Após reunião envolvendo o Executivo da Capital, o Governo do Estado, a Santa Casa e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), no Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) ontem (29), a Prefeita usou das redes sociais ainda no período noturno para anunciar o acordo que deve garantir o 13° para os trabalhadores do hospital.
"Passa das 23 horas, acabou recentemente a reunião para solucionarmos um problema pontual que estamos vivenciando em Campo Grande, com a paralisação desse hospital que é tão importante. A gestão da Santa Casa não é do município, mas recentemente passou por crises e falta de recursos. E a greve dos médicos afeta diretamente, e dos funcionários, a população de Campo Grande", disse Adriane Lopes através das redes.
Essa medida define um aporte de mais de R$54 milhões em investimentos públicos que o hospital deve receber nos próximos meses, como confirmado pela prefeita de Campo Grande.
Desses R$54 milhões, cerca de R$16 milhões são aporte do município, além do emprego direto de R$5,2 milhões, que devem ser pagos mensalmente até abril de 2026, mais dez milhões de reais, aproximadamente, referentes a recursos recuperados em acordos empresariais.
Além disso, esse acordo prevê regras para uma maior transparência e prestação de contas.
Quase greve
Essa paralisação dos trabalhadores que acabou afetando o funcionamento da Santa Casa de Campo Grande, como bem acompanha o Correio do Estado, começou antes mesmo do Natal, em 22 de dezembro, quando a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa na manhã do dia 22 para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade.
Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.
Já na manhã do dia 23, os trabalhadores "engrossaram" a paralisação na Santa Casa com "efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores" que, em outras palavras, representa uma manifestação que começou envolvendo 1,2 mil funcionários e terminou mobilizando dois dos quatro mil trabalhadores em busca de 13°.
Cabe destacar que uma coletiva de imprensa foi convocada para a manhã desta terça-feira (30), na sede da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), onde o MPMS e o Procurador-Geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Junior, devem detalhar o acordo firmado para garantir o pagamento das equipes médicas e viabilizar a retomada dos atendimentos na Santa Casa.
Isso porque, vale lembrar, inicialmente, um acordo que chegou a ser firmado com sindicatos garantiu 13° salário para profissionais da enfermagem, limpeza, radiologia e farmácia, encerrando parcialmente a paralisação que afetou os serviços na semana do Natal.
Justamente na véspera de Natal, conforme a Santa Casa, o hospital anunciou que chegou a um consenso com os seguintes sindicatos:
- dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems),
- Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde),
- dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e
- dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms).
Pelo acordo, 50% do 13º salário foi pago ainda nesta quarta-feira, e o restante deverá ser quitado até o dia 10 de janeiro do próximo ano.




