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especial 126 anos

Capital atualiza Plano Diretor para deixar cidade mais verde

Diretriz que define medidas para a arborização em Campo Grande é de 2011 e será trocada pelo que há de mais moderno em relação às formas de manter o Município ecologicamente correto

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Classificada como Cidade Árvore do Mundo pelo sexto ano consecutivo pelo programa Tree Cities of the World, administrado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Fundação Arbor Day, dos Estados Unidos, e apontada pelo Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a capital mais arborizada do Brasil, Campo Grande quer mais.

A Capital se prepara para atualizar o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU). O texto em vigor foi feito em 2011, mas a Prefeitura de Campo Grande entende que novas métricas devem ser implantadas para acompanhar o que há de mais moderno em relação à arborização.

A principal mudança é referente a uma regra criada pelo Centro para a Investigação de Soluções de Biodiversidade (NBSI) no início de 2021, que estabelece a métrica 3-30-300.

Segundo a regra do NSBI, para que as cidades sejam mais verdes e saudáveis, existem três indicadores: cada pessoa deve conseguir ver pelo menos 3 árvores da janela; cada bairro deve ter no mínimo 30% de cobertura vegetal; e todos devem viver a menos de 300 metros de um espaço verde público de alta qualidade. É essa medida que está em processo de implantação em Campo Grande.

Segundo a auditora fiscal de meio ambiente Silvia Rahe Pereira, que atua na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades), a Pasta já está trabalhando para implantar essa métrica nos bairros da Capital.

“Daqui para a frente, a gente vai começar a olhar e a planejar nossas ações com esse viés. Não por acaso, esse vai ser o indicador utilizado pelo Ministério do Meio Ambiente [e Mudança do Clima] para monitorar o Plano Nacional de Arborização Urbano. A gente está superbem colocado, porque a gente foi a primeira cidade que fez o mapeamento e já vai começar alguns projetos com esse enfoque de acrescentar o olhar das áreas públicas com a urbanização, para que os moradores tenham acesso e obtenham os benefícios em termos de saúde com relação a isso”, declarou Silvia ao Correio do Estado.

Esse mapeamento citado pela auditora fiscal é referente a uma pesquisa, feita em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que identificou a quantidade de árvores existentes em Campo Grande e onde elas estão localizadas.

“A gente está fazendo a revisão do Plano Diretor e fez um convênio com a UFMS. Então, só no sistema viário, eles levantaram que a gente tem aproximadamente 175.000 árvores, fora as que a gente encontra em praças, parques, lotes particulares, então, daí a gente faz a gestão desse patrimônio arbóreo”, afirmou Silvia.

“A gente trabalha muito em parceria com as universidades, para fazer política pública baseada em ciência. A gente tem que ser certeiro. Então, na revisão do nosso Plano Diretor, estamos trabalhando já com o que tem de mais recente. Inclusive, por isso que foi adotado pelo Ministério do Meio Ambiente [e Mudança do Clima]. Então, essa nossa ligação com as universidades nos deixa sempre na fronteira do conhecimento, do que tem de melhor para a cidade”, completou a auditora fiscal da Semades.

Sete bairros de Campo Grande respeitam nova métrica de arborização

Jardim Veraneio é um dos sete bairros que respeitam nova regraJardim Veraneio é um dos sete bairros que respeitam nova regra (Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado)

Estudo feito pela Prefeitura de Campo Grande, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), identificou que, dos 79 bairros da cidade, 7 já respeitam a regra 3-30-300, que será implantada a partir da atualização do Plano Diretor de Arborização Urbana.

Segundo a auditora fiscal de meio ambiente Silvia Rahe Pereira, que atua na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades), a pesquisa identificou que os bairros Jardim Veraneio, Chácara dos Poderes, Mata do Segredo, Jardim Seminário, Pioneiros, Maria Aparecida Pedrossian e Vila Sobrinho já respeitam a nova regra.

Nos outros 72 bairros, segundo Silvia, a prefeitura já iniciou o plantio de mudas, para que elas se tornem árvores no futuro.

“A gente vai começar alguns plantios este ano com esse enfoque, para que os moradores tenham acesso e obtenham os benefícios em termos de saúde com relação a isso. Quando a gente pensa em todos os bairros, a gente começa a democratizar o acesso aos benefícios da urbanização. Então, não é só no bairro onde tem melhor poder aquisitivo que vai ser mais arborizado, não, a gente tem que enxergar a cidade como um todo, ver onde há deficit de arborização, e agenda nesse sentido”, explicou a auditora fiscal do meio ambiente.

Ainda conforme Silvia, a existência de espaços verdes nos bairros contribui para a melhora nos indicadores de saúde da cidade.

“Vários artigos já mostram que a gente tem aumento de casos de infarto e hipertensão, vários estudos já demonstram a relação entre arborização e saúde. Pessoas que moram mais próximas de áreas verdes têm a tendência de fazer mais exercício físico, então, tudo isso contribui, em última instância, para a gente tirar atendimentos do sistema público”, disse.

Aliado ao plantio de novas mudas, a prefeitura também trabalha com parceiros privados para colaborar com essa meta. Um dos exemplos é o fato de que os empreendimentos que são construídos em Campo Grande que fazem a retirada de árvores devem realizar o plantio de outras em áreas próximas.

Com o mapeamento feito pela UFMS das árvores existentes na cidade, foi criado um site onde há registros sobre a espécie e a situação dessas árvores.

“A gente iniciou a utilização, no ano passado, da gestão digital. A gente implantou uma plataforma de avaliação digital, que pega desde a solicitação do requerente, a resposta para o requerente e o direcionamento do manejo adequado”, afirmou.

“Hoje, a cada árvore avaliada é atribuído um grau de risco. Então, com essa transição para a digitalização do grau de risco, a gente tem uma plataforma já com todas as árvores, para nossa atuação ser mais precisa. A gente identifica quais árvores precisam de intervenção com prioridade, e isso é uma mudança bastante recente, mas que tem colocado a gente lá na frente na questão do manejo”, completou Silvia.

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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