi garantir a proposta mais vantajosa que alia uma tarifa adequada com a escolha de um concessionário com capacidade real de entregar o padrão de qualidade que a população merece.

Esse cuidado, somado a uma governança estadual muito presente, fortaleceu ainda mais todo o processo.

Você comentou durante a cerimônia na B3 que o leilão do Hospital Regional foi desafiador, ele foi o mais desafiador do EPE nesses anos? Se sim, por que?

Foi, sem dúvida nenhuma, um dos mais desafiadores que já conduzimos, principalmente por ser o nosso primeiro projeto de infraestrutura social.

Para estruturar a PPP do Hospital Regional decidimos, desde o início, por não replicar modelos tradicionais, mas ir além e criar soluções que enfrentassem problemas reais de Mato Grosso do Sul.

Inovamos, por exemplo, no sistema de fornecimento de insumos hospitalares, um dos principais gargalos do setor, e no mecanismo de garantia dos pagamentos, dando mais segurança e previsibilidade ao contrato.

O mercado e a sociedade participaram ativamente, com volume expressivo de contribuições, visitas técnicas e pedidos de esclarecimentos. Isso nos exigiu construir uma modelagem com diálogo constante, o que, no fim, elevou muito a qualidade do projeto.

Além disso, estruturar uma PPP para um hospital que já está em funcionamento é uma complexidade operacional enorme, exigindo uma coordenação minuciosa entre várias áreas técnicas.

No conjunto, foi um projeto que testou a nossa maturidade institucional e provou o quanto evoluímos e avançamos nos últimos anos. Hoje, estamos mais preparados, consistentes e seguros para encarar setores cada vez mais complexos.

Como será o ano de 2026? Pretende enviar mais projetos que este ano?

Para 2026, a lógica é a mesma: priorizar a qualidade e a maturidade dos projetos e não uma corrida por quantidade.

O que define o ritmo do programa de parcerias não é a vontade do EPE isoladamente, mas do trabalho conjunto com as secretarias e órgãos do governo, que mapeiam suas necessidades e propõem projetos para compor o Plano de Parcerias.

Esse plano está em construção para 2026 e só avança com projetos que tenham real aderência às políticas públicas e condições de chegar ao mercado com competitividade e segurança jurídica.

A tendência é mantermos um volume consistente, mas sempre preservando o rigor técnico que conquistamos nos últimos anos. O foco continua sendo entregar boas soluções para o Estado e atrair investidores com credibilidade.

Como está o andamento do projeto de concessão dos aeroportos em MS? Já tem previsão para quando deve ser publicado o edital e como deverá ser formado o pacote, se pelos nove aeroportos em um único lote ou dividido? Tem previsão para a data do leilão?

O projeto dos aeroportos está na fase inicial. Fizemos um estudo de pré-viabilidade neste ano e identificamos os ativos com maior potencial para avançar. Agora, as possibilidades são amplas.

A partir daqui precisamos definir o modelo mais adequado, seja uma concessão tradicional, uma PPP, ou até a inclusão no Programa AmpliAR, do governo federal, criado pelo Ministério de Portos e Aeroportos [MPor] para modernizar a infraestrutura aeroportuária regional.

A escolha será sempre pela alternativa mais vantajosa para o cidadão sul-mato-grossense e para o desenvolvimento logístico do Estado.

A próxima etapa exige estudos detalhados de demanda, investimentos e operação, além de avaliar a melhor forma de agrupar os aeroportos. Por isso, ainda não há definição sobre lote único ou divisão, nem previsão de edital ou de leilão.

Nosso compromisso agora é avançar somente com um modelo que seja sustentável e capaz de fortalecer, de verdade, a aviação regional.

Além desse projeto, quais outros o EPE tem em mente para os próximos anos? 

Já temos uma carteira bem diversificada que envolve saneamento, tecnologia, mobilidade, infraestrutura social e modernização administrativa. As próprias secretarias e o governador Eduardo Riedel estão mapeando demandas para futuros projetos em áreas estratégicas.

Outros projetos de infraestrutura social e rodovias permanecem no nosso radar e podem entrar na nossa carteira. Seguimos avaliando parcerias que possam reduzir gargalos logísticos e melhorar a qualidade dos serviços públicos.

É um planejamento contínuo, guiado pela maturidade técnica de cada iniciativa e o alinhamento com as prioridades do Governo. O objetivo é manter uma carteira equilibrada, diversificada e capaz de atender de forma ágil às necessidades da população.

A equipe do EPE tem feito projetos dos mais diversificados tipos, PPP, concessão, Crema, sobre os mais diversos serviços, tecnologia, com a Infovia Digital, saúde com o Hospital Regional; Como fazer com que a mesma equipe consiga falar sobre coisas tão abrangentes e entregar projetos de qualidade e que atraiam o mercado?

É verdade, a diversidade de temas aumenta a complexidade e, realmente, estruturar projetos multisetoriais amplia as dificuldades, pois exige uma equipe de especialistas e também de generalistas.

Isso só é possível porque construímos, ao longo de 10 anos, um método de trabalho muito consistente, apoiado por uma equipe multidisciplinar que reúne profissionais com elevada formação nas áreas técnico-operacional, econômico-financeira, jurídica e de regulação.

Esse conjunto de competências permite que cada projeto seja tratado com a mesma profundidade em qualquer setor. Além disso, contamos com as equipes técnicas das secretarias envolvidas, que contribuem com toda expertise setorial.

Também contamos com padrões claros de análise, governança forte e rotinas que garantem qualidade técnica do início ao fim. O EPE tem uma legislação própria e um normativo que organiza todas as suas divisões e competências, além de manuais de boas práticas e que tornam perenes tanto para a equipe atual e quanto aos novos servidores.

Todo esse contexto tem se refletido na qualidade da estruturação de projetos, que vêm sendo reconhecidos nacionalmente, com diversas premiações em eventos relevantes do setor de infraestrutura, reforçando ainda mais a qualificação da nossa equipe.

Esse fortalecimento institucional fez toda a diferença, hoje atuamos com muito mais coerência e capacidade de entregar projetos que o mercado reconhece, respeita e que, no fim das contas, trazem benefícios reais para as pessoas.

*PERFIL

Eliane Detoni

É formada em Arquitetura e Urbanismo, especialista em PPP e Concessões pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e pela London School of Economics and Political Science (LSE), especialista em Negócios e Direito da Infraestrutura. Especialista em Gestão Regional e Urbana pela UFMS e Direito Urbanístico e Ambiental ENSUR/IBAM.

Foi professora titular da disciplina de Planejamento Urbano na Universidade Católica Dom Bosco e atuou como consultora em vários municípios, em projetos financiados por organismos multilaterais de crédito.

Está na administração pública desde 1992 e já exerceu diversos cargos na Prefeitura de Campo Grande. Está no governo do Estado desde 2015.

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