Cidades

SAÚDE

Casos de síndrome respiratória em crianças estão mais graves na Capital

De janeiro a maio deste ano, de 76 crianças hospitalizadas na Santa Casa de Campo Grande, 43 precisaram de UTI

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As unidades de saúde e pronto-atendimentos pediátricos de Campo Grande tiveram uma explosão de casos de síndromes respiratórias nas últimas semanas. Entre os meses de janeiro a maio de 2022, a Santa Casa registrou a entrada de 76 crianças, sendo que 43 precisaram de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).  

Já em 2021, no mesmo período, foram 83 casos de atendimentos na urgência e emergência pediátrica apenas por sintomas respiratórios, e destes, 50 precisaram de internação na UTI.  

A instituição informou que apesar da pequena diferença entre os anos de 2022 em relação a 2021, os casos atendidos neste ano estão mais graves. Além disso, estão gerando um tempo de permanência ainda maior no hospital.  

De acordo com a Santa Casa, as síndromes respiratórias mais recorrentes nos atendimentos são o coronavírus, influenza, metapneumovírus, rinovírus, adenovírus e vírus sincicial respiratório (VSR), que pertence ao gênero Pneumovirus. O pediatra Alberto Jorge salientou que está surpreso com a demanda de atendimento de quadros respiratórios em crianças na Capital.  

“Nas últimas semanas temos observado não só nos consultórios pediátricos, bem como nos pronto-atendimentos pediátricos, um aumento exponencial na demanda e procura dos pacientes por atendimento médico. Sem dúvida, mais de 80% das consultas são relacionadas a casos respiratórios que por vezes, com acúmulo de secreção evoluem para um quadro viral ou bacteriano respiratório mais grave”, pontuou.  

Conforme o pediatra, dentro dos quadros respiratórios, destacam-se os casos de infecções virais ou bacterianas, como gripe, resfriado, pneumonia, sinusite, além das alergias respiratórias como asma, rinites. “Nós acabamos de passar por uma frente fria e logo em seguida, o ar começou a ficar extremamente seco. Isso gera uma combinação bombástica para os quadros respiratórios, principalmente, aos pacientes alérgicos”, explicou.  

SAIBA

No Brasil, o pedido para vacinação contra a Covid-19 em crianças a partir de 3 anos com a CoronaVac permanece em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina pediátrica da Pfizer permance em teste na fase dois.  

Ao Correio do Estado, a Secretaria Municipal de Saúde Pública Pública (Sesau) informou que a demanda por atendimentos pediátricos nas unidades de saúde da Capital dobraram nas últimas semanas. Em média, os atendimentos passaram de 500 a mil por dia.  

Conforme a pasta, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino concentra o maior volume de atendimentos. O infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, explicou que a maioria das crianças internadas por síndromes respiratórias estão na faixa etária abaixo dos quatro anos.  

“As crianças têm uma predisposição para se contaminar, eles passaram os últimos dois anos [de pandemia de Covid-19] sem ir para a escola, sem ter contato umas com as outras e agora essa volta da rotina coletiva, impacta no número de contaminações”, afirmou.  

cenário nacional

De acordo com informações do sistema InfoGripe da Fiocruz, que utiliza dados do Ministério da Saúde, nos quatro primeiros meses de 2022 foram registrados no País 35.603 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 0 a 11 anos, um aumento de 43,1% em relação ao mesmo período de 2021, quando esse número era de 24.878.  

Em um recorte mais preciso, a SRAG em crianças de zero a 4 anos foi responsável por 21.049 dos casos nos primeiros meses de 2022. De acordo com o boletim mais recente do InfoGripe, divulgado no dia 26 de maio, em crianças de zero a 4 anos, continua a predominância do VSR, seguido dos casos de rinovírus, Sars-CoV-2 e metapneumovírus. Nas demais faixas etárias, o Sars-CoV-2 é predominante entre os casos.

vacinação

Mato Grosso do Sul iniciou a vacinação pediátrica contra o coronavírus em 15 de janeiro deste ano, e apesar do incremento de mais de 213 mil doses aplicadas em crianças dos 5 aos 11 anos até este domingo (29), a cobertura vacinal geral do Estado custa a avançar.  

Atualmente, apenas 19,35% desta faixa etária está protegida com as duas doses, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Na Capital, a cobertura vacinal contra o coronavírus está em 14,55% para as duas doses, com 53,4 mil doses aplicadas.  

Em entrevista ao Correio do Estado no início deste mês, a coordenadora Estadual de Vigilância Epidemiológica da SES, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, salientou que o negacionismo em relação à eficácia dos imunizantes é mais um obstáculo para o avanço da proteção contra a doença.  

“Sabemos que existe uma parcela da população que é antivacina e que não vai receber o imunizante”, disse. A vacinação contra a influenza, para crianças de seis meses a menores de cinco anos começou em 26 de abril em MS.  

Em mais de um mês de campanha, apenas 29,5% receberam o imunobiológico, conforme dados do Ministério da Saúde. 

 

** (Colaborou Thais Libni e Natália Olliver)

Memorando de Entendimento

MS será palco de 'teste agropecuário' com a Google

Agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar decisões do produtor 

06/12/2025 13h30

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática.  Reprodução//Secom-GovMS/Saul Schramm

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Através de um acordo de cooperação técnica assinado recentemente, Mato Grosso do Sul está prestes a se tornar palco de um "teste agropecuário" com o Google. 

O Memorando de Entendimento (MoU) assinado com a Google Brasil, conforme o Governo de MS em nota, prevê "cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública". 

Distante aproximadamente uns 980 quilômetros da Capital, o governador de Mato Grosso do Sul viajou com sua equipe de secretários de Estado - Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) -  até o "coração" da popular Faria Lima, para reunião com executivos da empresa na sede da Google. 

Durante assinatura, Riedel relembrou o foco do Executivo sul-mato-grossense na transformação digital, que ele diz ser fundamental para a "efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada", alcançando finalmente a população. 

Entre todos os focos a serem abordados, o agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar as decisões do produtor. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

Em complemento Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou os índices de crescimento econômico e social sul-mato-grossense, que só tendem a melhorar com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que passarão a contar com maior amparo tecnológico. 

"Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", disse o executivo em nota. 

Demais áreas

Além do campo, as tecnologias do Google também devem ser aplicadas nas mais diversas áreas, possibilitando um melhor desempenho para alunos e até aumentando a eficiência administrativa das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). 

As chamadas soluções de nuvem (para armazenamento de dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) permitiram um avanço na organização de dados, por parte da gestão pública, além de trazer mais transparência e economia dos recursos.

Toda essa nova base de dados permitirá, ainda, no futuro, que novas aplicações da Inteligência Artificial sejam integradas aos serviços essenciais à população, beneficiando áreas como saúde, segurança e finanças, como bem cita o Governo do Estado. 

Na visão do Executivo de MS, esse novo acordo é tido como um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população. 
**(Com assessoria)

 

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SEM ACORDO

Dentistas negam proposta de Adriane Lopes e podem virar ano em greve

Categoria está em estado de greve desde o dia 15 de novembro, e acordo com o executivo municipal ainda está 'longe' de acontecer

06/12/2025 12h30

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5)

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5) Foto: Divulgação/Sioms

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Há cerca de 20 dias em estado de greve, os dentistas que trabalham na rede pública de Campo Grande negaram a proposta da Prefeitura e indicaram entrar em greve a partir do dia 17 de dezembro, seguindo assim por 30 dias caso não haja acordo com o executivo municipal.

Desde o dia 15 de novembro, o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande estão em sério debate sobre o descumprimento judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

Nesta última semana, o executivo enviou uma proposta à categoria, para tentar chegar a um acordo antes que uma paralisação ocorra.

Sobre o reposicionamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR):

  • 30% dos reflexos financeiros no mês de maio de 2026;
  • 35% no mês de maio de 2027;
  • 35% no mês de fevereiro de 2028;

Já sobre o auxílio alimentação:

  • 50% dos reflexos financeiros no mês de outubro de 2027;
  • 50% no mês de março de 2028;

Sobre o índice inflacionário, a Prefeitura pontuou “estar impossibilitada por questões legais”.

Porém, a proposta foi negada pela categoria. Na assembleia desta sexta-feira (5), além de votar sobre o acordo ou não com o executivo, os dentistas também indicaram data para a greve, iniciando-se no dia 17 de dezembro e durando cerca de 30 dias, ou seja, até dia 17 de janeiro. Todavia, a data é passível de alteração e até anulação caso as partes entrem em acordo.

“Haverá um cuidado, que foi discutido nesta Assembleia, para não haver prejuízos à população, tanto que 100% dos atendimentos em plantões, sejam ambulatoriais ou emergenciais, vão continuar em funcionamento. Então, a população que tiver alguma situação de dor ou de procura do cirurgião-dentista da unidade de saúde, de emergência, terá seu atendimento garantido”, explica o presidente do Sioms David Chadid.

Novela

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Em uma assembleia recente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

*Colaborou Alison Silva

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