Cidades

SEGURANÇA

Campo Grande é a capital com o maior índice de guardas civis

Apesar de ter apenas 898 mil habitantes, a Cidade Morena tem 1.296 guardas municipais, taxa maior que de São Paulo

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Campo Grande é a capital com maior taxa de guardas municipais por habitante, de 144, e está entre as 10 do Brasil em números absolutos de efetivo. De acordo com a assessoria da Guarda Civil Metropolitana (GCM), atualmente a Capital de MS possui 1.296 agentes metropolitanos, o 8° maior de todo o país, mesmo tendo uma população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2022, de 898.100

habitantes.
A Cidade Morena ocupa a 15ª posição entre as capitais mais populosas do país, enquanto tem um efetivo de guardas municipais maior que outras cidades à sua frente em números de habitantes, como Goiânia, Porto Alegre e Manaus.

Goiânia, por exemplo, é a 10ª cidade com maior número de habitantes, tendo 1.437.237 moradores e possui apenas 1.150 guardas municipais, segundo o levantamento feito pela Folha de São Paulo, uma proporção de 80 agentes para cada 100 mil habitantes, enquanto Campo Grande tem 144 guardas para cada 100 mil habitantes.

Ao ser questionado sobre o número total de agentes civis metropolitanos, o advogado do Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande, Márcio Almeida, afirmou que o efetivo condiz com as necessidades da Capital, e que atua em diversas frentes, como a patrulha ambiental, patrulha Maria da Penha, ações no trânsito, além de agentes nos edifícios públicos.

“Hoje torna-se assim, adequado, o número existente (de guardas). Não se verifica a necessidade de novos concursos, porque já temos um número bastante suficiente. O que precisa hoje é valorizar esse guarda municipal, pagar a periculosidade dele, pagar adicional noturno, dar uma melhor remuneração, garantir que o acesso a guarda municipal seja de nível superior, porque a guarda municipal hoje é a interlocução da segurança pública com a comunidade, com a sociedade”, pontuou Márcio Almeida.

Já a assessoria da GCM informou que o número de agentes está de acordo com a Lei Federal n° 13.022, de 2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais, e autoriza que o efetivo seja 0,2% da população. “A Capital pode ter até 1.840 guardas, não pode passar disso. Temos 1.296, então trabalhamos com um contingente na verdade um pouco abaixo do que a lei permite”, disse em nota.

PEC

A CGM acrescenta ainda que o número de guardas vem crescendo em todo o Brasil, e que é devido a esse aumento de atuação que está se discutindo a “elevação para uma força policial de fato”. Atualmente, há duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC), que visam alterar as diretrizes das guardas civis municipais no país.

Uma das iniciativas prevê a mudança do nome para Polícia Municipal e a ampliação dos poderes das guardas civis, incluindo a incorporação da categoria na Constituição como um órgão de segurança pública.

“As guardas já fazem o trabalho de polícia, na verdade, em muitos municípios. Para que essas guardas chegassem nesse nível de atuação, foi preciso melhorar a qualidade do perfil do servidor, e a Guarda de Campo Grande tem se capacitado constantemente”, relatou a assessoria.

Já o advogado do sindicato dos guardas aponta que a Capital tem um protagonismo na busca por “ressalvar a atuação da guarda municipal no policiamento ostensivo”, incluindo ações no Supremo Tribunal Federal.

“Esta reclamação foi em defesa de um fato que aconteceu em São Paulo, onde o STJ afastou a competência do guarda que cometeu uma prisão infundada, suspeita, dizendo que guarda não poderia prender infundada, suspeita. Arguimos em reclamação, que o guarda detém essa competência e o ministro Flávio Dino, acolheu monocraticamente, cassando a decisão do STJ”, comentou o advogado.

Para o jurista, atualmente as guardas civis já possuem na legislação a autorização de atuar em policiamento ostensivo, Márcio Almeida alegou ainda que a PEC 37, que está sendo discutida, não contribui com a legitimação da atuação dos guardas no policiamento, e acredita que outro projeto, a PEC 57, seria melhor para esse fim.

Por fim, a assessoria da GCM destacou que a “Guarda de Campo Grande tem unidades especializadas tais como a ROMU, o GEMOP, Patrulha Ambiental, Patrulha Maria da Penha, Fiscalização de Trânsito, Ciclopatrulhamento, monitoramento de vias públicas por câmeras de segurança”, inseridos em sua estrutura, afirmando o preparo dos agentes.

“Temos um corpo de instrutores de tiro, instrutores de APH Tático, a secretaria possui diversas responsabilidades, como a Ouvidoria, Corregedoria, setor de TI, setor de armamento, almoxarifado, jurídico, planejamento, nós aqui da assessoria de comunicação, além do comando da Guarda. Toda essa estrutura é composta por servidores que são guardas”, conclui a nota.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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