Cidades

Poluição sonora

Campo Grande: polícia vai à Justiça para fechar bar frequentado por jovens da elite

Estabelecimento no Jardim dos Estados é acusado de poluição sonora, funcionar sem licença e invadir calçadas nos fins de semana

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A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) foi à Justiça para pedir o fechamento do Badá Bar, um dos endereços mais badalados entre os jovens de classe média e classe alta de Campo Grande, localizado no Jardim dos Estados.

Entre as acusações estão a de poluição ambiental e de funcionamento sem a devida licença para as atividades que promove. No pano de fundo do pedido de fechamento feito pela Polícia Civil está o barulho vindo do bar, que superlota nos fins de semana, com apresentações de DJs durante a noite, além do descumprimento do horário de fechamento e da invasão da calçada sem autorização.

“Sendo potencialmente poluidora, em razão das apresentações habituais de DJs na área externa do imóvel, tendo sido de fato constatada a poluição sonora e havendo grande número de reclamações e pedidos de providências por parte de vizinhos, fica claro que o empreendimento está operando sem a devida licença ambiental”, alega a delegada Gabriela Stainle Pacetta, no pedido de suspensão das atividades do bar, que tramita na 2ª Vara Criminal de Campo Grande.

Na investigação, uma agente de polícia da Decat foi ao bar no último dia 9 de maio, quando houve apresentação do DJ Panda, com couvert de R$ 20. Na ocasião, durante a primeira visita da investigadora, não houve cometimento de infrações pelo bar:

“O volume da música estava suportável, compatível com som ambiente, onde as pessoas conseguem conversar tranquilamente sem alterar seus tons de voz”, afirma a investigadora.

No fim da noite, porém, o cenário mudou.

“Ocorre que, por volta das 23h25min, retornei ao local para verificar se o estabelecimento obedeceria ao horário de encerramento descrito em sua rede social. Entretanto, o cenário encontrado foi totalmente diferente, com uma quantidade excessiva de pessoas tanto dentro quanto fora do bar, utilizando a calçada e até mesmo parte da rua, som elevado, audível a uma distância aproximada de 30 (trinta) metros”, complementou a agente.

A delegada informou que o proprietário do Badá Bar foi notificado para providenciar a devida licença ambiental para a atividade, mas limitou-se a afirmar que a única alteração que está sendo providenciada é na atividade econômica, passando de “bar sem entretenimento” para “bar com entretenimento”.

A autora do pedido de suspensão das atividades do bar classificou como “maliciosa” a interpretação do proprietário do Badá Bar, que afirmou que, apenas mudando a atividade econômica, isso permitiria que ele continuasse com apresentações de DJ em área externa, sem cobertura.

“Sendo que o entretenimento permitido nestes casos (...) seria somente voz e violão, por exemplo, em espaço fechado”, afirma a delegada.

Gabriela Pacetta também afirma: “Na prática, nada mudará com relação ao equilíbrio do meio ambiente e à saúde dos vizinhos, mostrando total descaso dos proprietários com a lei, em razão da ganância”, afirma.

Badá Bar pode ser fechado/Gerson Oliveira

 

As reclamações sobre barulho, som alto e uma certa baderna (com cenas de brigas no meio da Rua da Paz anexadas no inquérito) partem, sobretudo, do condomínio Park Platinum, cuja síndica é uma delegada de polícia: Maria de Lourdes Souza Cano.

“Costumeiramente há superlotação no bar e, além do volume extremamente alto do som e dos ruídos estridentes, o comércio ocupa quase toda, senão toda a calçada em torno, com mesas e cadeiras, impedindo a passagem de pedestres, inclusive dos portadores de deficiência visual”, afirma o relato da delegada da Decat, com base em informações recebidas da síndica do prédio.

“Disse que o som advém de DJ com mesa de som e que, na qualidade de síndica, já recebeu inúmeras reclamações dos moradores, principalmente dos apartamentos com prumada para o bar, que são os mais prejudicados”, afirmou.

Outros casos

O caso do Badá Bar não é o primeiro oriundo de reclamações de moradores. Até o ano passado, proprietários de bares na Rua 14 de Julho, no centro da cidade, queixaram-se de ação truculenta da Polícia Militar na ocasião. Na época, também havia queixas de vizinhos.

No ano passado, um dos argumentos dos proprietários de bares da região era de que os bares dos bairros mais nobres, como é o caso do Badá, no Jardim dos Estados, estavam escapando.

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Cidades

Casa de ex-prefeito de Campo Grande vai a leilão para pagar dívida de pensão

Alcides Bernal deixou de pagar pensão quando foi cassado, em 2014, e dívida ultrapassa R$ 112 mil a filho que mora no Tocantins

20/06/2025 17h33

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, terá uma casa levada a leilão devido a uma dívida de pensão que ultrapassa o valor de R$ 112 mil. A sentença é da 1ª Vara da Família e Sucessões de Palmas (TO), onde mora o filho do ex-prefeito.

De acordo com os autos do processo, na época em que ainda era prefeito, Bernal e o filho celebraram acordo em processo que tramitou em Campo Grande, onde ficou estabelecido que seria descontado o valor de três salários mínimos diretamente de seus subsídios de prefeito, inclusive o 13º salário, e seriam depositados na conta do filho.

O acordo foi homologado por sentença que transitou em julgado. No entanto, Bernal foi cassado em 2014 e, sem o desconto em conta, ele deixou de cumprir a obrigação com o filho.

“Por ocasião de sua cassação, por pura liberalidade, por humanidade e generosidade do Exequente, mesmo sofrendo as agruras da falta de pagamento da pensão (contraindo dívidas para continuar se mantendo), pensando que o seu pai, até lhe seria grato, por deixar passar um tempo razoável para se recompor, deixou passar alguns meses, contudo, após esse tempo, o Exequente começou a tentar contato, para tentar uma composição amigável com o Executado, não conseguindo nem uma resposta”, diz a ação.

Também conforme a ação, o filho tentou várias formas de contato, por meio de ligações em celular pessoal e na prefeitura, assim como por meio de conhecidos e amigos próximos, que também tentaram contato via ligação e pessoalmente com Bernal, mas sem sucesso. 

Assim, foi protocolizada nova petição, para execução dos débitos que haviam sido deferidos para desconto em folha, totalizando 36 meses pendentes, contando com dois 13º salários, que não foram pagos de janeiro a abril de 2013 e de abril de 2014 até setembro de 2016.

O montante devido, com juros de mora e atualização monetária e capitalização simples, até o mês de setembro de 2016, é de R$ 112.252.23.

Na ação, é citado também que o pagamento da pensão alimentícia é a obrigação mínima de Bernal, já que, segundo os autos, há abandono afetivo desde o nascimento de seu filho.

O filho relata que está passando por necessidades financeiras e que a ajuda do pai, que não está sendo paga, está fazendo falta. Dentre as dificuldades citadas, está o fato de que o rapaz tem "inúmeros gastos diários" e que parou de estudar por falta de recursos financeiros.

Desta forma, foi pedido a intimação para que Bernal efetuasse o pagamento do débito pendente no prazo de três dias e, caso não realizasse a quitação, que fossem penhorados bens, quanto bastassem para o adimplemento da da dívida.

Sem o pagamento, o imóvel a ser leiloado é uma casa localizada no Jardim Paulista, em Campo Grande, que se encontra penhorada, com a devida intimação do devedor. Na ação, não consta quando será realizado o leilão.

Cidades

Justiça bloqueia R$ 40 milhões de família que provocou "muralha de fogo" em MS

Segundo investigação, pai e filhos são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas na região pantaneira

20/06/2025 17h00

"Muralha de fogo", em Corumbá, em 2024 Foto: Divulgação

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 A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40,7 milhões em bens de uma família acusada de provocar incêndios criminosos para criação ilegal de pasto em Corumbá, região do Pantanal sul-mato-grossense. A ação, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), envolve o pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins, conhecido como “Carlinhos Boi”, e seus três filhos, que, segundo a investigação, são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas, incluindo a chamada “muralha de fogo” que viralizou nas redes sociais em junho de 2024 durante a tradicional Festa de São João.

O incêndio teve como ponto de ignição propriedades utilizadas pela família, como a Fazenda Pira-Retã e o Sítio São Domingos, área inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP) às margens do Rio Paraguai, nas proximidades de um ponto de captação de água que abastece a cidade de Corumbá.

De acordo com laudos da Polícia Federal, a ocupação irregular e as construções precárias no local impedem a regeneração da vegetação nativa e geram lançamento de esgoto e lixo diretamente no solo, aumentando o risco de contaminação do rio.

O MPF aponta que a família Martins utilizava irregularmente o cadastro da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro-MS) para movimentar e criar bovinos em áreas pertencentes à União, na região conhecida como “Retiro Tamengo”. As terras, além de públicas, incluem áreas privadas sem cercas delimitando os perímetros, o que favorecia a ocupação ilegal.

O objetivo da ação civil pública é obter a desocupação imediata das áreas invadidas, com a retirada dos bovinos, demolição das construções irregulares e recuperação ambiental do espaço por meio da implantação de um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Também foi solicitado o pagamento de indenizações pelos danos ambientais, restituição dos lucros obtidos ilegalmente e compensação por danos morais coletivos.

A propriedade já havia sido alvo de fiscalização pela Polícia Militar Ambiental em 2013, quando foram constatadas construções ilegais e a degradação ambiental do local. Agora, com as novas provas e a reincidência da prática, o caso avança na 1ª Vara Federal de Corumbá, vinculada ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

O processo segue em tramitação na esfera federal, e os acusados poderão apresentar defesa nas próximas etapas judiciais.

"Muralha de fogo"

Terra do Banho de São João, considerada a maior festa junina do Centro-Oeste, Corumbá foi o município que mais queima em todo o Brasil em 2024. O triste extremo, entre a festa e os incêndios que devastam o Pantanal, foi registrado pela corumbaense Elisa Márcio, e compartilhado em uma rede social, em junho do ano passado.

Segundo o Painel Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a região pantaneira registrou mais de 14 mil focos de incêndio. 

Além disso, conforme noticiado anteriormente, a população do município sofre com a fumaça que vem das queimadas, que associada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, tornam o cenário ainda mais crítico.

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