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PANDEMIA

Campo Grande tem 137 pacientes em UPAs à espera de leitos em hospitais

Com Regional só para Covid-19, outros locais estão sob pressão; diretora diz que segunda onda é pior que primeira

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Até o início da tarde de ontem, Campo Grande tinha 137 pessoas internadas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aguardando vaga em hospitais da cidade. 

Nenhuma delas, porém, estava com Covid-19, segundo dados do coordenador de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Yama Higa.

Esse número tem como um dos motivos a restrição no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que desde segunda-feira atende apenas pacientes com o novo coronavírus. 

A determinação veio depois do aumento de casos da doença, e para Rosana Leite, diretora da unidade, esta segunda onda tem sido mais intensa que a primeira.

No caso dos pacientes em UPAs, segundo Higa, esse número está dentro do esperado, já que houve a redução de mais um hospital para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Essa demanda aumentou nas últimas semanas e, com essa medida de deixar o Regional apenas para Covid-19, tivemos um pouco de sobrecarga nos demais, mas os conveniados têm nos ajudado a suprir essas vagas”, analisou.

Ainda conforme o coordenador de emergência da Sesau, esses dias têm sido atípicos, com aumento na procura das unidades, e a criação de um hospital de campanha ainda é cogitada pela prefeitura.

“Ainda não houve uma sobrecarga na rede de saúde como um todo; temos conseguido abrir vagas, mas a rede privada está saturada. Eles têm que dar uma solução para os pacientes deles, mas quando isso se esgotar temos a preocupação de que possa superlotar o SUS”, alerta.

“Temos tido reuniões sobre o plano de contingenciamento da Covid-19. Não temos ainda local ou confirmações se realmente vamos abrir, mas faz parte do plano, e se continuar aumentando assim, será uma alternativa”, completou Higa.

O coordenador ainda fez um apelo para que as pessoas entendam a gravidade da situação. “Estamos em alta de casos e é importante que as pessoas saiam de casa o mínimo possível e evitem aglomerações”.

REGIONAL

Dados do Hospital Regional na manhã de ontem mostravam que dos 118 leitos críticos da unidade, todos estavam ocupados (11 na UTI coronariana e 107 de pacientes com Covid-19 ou que se recuperam de sequelas da doença). 

Outros sete pacientes estavam na área vermelha do hospital, que deve ser transitória, mas, em virtude da grande procura, acabou abrigando pacientes por mais tempo.

“Essa área é para estabilizar o paciente e encaminhá-lo para a unidade de terapia intensiva, mas se não tenho lugar, vai ficar ali; de manhã eram sete", disse a diretora do Regional.

"Mas temos que deixar claro que essas pessoas estão sendo assistidas, todas as medidas que deveriam tomar no CTI são tomadas ali, mas não é ideal”, completou.

Apesar da restrição, o hospital ainda atende a pediatria e pacientes com gestações de risco. Em relação aos leitos clínicos, dos 146 destinados para o novo coronavírus, 141 estavam em uso na manhã de ontem e 40 dos 42 para outras doenças no setor foram preenchidos.

“Na primeira onda, nunca ficou um paciente no corredor, a gente tinha esses mesmos 118 ocupados, mas tinha uma folga. Agora [na segunda onda] está bem maior que junho/julho, nem se compara com primeira onda. Hoje ficou paciente no corredor”, declarou a gestora.

O hospital teve a ampliação de mais 20 leitos de UTI e chegou à sua capacidade máxima, de acordo com Rosana. A partir de agora, caso não haja hospital para onde os pacientes possam ser levados, a opção será o improviso de vagas.

“Temos reserva de 12 ventiladores pulmonares e mais 8 no centro cirúrgico, mas já chegamos no limite na nossa rede de oxigênio. Então, se for preciso, teremos que usá-los com torpedos”, explicou.

De acordo com a diretora, com esses equipamentos os pacientes ficariam no centro cirúrgico, que tem capacidade para 10 leitos, na sala de cirurgia e alguns poderiam ter de ser colocados nos corredores. “Mas não é o ideal”, ressalta.

OUTROS HOSPITAIS

A ocupação máxima também é registrada em outros hospitais da Capital. No caso da Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, já não há mais vaga em UTI para paciente com Covid-19.

Informações da própria unidade dão conta de que a lotação máxima também é registrada nos leitos clínicos para tratamento da doença, onde 98% estavam com pacientes.

Para os leitos de UTI adulto geral, o hospital tinha 90% de ocupação. Já na enfermaria adulta para outras doenças, essa taxa era de 75% ontem.

No caso do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, que não tem vaga para Covid-19, todos os leitos disponíveis estavam em uso ontem.

Quanto às unidades particulares com contratos para atendimento pelo SUS, a ocupação também era grande. 

No Proncor ontem não havia leito para nenhum tipo de internação adulta. Já no El Kadri, a UTI geral estava com 96,6% de lotação; o setor para pacientes com Covid-19 aparecia com 90%. 

A folga maior era em relação aos leitos clínicos do hospital, que era de 63% geral e 69% para o novo coronavírus.

A unidade com a maior disponibilidade de leitos era o Hospital Adventista do Pênfigo. No local, a UTI geral estava com 79% de ocupação e o setor para a Covid-19 tinha apenas 33,3% de utilização. Nos leitos clínicos, 84% de geral e 60% da doença eram usados.

O Hospital do Coração e a Unimed também não tinham mais leitos de UTI, tanto para Covid-19 como para outras doenças.

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CNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à União

Impacto financeiro corresponde a 3,5% sobre o valor global do certame

22/11/2024 22h00

CNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à União

CNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à União Agência Brasil

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) calcula que o adiamento da divulgação do resultado final do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) custará cerca de R$ 4,7 milhões a mais ao governo federal. Inicialmente, a divulgação das notas finais dos candidatos do certame estava prevista para esta quinta-feira (21) e foi prorrogada para 11 de fevereiro.CNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à UniãoCNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à União

O atraso ocorre porque a União firmou acordo judicial com o Ministério Público Federal, a Advocacia-Geral da União além da Fundação Cesgranrio, responsável pela aplicação das provas,, que possibilitou a reintegração ao certame de 32.260 candidatos que estavam eliminados e resultou em novo cronograma [veja abaixo].

O impacto financeiro corresponde a cerca de 3,5% sobre o valor global do chamado Enem dos Concursos, de aproximadamente R$ 130 milhões, já considerando o custo extra pelo adiamento da aplicação das provas, de maio para agosto deste ano, devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul que provocaram a situação de calamidade pública de diversos municípios, entre abril e maio.

O coordenador-geral de Logística do concurso unificado no MGI, Alexandre Retamal, explica que o valor extra irá custear a correção das provas discursivas e das redações desses candidatos, a partir do resultado das provas objetivas; a avaliação dos títulos apresentados pelos candidatos e, ainda, o trabalho das comissões de heteroidentificação do certame, que entrevista candidatos autodeclarados negros concorrentes às vagas destinadas a cotas raciais; a avaliação biopsicossocial (perícia médica) por equipe multiprofissional de candidatos com deficiência, além da etapa de confirmação da condição declarada por candidatos indígenas.

“Esse novo cronograma chega nessa data [11 de fevereiro] porque, com essas decisões, a gente precisa reiniciar um processo longo de corrigir as provas objetivas desses candidatos eliminados que agora estão sendo reintegrados. Com base nesses resultados, vamos corrigir as provas discursivas desses candidatos também”.

Os candidatos para Analista Técnico de Políticas Sociais dos blocos temáticos 4 e 5 também vão poder entregar os títulos nos dias 4 e 5 de dezembro.

Experiência 

Ao comentar o acordo judicial da União com o Ministério Público Federal, o coordenador-geral de Logística do CNU, Alexandre Retamal, diz acreditar que a medida traz mais segurança, transparência e idoneidade à continuidade do CNU e que não atrapalha em nada uma possível realização de uma segunda edição do concurso unificado, ainda sem data definida, nem a confirmação dos órgãos públicos participantes. “Esses aprendizados de todos vão fazer com que a gente faça uma próxima edição muito melhor, tanto em termos de editais, de contratação e avanços que a gente quer trazer para que a segurança continue existindo”.

Notificações

Na quinta-feira, cada um dos 32.260 candidatos reintegrados recebeu um e-mail da Fundação Cesgranrio, com informação sobre a situação alterada no certame. Os demais terão a informação disponível na área do candidato na página do Concurso. Em caso de dúvidas, o candidato pode procurar a Fundação Cesgranrio via e-mail ([email protected]) ou ligar para o suporte 0800 701 2028 (das 9h às 17h).

Confira o novo cronograma divulgado pelo Ministério da Gestão.

CNU: adiamento do resultado para fevereiro custará R$ 4,7 mi à União

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Anatel apura fraude na obtenção de celular usado para planejar golpe

Medida busca aprimorar ações de prevenção às fraudes

22/11/2024 20h00

Anatel apura fraude na obtenção de celular usado para planejar golpe

Anatel apura fraude na obtenção de celular usado para planejar golpe Freepik

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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai apurar como o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, um dos militares que a Polícia Federal (PF) acusa de ter participado do planejamento de um golpe de Estado, em 2022, conseguiu habilitar ao menos duas linhas de telefone celular apresentando cópias de documentos de pessoas com quem não tinha relação e que, segundo os investigadores, não sabiam da fraude. A medida visa ao aprimoramento das ações de prevenção às fraudes.

“A Anatel instaurou procedimento administrativo com o objetivo de dar tratamento às medidas a serem adotadas pelas prestadoras de telefonia móvel quanto ao cadastro de titulares de linhas móveis pré-pagas”, informou a Anatel, nesta sexta-feira (22), após ser questionada pela Agência Brasil sobre a aparente facilidade com que o tenente-coronel obteve os dois números e a responsabilidade das operadoras telefônicas.

Reportagem publicada pela Agência Brasil mostra que, segundo informações da PF, em dezembro de 2022, Oliveira usou dados da Carteira Nacional de Habilitação e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo do engenheiro Lafaiete Teixeira Caitano para obter um número de telefone da operadora TIM, registrado em Brasília (DDD 61). Conforme os investigadores, poucos dias antes, Caitano e Oliveira se envolveram em um acidente automobilístico sem gravidade, em um trecho da BR-060, entre Goiânia e Brasília. O engenheiro, então, forneceu ao militar as cópias de seus documentos para que este acionasse o seguro.

“A equipe de investigação chegou à conclusão de que Rafael de Oliveira usou os dados de Lafaiete Teixeira Caitano, terceiro de boa-fé, para habilitar número telefônico que, posteriormente, foi usado na ação clandestina de 15 de dezembro de 2022. Essa conclusão converge com o processo de 'anonimização', técnica prevista na doutrina de Forças Especiais do Exército, com a finalidade de não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico”, apontou a PF ao pedir a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para deter, preventivamente, Oliveira e mais quatro investigados na Operação Contragolpe: o general da reserva Mário Fernandes; os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima e Rodrigo Bezerra Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.

Ainda segundo a PF, Oliveira usava um segundo número telefônico, com o código de área de Belo Horizonte (31), habilitado pela empresa Vivo, em nome de Luis Henrique Silva do Nascimento, sobre o qual não há detalhes. “Pelo que consta, o prefixo telefônico [...] foi habilitado no dia 24/06/2022 […] A linha foi rescindida na data de 21/04/2023. […]”, relatam os investigadores na representação policial entregue a Moraes. Aos policiais federais, a Vivo informou que, entre 27 de maio de 2022 e 10 de dezembro de 2022, o aparelho telefônico no qual o número investigado foi inicialmente habilitado foi utilizado por 1.423 linhas.

“Essa circunstância reforça que o prefixo telefônico habilitado para a ação do dia 15/12/2022 decorre do emprego de técnicas de anonimização em massa utilizado pelo grupo investigado”, apontam os investigadores, referindo-se à data em que o grupo planejava sequestrar e, eventualmente, assassinar o ministro Alexandre de Moraes. O plano chegou a ser colocado em ação, inclusive com o monitoramento do ministro, mas foi abortado por razões ainda não esclarecidas.

Regras

Em resposta às perguntas da Agência Brasil, a Anatel esclareceu que a Lei nº 10.703, que trata do cadastramento de usuários de telefones celulares pré-pagos, bem como outras normas, estabelece regras que as prestadoras do serviço de telefonia devem seguir, zelando pelo correto cadastramento dos assinantes e adotando medidas para prevenir fraudes.

No curso do processo administrativo, a Anatel avaliará a eficácia da implementação da biometria, podendo adotar medidas complementares para prevenir fraudes por meio de habilitações indevidas. Desde novembro de 2021, quando foi implementado o Projeto Cadastro Pré-Pago, qualquer consumidor pode acionar uma linha móvel pré-paga por meio do próprio telefone celular. O processo, contudo, exige que o responsável pela linha insira seus dados pessoais, envie uma foto sua e do seu documento de identificação e informe dados como o CPF, a data de nascimento e o CEP residencial.

“Tais informações são verificadas pela prestadora, para que o procedimento de ativação prossiga”, explica a Anatel, assegurando que o “criterioso processo de validação cadastral” buscou “garantir maior segurança aos usuários do serviço”. Basta, contudo, uma pesquisa na internet para identificar ações judiciais movidas por consumidores vítimas desse tipo de fraude e decisões condenando empresas de celular a indenizar pessoas cujos dados pessoais foram usados criminosamente.

Algumas dessas vítimas relatam só ter tomado conhecimento da fraude muito tempo depois de uma linha telefônica ter sido habilitada em seu nome. Na última terça-feira (19), o engenheiro Lafaiete Teixeira Caitano, cujos documentos foram usados pelo tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, foi surpreendido por uma ligação da Agência Brasil, cuja reportagem o informou da fraude com seus dados.

“Credo! Não estava sabendo desta operação [Contragolpe, da PF]. Não me fala um trem deste não! Estou no trabalho. Trabalhei o dia todo e não vi nada. Nunca soube nada sobre um outro telefone em meu nome além do meu. Nenhuma operadora jamais me comunicou isso e este número com o qual estamos conversando é o único que habilitei”, comentou Caitano, confirmando ter batido no carro de Oliveira e ter fornecido ao militar cópia de seus documentos. “Disponibilizei os documentos para fazermos todo o trâmite junto à seguradora.”

A Anatel disponibiliza, em sua página na internet, um campo com dicas de segurança contra fraudes e golpes, indicando inclusive os tipos comuns. Além disso, em respeito às normas em vigor, as empresas do setor de telecomunicações mantêm um site, o Consulta Pré-Pago, no qual é possível consultar se há alguma linha pré-paga ativa cadastrada com determinado CPF. A agência reguladora recomenda que, em casos de suspeita de fraude, o consumidor entre em contado com a operadora e registre um boletim de ocorrência. Se necessário, o consumidor pode acionar a própria Anatel e registrar denúncias, reclamações ou solicitar informações adicionais.

A Agência Brasil perguntou à TIM e a Vivo como o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira conseguiu, segundo a PF, habilitar as duas linhas telefônicas em nome de outras pessoas. A reportagem também procurou saber quantos casos semelhantes as empresas já registraram e quais as medidas adotadas para minimizar o risco desse tipo de fraude. As operadoras delegaram a tarefa de responder ao Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoa (Conexis), que representa algumas das principais companhias do setor (Algar; Claro; Vivo; TIM; OI e Sercomtel).

“As empresas associadas à Conexis Brasil Digital investem de forma recorrente, em conformidade com a legislação vigente, em diversas tecnologias de segurança e prevenção a fraudes para proteção de seus clientes e da sociedade. Também disponibilizam consulta para os clientes verificarem habilitação indevida em seu nome, pelo Portal de Consultas: cadastropre.com.br. Os usuários também podem, se necessário, entrar em contato com a prestadora para efetuar o cancelamento. As empresas ressaltam que estão à disposição para cooperar com as autoridades e reforçam o compromisso com a segurança e privacidade de seus clientes", informou a Conexis.

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