No início da noite desta quinta-feira (02), a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência de incêndio na Rua Rio Pardo, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande.
Ao chegarem ao local,os agentes encontraram duas vítimas carbonizadas, sendo um homem dentro do carro que estava na garagem, e uma mulher que estava dentro do quarto da casa.
As vítimas foram identificadas como Gisele da Silva Saochine, de 40 anos, e Anderson Cylis Saochine Rezende, 50 anos. A suspeita inicial que está sendo investigada pela Polícia Civil, é que o caso seja um feminicídio, seguido de suicídio.
De acordo com informações preliminares, o casal estava em processo de separação e tinha uma filha de 16 anos que chegou ao local durante a ocorrência.
No quintal da residência, a polícia encontrou marcas de sangue, uma faca e recipientes com álcool e diluidores de tinta.
Anderson foi para o carro que estava na garagem, e colocou fogo em si mesmo - FOTO - Marcelo VictorAlém disso, informações obtidas pelo Correio do Estado nesta manhã indicam que Anderson esfaqueou Gisele no quintal de casa, a arrastou para o quarto e a incendiou. Depois, ele foi para o carro que estava na garagem, e colocou fogo em si mesmo, morrendo carbonizado.
Ao perceberem as chamas, vizinhos chamaram a polícia e os bombeiros. O Corpo de Bombeiros chegou por volta das 19h e controlou o incêndio, que se alastrou pelo imóvel derrubando parte do telhado. Ao todo, 11 militares dos bombeiros atuaram no combate ao fogo, que teve apoio de quatro viaturas distintas e uso de 3 mil litros de água.
Conforme o boletim de ocorrência, a irmã de Gisele relatou para a polícia que, por volta das 18h de ontem (2), conversou com a irmã, que afirmou ter tido uma discussão com o marido por estarem cogitando separação, mas não falou sobre agressão. Depois desse horário, ela não conseguiu mais contato com Gisele, e mais tarde, recebeu ligação de um vizinho dizendo que a casa da irmã estava em chamas.
A filha do casal também negou agressões físicas entre o casal, informando que as agressões eram apenas verbais. A menor também afirmou que os pais eram reservados e nunca tiveram qualquer contato com a polícia durante as discussões conjugais.
Familiares de Gisele acompanharam os trabalhos da polícia e aguardam esclarecimentos. Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre velório ou sepultamento das vítimas.
Do dia 1° de janeiro desse ano até o início de outubro, Mato Grosso do Sul já registrou 26 feminicídios. Se confirmado, esse será o 27° caso no Estado. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), que trabalha com a hipótese de feminicídio seguido de suicídio. A perícia recolheu amostras do local e deverá confirmar a sequência dos fatos.


