Cidades

SEGURANÇA

Campo Grande tem o maior número de furto de veículos em 10 anos

Polícia afirma que região mais perigosa da cidade é o entorno da Santa Casa e que carros antigos são os mais furtados

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Campo Grande apresenta este ano o maior índice de furto de veículos de toda a série histórica, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Até julho, foram 1.356 registros deste crime na Capital. É o maior número dos últimos 10 anos.

A soma geral até o mês de julho se assemelha apenas ao acumulado do mesmo período de 2017, quando foram 1.323 ocorrências registradas.  

Entre 2019 e 2020, o índice variou de 1.112, em 2019, para 1.188 no ano seguinte. Em 2021 houve queda significativa, com o registro de 977 casos de subtração de veículos.

Em todo o Estado, o número de carros furtados este ano é o maior dos últimos quatro anos. No comparativo com o ano passado, a quantidade de ocorrências registradas como subtração de veículos no sistema de estatística da Sejusp, no período de janeiro a julho, aponta um aumento de 27,8%.

No ano de 2021, a secretaria contabilizou 1.540 casos, contra 1.969 listados este ano.  

Se analisado o recorte dos últimos 30 dias, referente ao mês de julho, Mato Grosso do Sul registrou 321 casos de furto de veículos. O número do mês de julho deste ano é superado apenas pelo mesmo mês do ano de 2016. Na época, foram registrados 345 casos.  

FURTOS

A Polícia Civil da Capital ressaltou que os furtos acontecem mais na região central da cidade, especificando que os casos mais frequentes são registrados no entorno da Santa Casa de Campo Grande e na região da Avenida Afonso Pena com a Avenida Ernesto Geisel.

Quanto aos tipos de veículos mais procurados pelos assaltantes, a polícia evidenciou que há preferência por carros antigos e revelou quem são os mais afetados.

“É possível verificar, também, o furto de veículos com poucos mecanismos de proteção e de moradores do interior do Estado, que vêm para a Capital e têm por hábito deixar o veículo aberto enquanto saem para fazer ‘coisas rápidas’ na região central”.

De acordo com a Polícia Civil, o crescimento de furtos nos últimos 10 anos pode ser atribuído ao aumento do número de veículos circulando e a constantes tentativas de golpes em seguradoras.  

Quanto ao acréscimo de 27% dos furtos no Estado, referentes aos anos de 2021 e 2022, o departamento pontuou que a pandemia de Covid-19 foi um fator de impacto.  

“O aumento em relação ao ano anterior reflete muito o término da pandemia da Covid-19, quando havia menos veículos circulando nas cidades. Destaca-se que, em termos proporcionais, o número de furto de veículos diminuiu, na medida em que temos menos furtos do que no período pré-pandemia. A Polícia Civil reforça o aumento número de seu efetivo nos últimos anos, tanto de delegados de polícia quanto investigadores e escrivães”, finalizou.

VÍTIMAS

Jonas Anastácio Correa da Silva, de 67 anos, teve o carro furtado na rodoviária de Campo Grande em 2018. Jonas explicou que o veículo, um Uno Mille laranja, era seu xodó e que estava com ele há 20 anos.

“Esse carro já tinha virado família. Até pintei o muro da minha casa na cor do carro, era a coisa mais linda para mim”, contou Jonas.  

O furto aconteceu rápido, em alguns minutos, conforme relatou o motorista.  

“Foi uma coisa muito triste, porque eu era acostumado a ir à rodoviária deixar o carro. Fui levar um pessoal para viajar e, quando voltei, cinco minutos depois, o carro não estava no lugar. Eu não acreditei. Eu até pensei que talvez tivesse me confundido e estranhado a cor na claridade. Mas quando caí na realidade, foi muito triste. Eu pensei: ‘Como é que vou falar para minha esposa’? O pessoal que levei na rodoviária se sentiu culpado também”, ressaltou.

Após o furto, Jonas Anastácio registrou um boletim de ocorrência. Não demorou muito para que a polícia entrasse em contato, anunciando que o veículo tinha sido encontrado.  

“Passamos a noite em claro, sem dormir, eu e minha esposa chorávamos. Eu tinha dó dela, e ela de mim, pelo carro. Quando foi no outro dia, depois do almoço, a polícia me ligou, tinha encontrado meu carro próximo da rodoviária. Depenaram todo, bateria, pneu, carpete. Deixaram ele macaqueado”, contou.  

Mesmo com estado crítico do veículo, o motorista se emocionou ao encontrar o “velho amigo de guerra”.  

“Quando cheguei em casa, minha mulher chorou pelo estado que ele estava. Foi uma perda que a gente não esperava. A gente nunca espera que vai acontecer uma coisa assim com a gente”, finalizou.  

Jonas conseguiu recuperar o carro, mas vendeu e trocou por um novo veículo.  

Gustavo Zampieri, de 25 anos, foi outra vítima do crime de oportunidade, catalogado como subtração de veículo, na capital sul-mato-grossense.  

Em 2016, o jovem, que na época tinha 19 anos, voltava de uma festa com os amigos quando foi surpreendido pela ausência do seu Uno Mille cinza, que estava estacionado em uma praça, no Bairro Chácara Cachoeira. Ele relatou como foi o momento delicado que viveu.

Na ocasião, Zampieri chegou a se questionar se, de fato, tinha estacionado no local. Os amigos ajudaram a procurar, mas a tentativa foi em vão. O veículo tinha sido furtado. No interior do carro estavam pertences pessoais, celulares e dinheiro da vítima.

“Me senti sem chão. Eu deixei meu carro parado, perto de câmeras e em um lugar claro, acreditei que seria um lugar seguro, e quando cheguei e não vi o carro e nenhum vestígio de arrombamento ou qualquer coisa do tipo, foi muito triste, me senti incapaz porque nem tive chance de fazer nada. Além do choque de alguém ter tirado algo seu sem você nem ver, veio o sentimento de desespero, por causa do prejuízo financeiro”, comentou.

Além de compartilharem a mesma marca de carro, Zampieri acrescenta que o veículo, assim como o de Jonas, foi encontrado depenado.

“O carro estava ‘pelado’, só tinha a estrutura dele, nem retrovisor tinha mais, não tinha nada. Acharam em uma casa onde outros carros roubados estavam, foi uma quadrilha que furtou. Deu perda total pelo seguro, porque não tinha nem motor”, concluiu.  

Meses depois do incidente, Gustavo conseguiu comprar outro veículo, por causa do seguro. Ele foi indenizado e, com o dinheiro, deu entrada em outro carro. 

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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